terça-feira, 5 de agosto de 2008

O poço do Vinagre


Com este título, iniciamos hoje mais uma rubrica deste blogue.

De uma maneira geral e em qualquer parte, as coisas positivas são em número superior às negativas pelo que nos compete chamar a atenção para estas últimas, sem, em casos especiais, como é o presente, batermos as palmas a algumas positivas.

A zona rústica do Vinagre situa-se a sul da vila de Alcoutim e nas margens do Guadiana e é uma das zonas mais ricas das redondezas, com as propriedades bastante pequenas e onde a oliveira foi e continuará a ser a sua principal riqueza,

Árvores avantajadas, com muitas centenas de anos, para não dizer milenárias, deram origem a valores matriciais elevados que ainda se mantêm.

Pela zona, em tempos recuados, existiram habitações. Lembramo-nos de nas nossas leituras termos encontrado, em meados do século XIX um edil, o tal que propôs a venda do rossio da vila, logo aprovada pelos restantes elementos e que morava no Vinagre onde devia ser lavrador.

Ainda conheci na vila uma pessoa que por ter nascido nesta zona era conhecido por António do Vinagre, sendo o seu nome, António Martins.

O topónimo poderá estar no substantivo ou no antropónimo a que deu origem.

Como possuímos por ali uma tira de terreno, de vez em quando passamos por lá.
As três oliveiras existentes foram limpas e por lá plantámos mais três, de que certamente não comeremos fruto, mas temos comido daquelas que os outros plantaram e trataram.

A zona é um verdadeiro bosque, visto as poucas pessoas que por lá aparecem é para apanhar o fruto e não para efectuarem qualquer benfeitoria nas árvores.

Aquilo que afirmamos pode ser verificado na foto que apresentamos onde as duas oliveiras que se vêem, uma de cada lado, mostram na realidade o que dizemos.

Por ali corre um pequeno barranco junto ao qual, possivelmente desde tempos imemoriais, existe um poço, onde se abasteciam os moradores das redondezas e desde a sua criação, o efectivo do Posto da Guarda-Fiscal, sobranceiro ao mesmo e igualmente os passantes seguindo o velho caminho do rio se dessedentavam e davam de beber aos animais.

Penso que a bomba manual elevatória da água teria sido colocada na primeira metade dos anos sessenta do século passado e na altura foi um melhoramento considerável. A maioria das povoações recebeu esse melhoramento e algumas, talvez poucos, ainda funcionam.

O poço do Vinagre passará seguramente semanas, para não dizer meses, sem que ninguém lhe chegue ao pé e deve ter nos pastores os seus maiores utilizadores.

A bomba elevatória veio a avariar-se, possivelmente por falta de assistência e esteve inactiva por longo período.

Na última vez que lá estive, em Maio próximo passado, fiquei agradavelmente surpreendido pois fui encontrar a bomba reparada, o engenho pintado, a colocação de um alargado banco de alvenaria, tudo reparado, caiado ou pintado.

Aqui não se trata propriamente de uma questão de prestação de serviço, cujos utentes serão bem poucos mas o que está em causa é a preservação do património construído que certamente os vindouros apreciarão.

BATO PALMAS a quem realizou este trabalho e que segundo a indicação deixada foi a Junta de Freguesia de Alcoutim.