segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A osga, réptil muito vulgar no concelho de Alcoutim


Na minha recente estada no concelho de Alcoutim fui alertado para a circunstância de este ano quase não haver osgas, o que muito me admirou. Teria havido circunstâncias adversas para a sua reprodução.

Era “bichinho” que não conhecia e que me tinha passado despercebido, tendo chegado a Alcoutim no mês de Junho, foi fácil reparar nele e perguntar como se chamava. Verdade seja que conhecia o nome, mas não o ligava àquele animal.

Com a minha permanência no concelho, habituei-me a tal réptil que tem uma forte associação ao homem, utilizando, frequentemente, as suas construções como refúgio e as paredes das casas que percorrem bem, apesar da sua verticalidade, pois as patas estão adaptadas a essa situação.

Gostam de ficar perto de lâmpadas acesas dado que a luz atrai insectos que constituem a sua principal alimentação.

Este pequeno sáurio, de que existem várias espécies, habita as regiões quentes do globo.

A osga-comum pode atingir 8,5 cm de comprimento, tem a cabeça grande, bem diferenciada do corpo e olhos com pupila vertical. Os quatro membros possuem cinco dedos que estão apetrechados de lamelas e unhas em dois deles.

A cor tem a ver com o seu estado fisiológico.

A osga, quando se sente em perigo, perde a cauda mas tem a capacidade de a readquirir novamente ainda que sem as característica anteriores.

A osga comum existe no norte de África de Marrocos ao Egipto, na zona mediterrânica e na península Ibérica.

Alimenta-se principalmente de insectos, ainda que possa consumir vegetais. Identifica as presas pelos movimentos.

A reprodução tem lugar duas vezes por ano, Março / Abril e Junho / Julho. Cada postura é constituída em média por dois ovos que são depositados em buracos ou debaixo de pedras e em grupo.

Pode viver até aos quatro anos, mas em zonas protegidas pode chegar aos nove.

Hibernam de Dezembro a Março.

Entre os predadores contam-se o sardão, várias cobras, os gatos e as corujas.

Entre o povo, este réptil tem a fama de ser venenoso e até ouvi contar várias estórias sobre isto. Não existe qualquer fundamento para tal afirmação, pelo contrário, pois tornam-se muito benéficas, alimentando-se de vários insectos, esses sim, podem ser prejudiciais à saúde, nomeadamente as aranhas.

A sua existência proporciona o equilíbrio da natureza sobre este aspecto.

Ainda que sinta alguma repulsa pelo seu aspecto não me incomoda a sua presença.

Os alcoutenejos, quando as pretendem eliminar, molham-nas, tornando-as quase inertes.