quarta-feira, 13 de agosto de 2008

São Barão

A 4ª FIGURA DO BAIXO GUADIANA que vamos referir nesta rubrica, é apontada como sendo natural da Vila de Mértola.

A primeira vez que a vimos referida foi na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e de uma maneira muito sucinta.

Afirma-se que era eremita do Século VII, vivendo perto da cidade romana de Mytilia Jutra e tendo falecido em 17 de Março de 700.

Diz o Prior de Mértola, Bento José Sevilha de Leiria, nas respostas que deu ao questionário de 1758 e quando se lhe pergunta se há memória de que florescessem, ou dela saíssem alguns homens insignes por virtudes, letras ou armas, diz que é tradição que nesta vila floresceu em virtudes o Gloriozo Sam Baram.

Depois teria retirado para uma gruta na serra, distante cerca de légua e meia e onde nas proximidades brotava uma fonte que dava origem ao desenvolvimento de ervas que constituíam a sua alimentação, a que juntava algumas esmolas que recolhia todos os sábados, quando se deslocava à vila.

A sua chegada era anunciada pelo toque dos sinos sem que ninguém os tivesse accionado e a maior parte das esmolas deixava-as aos presos da cadeia local.

Quando num sábado os sinos dobraram por si próprios e o já considerado santo não apareceu, foram procurá-lo e encontraram-no morto na sua gruta, de joelhos, com as mãos levantadas e os olhos no Céu. Ali mesmo lhe deram sepultura e onde mais tarde foi levantada uma ermida, diz a tradição.

São lhe atribuídos poderes milagrosos sobre as mulheres inférteis e “soldar quebrados”.

A Ermida de São Barão situa-se na Serra do mesmo nome, a 15 km da vila de Mértola e foi durante séculos lugar de peregrinações e romarias.

O edifício existente, pelas suas características, é dado como de finais do século XVII ou do início do seguinte.

Foi recuperado em 2001 e é composto por uma nave e capela-mor abobadadas, uma sacristia e duas outras divisões destinadas ao apoio dos romeiros.

Não encontrámos referências a este santo nos livros da especialidade.
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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. VI, pág. 159
As Terras, As Serras, Os Rios – As Memórias Paroquiais de 1758 do concelho de Mértola, Joaquim Ferreira Boiça e Mª de Fátima Rombouts Barros, CAM, 1995.