
O Conde Regedor, do meu Conselho d´Estado, o tenha intendido, e ordene aos Corregedores do Crime da Corte o executem nesta conformidade.
Em Lisboa, a 20 de Maio de 1689 = Rei. (*)
(*) Collecção chronologica da legislação portugueza, Vol. 10, pág. 190.
Pequena nota
É este o despacho que fui encontrar nas minhas pesquisas e que imediatamente relacionei com a estória que me contaram, Francisco Rodrigues e Manuel António Pinto, ambos naturais do monte do Zambujal, freguesia de Vaqueiros mas que se fixaram e faleceram na vila de Alcoutim.
Recentemente, outros originários daquela zona igualmente conheciam a estória, com menos pormenores do que os dois primeiros, o que é natural.
A ligação que faço a este despacho é a referência que Francisco Rodrigues fazia ao Bruno Gomes, dizendo que era o Conde de Brunhos e que tinha mandado matar a donzela, estória / lenda que refiro na minha “postagem”de 20 de Fevereiro de 2010, com o título de “A lenda do Cerro da Mortalha”.
Estou convencido que este facto real que o despacho apresenta, reinando D. Pedro II, acabou por ter dado origem àquilo que hoje se considera uma lenda com a deturpação que os trezentos e vinte anos passados originaram.
Falta saber se os criminosos foram punidos.
Uma lenda acaba por ter na maior parte dos casos algo de verídico ou que alguém pensou que o fosse. Depois o homem vai compondo com toda a sua imaginação e desenrolando os factos conforme lhe apraz e fica-se com um produto lendário.
Esta caso será possivelmente um exemplo.
A partir desta "postagem" lançamos uma pista para eventuais interessados nestes assuntos.
JV