sábado, 30 de maio de 2009

O "Encanto" do Sítio do Forte

Este topónimo perde-se no recuar dos tempos e deve de estar relacionado com alguma fortificação existente no local.

Já tínhamos ouvido falar num encantamento ocorrido por estas paragens mas faltava-nos a descrição até que alguém nos disse:- Quem sabe desse assunto é fulano que quando era moço viu passar o tal bicho esquisito bem perto dele e do companheiro com quem estava.

Registámos o facto e ficámos esperando por uma oportunidade para que nos contassem quando e como as coisas se passaram.

Ela surgiu hoje e não a perdemos.

O guardador de gado que ronda os oitenta anos, enquanto o mesmo pastava, aproveitou para se sentar no cômoro da estrada e comer um pedaço de pão com chouriça que possivelmente constituiu a sua refeição.

Parámos o veículo e fomos ao seu encontro, cumprimentando-o e falando sobre aquilo que conhece bem, ou seja, as suas vacas.

Disse-nos que eram doze cabeças, sendo três bezerros e que tinha que ordenhar uma das vacas visto o bezerro não beber todo o leite que a mãe produzia.

Ainda que a nossa ignorância sobre o assunto seja quase total, deu-nos para perceber que os animais de uma maneira geral estavam gordos.



Procurámos entretanto chegar ao que pretendíamos mas o homem não percebeu bem a nossa pergunta. Disse-nos contudo que quando era mocito um lavrador das Cortes Pereiras, tinha pedido ao seu pai se o podia dispensar uns dias para auxiliar o pastor que estava ao seu serviço e que era originário da freguesia de Vaqueiros.

O pai satisfez o pedido e o rapaz lá foi, acompanhando o pastor, indo o gado para o sítio do Forte que pertencia ao lavrador.

Um dia o pastor que naturalmente orientava o trabalho, disse para o moço que eram horas de comer alguma coisa e que aproveitavam uns muros que por ali estavam e que pareciam serem restos de antigas construções de casas, para se sentarem e abrirem o taleigo onde traziam, o pão e alguma coisa  que o acompanhasse.

Refere o facto de o pastor ter dois pequenos cães que estavam junto deles e de, de um momento para o outro verem passar a cerca de cinco metros um bicho, com corpo de cobra, olhos de gente e fartas sobrancelhas e com umas manchas amarelas no corpo.

Ficaram estarrecidos, ainda que o bicho tivesse passado serenamente e não demonstrando qualquer sinal de ataque. O que muito intriga ainda hoje o “vidente” é que os cães, contra o que seria natural, nem sequer ladraram!

Chega entretanto a hora de regressar a casa dos patrões. À ceia o pastor estava embuchado pois tinha que contar aos patrões o que se tinha passado. Quando lhes disse que no sítio do Forte tinham visto um bicho medonho, a patroa interrompeu logo dizendo que já sabia o que era pois também ela o já tinha visto quando andava uns anos atrás, com umas moças, apanhando boleta, dizendo que se tratava de um encanto e o que mais admirou o nosso informador foi a descrição que fez onde nem sequer escaparam as listas amarelas. O patrão por sua vez, tudo confirmou!

A descrição do bicho é muito semelhante à referida na lenda da Moura Encantada no Castelo Velho. Não haverá aqui uma transmissão do “facto” ou teria a moura encantada do castelo-velho dado umas voltas pelas redondezas que lhe ficam próximo?

Aqui fica o que recolhemos ficando à espera que alguém lhe acrescente mais alguma coisa.

terça-feira, 26 de maio de 2009

A ferrajaria no concelho de Alcoutim

(Publicado no Nº 57, do Jornal Escrito, de Novembro de 2003, encarte de O Algarve nº 4776.)

A recolha recente e a catalogação de alguns utensílios e objectos de ferro de feitura local e com dezenas de anos, ultrapassando alguns o século, fizeram-me pensar mais profundamente no assunto, tentando encontrar explicações, ainda possíveis a nível oral, e isto em breve acabará com o desaparecimento da lucidez dos últimos octogenários, conjugadas com os elementos que sobre o assunto temos vindo a adquirir em leituras de documentação local.

A arte de trabalhar o ferro vem de tempos imemoriais e não é para essa época que o nosso escrito se vai dirigir. As notas que iremos referir, têm por base os três últimos quartéis do século XIX e a primeira metade do seguinte.

Em meados do século XIX, os ofícios mecânicos mais referidos na documentação camarária, eram os seguintes e de que havia nomeação do competente juiz: pedreiro, moleiro, ferrador, alfaiate, sapateiro, oleiro e ferreiro.

Pela relação se compreende o equilíbrio das profissões, todas as indispensáveis para que a vida decorresse nos parâmetros de época.

O pedreiro para a construção das habitações, o moleiro para transformar o trigo em farinha, base da alimentação deste povo, o ferrador para que os animais bem calçados pudessem ser os preciosos auxiliares na vida do campo, lavrando e como animal de carga e sela; o alfaiate para a confecção das vestimentas, o sapateiro que tratava do indispensável calçado, ora fazendo novo, ora remendando até ser possível, o oleiro que abastecia as pilheiras de tigelas, saladeiras, canecas e alguidares, isto só para falar nos de maior uso e o ferreiro, actividade a que nos iremos referir mais em pormenor.

A Câmara Municipal de Alcoutim nomeava periodicamente os Juízes dos Ofícios Mecânicos, a quem competia avalizar a carta, nos termos de hoje entendida como carta profissional. Ao candidato, depois de examinado pelo Juiz do Ofício e achando-se hábil e com a necessária aptidão para o seu desempenho, é-lhe passada a competente carta de examinação a qual poderá usar em todas as terras do “Reino de Portugal e Algarves”, devendo os zeladores da Câmara não lhes porem coima alguma por não tirar licença anual, servindo a carta de licença perpétua, com a qual se apresentarão quando lhe for determinado. (1)

A Câmara, velando pelo fiel cumprimento das suas Posturas, determinou que os indivíduos que exercerem os ofícios de (...), ferreiro (...) sem estarem encartados, item as suas licenças até ao fim do mês de Junho pelo tempo que decorrer até ao fim do corrente ano, tirando-as depois em conformidade com a Postura, em Janeiro de cada ano. O que assim não proceder, pagará a multa de 500 réis sempre que for encontrado a trabalhar no ofício sem estar munido da respectiva licença. (2)

A arte de trabalhar o ferro teve expressão em todas as freguesias do concelho.


[Trabalhos de ferreiro]

Em 1799, Manuel Dias, ferreiro em Giões, fez a cruz de ferro forjado para a Capela de Nª Sª da Conceição, na vila, pela qual recebeu cinco mil réis. (3)

Em 1819, António Rodrigues, de Giões, obtém a carta de ferreiro e serralheiro, em Tavira, junto do Juiz de Fora e Presidente do Senado, Dr. Bernardo José Vieira Mota

Sabemos que em 1853 exercia a actividade nesta aldeia um António Rodrigues que poderá tratar-se da mesma pessoa.

Identificámos também na mesma aldeia, Lourenço Rodrigues Júnior cuja carta foi obtida em 20 de Outubro de 1841. (4)

A freguesia de Martim Longo foi um centro importante de ferrajaria. O mestre ferreiro José Henriques, que tirou a sua carta de ofício, prestando provas em 5 de Dezembro de 1842, António Fernando de Campos que obteve a sua em 28 de Janeiro do ano seguinte, António Marques (1844.09.07) e António Rodrigues Júnior (1849.02.01) foram outros mestres ferreiros que localizámos como trabalhando naquela freguesia.

O lugar de Juiz do Ofício de ferreiro era desempenhado em 1843 por José Manuel, da aldeia de Vaqueiros, (5) havendo pelo menos mais outro, José Joaquim, trabalhando naquela aldeia serrana.

Em 1844 exercia a sua actividade na aldeia do Pereiro, Joaquim Mestre.


[Cruz de ferro forjado na Igreja Matriz do Pereiro]
Na vila e sua freguesia, a arte também tinha os seus mentores, apesar de só ter identificado os mestres dos meados do século passado.

Ainda hoje é referido com frequência a forja que existia no São Martinho (Cortes Pereiras) e que a tradição aponta como tendo sido criada por D. Miguel, o quase lendário cidadão espanhol que presidiu ao município alcoutenejo e que foi assassinado no seu moinho da ribeira do Vascão.

São ainda em grande número e em pleno serviço, a ferragem de portas e alguma de janelas, com fechaduras de grandes chaves, gonzos, aldrabas e típicos ferrolhos. Até os pregos, aqui não se utilizavam parafusos, que fixavam as peças eram de fabrico local, toscamente facetados, de grandes cabeças, compridos de maneira que a ponta se pudesse voltar para uma melhor segurança.

Ainda admirámos na vila algumas grades protectoras de espaços e de gosto com algum requinte. Não nos esquece uma de certa dimensão e que se encontrava numa desaparecida casa que pertencia à família Rosário e no local onde se encontra hoje instalada a barbearia da vila. Essa grade que me disseram ter sido recolhida pela Câmara Municipal, possivelmente desapareceu. Lembro-me, que além do trabalho artístico, tinha um monograma constituído por três letras (JJM). A partir destas iniciais procurei conhecer o personagem, não numa pesquisa directa mas sim por aquilo que nos ia aparecendo nas leituras documentais que íamos efectuando. (6)

As “casas nobres” da vila ostentavam varandas com gradeamento de fabrico local, como ainda acontece no designado edifício do capitão-mor, hoje ocupado em parte pelo posto da GNR.

A vila foi a última sede de concelho do país a receber o saneamento básico, em 1965. Até aí havia homens que se dedicavam à actividade de aguadeiros, isto é, acarretavam em asininos cântaros de barro ou folha zincada cheios de água do Poço das Figueiras que vendiam pelas portas da vila. Estes homens estavam colectados e pagavam os seus impostos!

Nos “montes”, todos tinham um burrinho, e os que não tinham pediam-no emprestado para irem ao poço do monte buscar a água que necessitavam.

Os cântaros de zinco eram transportados em cangalhas de ferro, obra dos ferreiros locais e normalmente de quatro bolsas. Ainda que essas tarefas tenham desaparecido após 1975 e os burros estejam quase extintos, a verdade é que ainda existem muitas cangalhas deste tipo.


[Cangalhas de ferro (duplas)]

Os candeeiros que alumiavam a vila desde o Século XIX, abastecidos de petróleo, eram igualmente obra de artistas locais, existindo, que eu saiba, dois que foram electrificados e colocados no edifício dos Paços do Concelho, a quando do seu restauro, quando presidia António Maria Corvo. Feliz ideia.

Nunca me esqueci de uma craveira do século XIX em serviço na Conservatória do Registo Civil, toda em ferro, de uma beleza e robustez extraordinárias e igualmente obra de um conceituado artesão local. Se a memória não me atraiçoa, tinha gravado o nome do artista e a data da feitura. Perguntei por ela, ninguém soube dizer-me o seu destino! Que linda peça de museu e os museus só se fazem com peças e não com palavras.

Outras peças que só os bons mestres faziam, eram balanças romanas, próprias para pesar produtos agrícolas. A sua confecção chegou até aos últimos anos da década de sessenta, primeiros da seguinte, na aldeia do Pereiro onde trabalhava um conhecido especialista.

Apesar de já pouco usadas, ainda existem bastantes exemplares operacionais espalhados pelo concelho.

Junto ao “fogo”, onde girava a vida, existiam sempre tenazes, trempes, triângulos e grelhas, indispensáveis na confecção dos alimentos. Os garfos de ferro, existiam em todas as casas.

O gado necessitava de estacas que, para além de evitarem o seu afastamento, não davam origem a danos em árvores e culturas.


[Ferrando]
Numa zona onde o xisto abunda, a palanca tinha uma acção importante, auxiliada por guilhos, marretas e picaretas, removendo a rocha conforme as necessidades.

O pescador também necessitava do ferreiro a quem encomendava a feitura de fisgas, de oito, dez dentes, então e ainda hoje utilizadas na pesca ao candeio, destinada ao muge.

A agricultura, como actividade basilar no concelho, ocupava os ferreiros com o fabrico de muitos utensílios, como cavadeiras, sachos de formatos variados, enxadas, forcados, peças para arados, rastilhos, como aqui designam os ancinhos por influência do espanhol rastrillo, foices e muitos mais.

As foices feitas pela firma José do Rosário & Cª tinham fama em toda a região, como sendo de excelente qualidade.

Pelos meados do século passado, ainda trabalhavam na ferrajaria, entre outros, Francisco Madeira do Rosário e Luís Fernandes Teixeira, na vila; Elisiário Soares, Manuel Rodrigues Ferrador Júnior e Francisco Romba, no Pereiro; António Barão Salvador, em Giões; Sebastião Gregório Mendes, António Soares, Manuel Soares Júnior, Alípio Rodrigues Mendes, e Manuel Sebastião Mendes, em Martim Longo e Joaquim Neto e José Manuel das Neves, em Vaqueiros. (7)

Depois da execução de trabalhos inerentes à época, com a feitura, entre outros, dos objectos e utensílios que indicámos, os artistas procuraram adaptar-se à execução de novas peças que a mudança de vinha impunha, mas a vaga industrial de fabrico em série, a utilização de novas matérias e a abertura de estradas com mais fácil chegada dos produtos, a preços mais competitivos, acabou por matar esta arte, de que existe leve resquício.

Ferrarias, plural de ferraria, sinónimo de ferrajaria, é o nome de um pequeno monte da freguesia de Vaqueiros, situado perto de uma grande mina explorada já pelos romanos.
Procurámos dar uma perspectiva do que foi esta arte de trabalhar o ferro, pelo menos no espaço de um século, no concelho de Alcoutim.



NOTAS

(1)-Registo da Carta de Examinação do ofício de ferreiro passada a favor de Joaquim José, da aldeia de Vaqueiros, in Livro (nº 2) do Registo das Mercês e outros diplomas para uso da Câmara de Alcoutim, iniciado em Outubro de 1841, pág. 16 verso.
(2)-Acta da Sessão da Câmara Municipal de Alcoutim de 21 de Abril de 1842.
(3)-Livro de Receitas e Despesas da Real Confraria de Nª Sª da Conceição, iniciado em 1785.
(4)-Registo da Carta de Examinação do ofício de ferreiro passada a favor de Lourenço Rodrigues Júnior, da aldeia de Giões, in Livro (nº2) do Registo das Mercês e outros diplomas para uso da Câmara de Alcoutim iniciado em Outubro de 1841, pág. 3.
(5)-Acta da Sessão da Câmara Municipal de Alcoutim de 4 de Fevereiro de 1843.
(6)-Foi Regedor, Juiz de Paz, Provedor da Santa Casa da Misericórdia, Vereador, o homem que levantou a sua voz contra a tentativa de mudança de sede do concelho, em 1867 e depois Presidente da Câmara Municipal. Foi fiel do Director do Correio na vila de Alcoutim e vogal da Junta de Repartidores da Contribuição Industrial.
(7)-Dados recolhidos em Anuários Comerciais da época.

domingo, 24 de maio de 2009

Visita inesperada


No sábado dia 16, cerca das 19 horas e quando me encontrava junta da minha casa, conversando com uma vizinha, o telemóvel tocou, o que não é habitual neste local, por falta de rede.

Dirigi-me logo para um sítio onde a ligação não caísse e o número que tinha feito a ligação não era conhecido, mas ao ouvir a voz do outro lado, identifiquei-a bem.

Perguntava-me se estava no “monte”e se podia procurar-me com uma pessoa de Alcoutim que tinha muito interesse em conhecer-me.

Perguntei quem era mas foi-me dito que seria mais interessante eu o desconhecer e para assim se manter a surpresa.

Concordei imediatamente e disse que sim, que estava à disposição.

Naturalmente que comecei a conjecturar quem seria a pessoa e sendo de Alcoutim, se não a conhecesse, certamente conheceria a família.

Talvez devido às circunstâncias, pensei logo que fosse do sexo feminino, o que efectivamente veio a acontecer.

Quem seria? Não fazia ideia.

Não posso precisar o tempo decorrido, possivelmente devido a estar intrigado, pareceu-me imenso, sem fim!

Finalmente apareceu o automóvel. O carro estacionou

Olhei para a pessoa, lá no fundo havia algo que parecia dizer-me alguma coisa, mas não consegui chegar lá.

Quem fez a ligação e em face do impasse, acabou por dizer:- É a filha do seu grande amigo Luís Cunha!


[Luís Cunha]

Fiquei radiante.

Eu até a conheci quando adolescente, ainda que tivesse mais contacto com as duas irmãs mais novas.

Convidei-as para entrar a fim de trocarmos algumas impressões e a conversa manteve-se num ritmo acelerado e que teria dificuldade em encontrar o seu fim.

Lembraram-se familiares, factos e principalmente Luís Cunha, até hoje e como temos afirmado ao longo dos tempos, o alcoutenejo mais culto que conheci. Além disso, a sua simplicidade coincidia com um coração bondoso difícil de encontrar.

Tenho a certeza que se não fosse Luís Cunha eu nunca teria compreendido ALCOUTIM!
Nunca negou as observações, normalmente depreciativas, que lhe fazíamos sobre Alcoutim, pois sabia que elas correspondiam à realidade. Ia contudo demonstrando-me o “outro lado” das coisas “boas” que ele conhecia como ninguém e que a mim me passava despercebido.

Mais ninguém em Alcoutim, que fosse do meu conhecimento, sabia fazer esta distinção! E é aqui que está a grande diferença!

Tive oportunidade de transmitir à filha do meu saudoso Amigo algumas coisas que desconhecia, incluindo a circunstância de conhecer todos os artigos que o pai publicou na imprensa diária e regional, aliás o que dei a público num jornal regional onde então colaborava.

Igualmente lhe afirmei que a tinha procurado num local onde trabalhou, mas na altura ou já lá não exercia funções ou então não estaria, segundo a informação que me prestaram.

Falámos do pai, do avô, das tias, enfim, na família e de, como não podia deixar de ser … em Alcoutim, com todos os seus problemas, principalmente no aspecto da conservação das suas raízes, em muitos locais deturpadas.

Depois de tantos anos, foi um enorme prazer reconhecer uma das filhas do nosso saudoso Amigo.

Espero não voltar a perdê-la!

Obrigado pela visita.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

As caçoilas



Os dicionários identificam como vaso de barro para cozinhar.

Foi muito usada na serra algarvia, nomeadamente no concelho de Alcoutim e hoje, naturalmente, como acontece à maioria dos objectos de barro, está posta de parte devido à concorrência movida por outros materiais que postos em comparação no binómio preço-duração, ficam em desvantagem.

Ao barro, seguiu-se o esmalte, depois o alumínio, a seguir o plástico e agora o inox. Oferecem vantagens e desvantagens de vário tipo mas o custo tem sempre um peso extremamente importante.

A artística profissão de oleiro vai desaparecendo no decorrer dos tempos.

As caçoilas, como já se disse, são vasos de barro para cozinhar.

Havia-as dos mais variados formatos, tendo por origem Serpa, Redondo e Martim Longo.

As provenientes de Serpa, eram mais caras segundo a nossa informadora, pois os oleiros vidravam-nas por dentro, enquanto com os do Redondo isso não acontecia.

Os comerciantes de Martim Longo preferiam as olarias de Serpa, enquanto os de São João dos Caldeireiros, optavam pelas do Redondo.

Estas louças chegavam aos montes do concelho de Alcoutim através dos comerciantes já referidos, que as transportavam em burros, acondicionavam em palha e alojavam em gorpelas.

O dinheiro era pouco e a comercialização feita muitas vezes através da troca, de trigo, centeio, milho, tremoços, ovos ou qualquer outro produto que os serranos possuíssem
e tomando em consideração o seu valor.

Nestes objectos faziam-se as grandes fritadas nas “matações” do porco e os guisados, nomeadamente os ensopados de borrego.

Já poucas caçoilas existirão pelo concelho de Alcoutim e vai escasseando quem as conheça e saiba definir.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Outro tipo de Pilheira



Já aqui abordámos em tema próprio, as PILHEIRAS nos vários tipos que conhecíamos e entre os quais havia alguma analogia.

Ao pretendermos analisar outro tipo de “objecto”que conhecemos já praticamente em desuso e perguntando como se designava, todas as pessoas me responderam – PILHEIRA!

Há vinte ou trinta anos vendo a funcionar uma num monte da freguesia de Vaqueiros perguntei à utilizadora, como se chamava aquele “utensílio”. A resposta foi rápida - uma fornilha. Pensei, será termo importado ou influenciado pelos vizinhos espanhóis que estão relativamente perto e duas zonas separadas pelo Guadiana mas que tiveram muitas relações de trabalho e mesmo consanguíneas. Fornilha, possivelmente em vez de Fornalha.

A designação de fornalha ou de fornilha, ajustava-se bem ao seu desempenho.

Desejando agora voltar ao assunto, até porque os poucos exemplares existentes deixaram de funcionar e por isso são removidos na primeira oportunidade, comecei por perguntar num monte da freguesia de Alcoutim, como se chamava aquilo. As pessoas responderam-me todas o mesmo: PILHEIRA!

Ao dizer-lhes que a designação de pilheira nada tinha a ver com as outras que eu conhecia e que já referi nesta página, acrescentando que me tinha sido referido como fornilha, o que no meu entender, mais se ajustava, disseram-me que aqui, foi sempre PILHEIRA.

Só depois descobri a analogia. É que esta pilheira muitas vezes era feita no prolongamento dos piais (poiais) onde se colocavam os alguidares de barro para lavar a louça e onde eram empilhados, isto é, encostados à parede para escorrerem. Possivelmente virá daí o termo.

Entrámos depois na sua funcionalidade.

Por estas bandas e possivelmente por todo o concelho, todas as famílias possuíam este “governo” que utilizavam principalmente nos meses mais quentes de Verão.

Estamos a anos luz da electricidade, gás de botija era coisa desconhecida e o pouco petróleo que se comprava tinha por destino os candeeiros de chaminé de vidro para a iluminação e em substituição das antigas candeias abastecidas por azeite, ou para uso de candeeiros para ir ao palheiro tratar do gado.

Era a lenha que produzia a energia necessária para a confecção das refeições, para o aquecimento das casas e para aquecer o forno para cozer o pão semanalmente.

A lenha grossa era pouca, principalmente originária de alguma árvore que secou ou então de alguma limpeza (desbaste). A mais utilizada era a proveniente de mato, nomeadamente a esteva que se trazia diariamente para casa, em faxinas, carregando os burros.

Depois era colocada no monturo onde se ia buscar para o que fosse necessário, mas tomando em conta que quem não poupa lenha, não poupa nada que tenha, como diz o povo no seu rifão.

Nos princípios do século passado as refeições eram feitas na casa ou “casinha do fogo”, onde a um canto se fazia o fogo. Levantava-se uma telha de canudo para facilitar a saída do fumo que é sempre incomodativo. Só as pessoas mais abastadas tinham já uma chaminé, tipo alentejana.

Nos meses quentes do ano e para evitar que a casa do fogo ficasse muito quente, os alcoutenejos começaram a fazer o fogo na rua e nos piais (poiais), engendraram um local onde pudessem fazer o fogo, começando por delimitar um espaço que consideravam suficiente, construindo duas pequenas paredes, espaço que foi evoluindo com a colocação de uma espécie de telhado para proteger o local e uma chaminé por onde saía o fumo. A esteva estava ao lado para ir mantendo a combustão.

Muito mais tarde e em novas pilheiras deste tipo, acabaram por Abril um espaço, na parte inferior onde se colocava a lenha.

Era aqui que se confeccionavam as refeições, umas vezes as vasilhas postas directamente em contacto com o fogo, outras com o auxílio da trempe ou do triângulo, conforme a vasilha e o que se confeccionava.

Fazia-se o café ou aquecia-se a água na chocolateira e a panela de barro onde se faziam os “jantares”, era posta logo pela manhã para ir cozendo o grão ou feijão e onde depois se juntaria a carne e outros ingredientes.

Entrando em completo desuso, acabaram por ser substituídas, nalguns casos, por grelhadores de fabrico prévio, de um formato com a mesma inspiração e que se destina, como o nome indica, a grelhar peixe ou carne.

sábado, 16 de maio de 2009

Jovens alcoutenejos, hoje entre os 35 e 45 anos!



Jovens alcoutenejos hoje com cerca de 35/45 anos!

Quem os conhece nesta foto tirada na Rua de S. Salvador na Vila de Alcoutim?

Aproveitaram o acesso à velha forja, hoje desaparecida para se agruparem para a foto de “família”.

Estávamos em Fevereiro de 1976.

Uns, continuam na vila trabalhando em vários ramos, (eles e elas) outros, que constituem a sua maioria estão espalhados pelo país exercendo as mais diversas actividades.

Desconhecendo a de todos e até havendo quem não consigo identificar, poderei dizer contudo que temos aqui vários licenciados.

Há gente na área da medicina, farmácia, informática, comércio, serviços administrativos, eu sei lá.

Pergunto mais uma vez, quem os conhece?
A Câmara Escura de hoje é um pouco diferente do habitual

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A freguesia de Alcoutim, pequenos estudos monográficos sobre os seus "montes".

Depois de no nosso trabalho Alcoutim, Capital do Nordeste Algarvio (Subsídios para uma monografia), 1985 onde referimos com o que nos foi possível, todos os montes da freguesia, continuámos as nossas investigações no sentido de aumentar o nosso conhecimento sobre os mesmos.

A partir de 1989 começamos a publicar na imprensa regional estudos mais completos sobre as pequenas povoações que constituem a freguesia do concelho de Alcoutim (além de outras distribuídas pelas várias freguesias do concelho) e até 2006 conseguimos dar a público seis trabalhos, alguns repartidos por vários números de jornais.

Com a criação do blogue ALCOUTIM LIVRE, que ainda não tem um ano de existência, publicámos mais cinco estudos, completando toda a freguesia, ainda que o Montinho das Laranjeiras, Laranjeiras, Guerreiros do Rio e Álamo o tivessem sido num único artigo englobando a designação de Montes do Rio.

Por aqui se pode ajuizar o interesse do blogue ALCOUTIM LIVRE.

Lamento que talvez a maioria dos meus leitores não tenham acesso às novas tecnologias.

Para possíveis interessados aqui deixo a relação dos artigos publicados com as indicações que julgamos úteis.


RELAÇÃO

CORTES PEREIRAS
1989.12.28 - A Capela de S. Martinho e as Cortes Pereiras (Jornal do Algarve)

SANTA MARTA
1990.04.26 – A Capela de Sta. Marta (a velha) e o “monte” do mesmo nome na freguesia de Alcoutim. (Jornal do Algarve)

AFONSO VICENTE
1995.01.26 – Afonso Vicente (Alcoutim), um “monte” do nordeste algarvio. (Jornal do Algarve – Magazine)


[Monte de Afonso vicente]
VASCÃO
1999.04.15 – De Fonte Almece a Vascão (achegas para o seu conhecimento). Jornal Escrito.

CORTE DA SEDA
2000, JN/DEZ – Corte da Seda (Alcoutim) de ontem e de hoje. Revista STILUS.

MARMELEIRO
2008, FEV, MAR. e ABR. – O monte do Marmeleiro. Um lugarejo próximo da vila de Alcoutim. Jornal do Baixo Guadiana.

MONTES DO RIO
2008.06.23 – Os Montes do Rio, recanto aprazível do concelho de Alcoutim. Blogue ALCOUTIM LIVRE.

PALMEIRA
2008.07.12 – A Palmeira (os seus filhos para descansar arrancavam pedras). Blogue ALCOUTIM LIVRE.

CORTE TABELIÃO
2008.08.06 - CORTE TABELIÃO (entre os Ribeiros dos Ladrões e do Alcoutenejo). Blogue ALCOUTIM LIVRE.

CORTE DAS DONAS
2008.12.15 – Corte das Donas, monte de nome pomposo. Blogue ALCOUTIM LIVRE.

BALURCOS
2009.03.21 a 2009.03.25 – Balurcos, um conjunto de núcleos populacionais que foi sempre importante no contexto concelhio. Blogue ALCOUTIM LIVRE.


[Monte do Deserto(Balurcos), 2009, Foto J.V.]

TORNEIRO
2009.04.16 – O Monte do Torneiro, subsidiário dos Balurcos. Blogue ALCOUTIM LIVRE

terça-feira, 12 de maio de 2009

Alcoutim e os blogues


[Alcoutim, o Guadiana e Sanlúcar]

A moura do castelo velho de Alcoutim - http://moura-do-castelo-velho.spaces.live.com

Corte-Tabelião - http://corte-taleliao.blogspot.com

Olhares sobre Alcoutim - http://moura-do-castelo-velho.blogspot.com

Património Cultural de Alcoutim - http://alcoutimpatrimonio.blogs.sapo.pt

Um Monte do Interior Algarvio - http://alcariaalta.blogspot.com

Um olhar sobre Alcoutim - http://visitaralcoutim.blogspot.com


São seis os blogues que apresento por ordem alfabética, que tenho detectado e pretendem transmitir algo sobre Alcoutim mas é possível que existam mais.

Aqui encontrareis de tudo, como é natural, desde a cara tapada até à escondida ou camuflada e à aberta.

Dos mais elevados propósitos aos mais banais, de tudo podemos encontrar.

Penso que todos eles merecem pelo menos uma visita para uma análise. A escolha é vossa.

Dois deles têm por base um monte, o que não deixa de ser engraçado.

Fizemos uma pequena pesquisa em Castro Marim e só encontrámos um e referente a um partido político, em Vila Real não consegui ver nada mas Mértola tem alguma coisa com algum estofo.

domingo, 10 de maio de 2009

CORREIO DAS LEMBRANÇAS



É natural que a maioria dos meus visitantes/leitores não se tenha apercebido da existência de uma nova ligação que o ALCOUTIM LIVRE sugere.

Desta vez não é um qualquer blogue que sugiro, o que faço pelos mais diferentes motivos que certamente quem seguiu a ligação notou.

Desta vez trata-se de um segundo blogue da minha responsabilidade que tem por título CORREIO DAS LEMBRANÇAS.

Tal como o nome das pessoas, os títulos não aparecem por aparecer, têm sempre uma razão.

CORREIO DAS LEMBRANÇAS a única semelhança que tem com o ALCOUTIM LIVRE é que são da responsabilidade da mesma pessoa.

No CORREIO DAS LEMBRANÇAS republicam-se artigos que ao longo dos anos tenho publicado no CORREIO DO RIBATEJO onde continuo a colaborar.

Os escritos por lá não se perdem, chegam sempre e não ficam esquecidos nas gavetas!

Quando não são publicados nesse número, por absoluta falta de espaço, acabam por sê-lo no seguinte.

Dá gosto pertencer à “Família do Correio do Ribatejo”.

Quem visitar o ALCOUTIM LIVRE e desejar dar uma vista de olhos no CORREIO DAS LEMBRANÇAS, é só clicar no “ligação” não fixará desiludido.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Marina Ramos Themudo


[A Prof. Doutora Marina Ramos Themudo quando se aposentou]

Pequena Nota
Ainda que em “Alcoutim, Capital do Nordeste Algarvio (subsídios para uma monografia), 1985 eu tenho referido, nas Figuras em Destaque três personalidades na altura em grande actividade e que infelizmente só resta uma, é meu hábito fazê-lo em relação àqueles que já fizeram a sua passagem entre nós.

Como é hábito dizer, só as excepções confirmam as regras e assim vai acontecer mais uma vez.

E qual a razão para que isso aconteça?

É que, Marina Ramos Themudo, por mais que se possa dizer, é até hoje e que seja do meu conhecimento, a única doutorada que nasceu na vila de Alcoutim!

Esta pequena nota biográfica de uma figura que dá prestígio a Alcoutim, possivelmente será diferente de todas as outras que tenho escrito até agora.

Pela velha amizade que nos liga, criada por “Alcoutim”, antes de a publicar, dei-lhe prévio conhecimento.

Podemos igualmente acrescentar que é mais um extracto da 2ª Edição de “Alcoutim, Capital do Nordeste Algarvio (Subsídios para uma monografia)” que como os meus leitores sabem, continua em preparação
.

JV


Comovida e reconhecidamente li, deliciada, o belo livro que amorosamente compôs sobre a minha terra.
... ... ...

Deixei-a com três anos de idade. Desses meus primeiros tempos de vida restaram umas vagas memórias de passeios ao campo com as irmãs mais velhas (...) cruzadas com a recordação da viagem da partida de barco noite dentro, rumo a Vila Real de Santo António. E durante muitos e muitos anos, a minha terra natal, construiu-se, apenas, a partir das recordações, sentimentos e profunda saudade dos irmãos que por lá haviam deixado os melhores momentos da sua meninice. (1)
... ... ...
... Alcoutim. Uma paixão comum, e de que natureza! Para mim, uma espécie de “Paraíso Perdido” do qual restam algumas reminiscências. Sobretudo, o metro-padrão sensorial pelo qual toda a experiência posterior obteve a sua medida - foi a escrita das primeiras impressões, a segunda ligação cósmica após a ruptura do cordão umbilical. Uma verdadeira “instrução dos sentidos”, que ali começou. Nas passagens breves pela minha terra, eu sei sempre o que originariamente teceu a minha pele, a raiz estruturante de todas as ausências futuramente sentidas.


[Marina Themudo em Alcoutim]

... Foi a mais “bonita” prenda, (2) que recebi, de há muitos anos a esta data. Não é, certamente necessário dizer-lhe como seguimos - eu e a família - religiosamente em silêncio, o olhar atento e curioso da câmara, deslizando de mansinho pelas casas, ruas, montes e água de Alcoutim e San Lucar.
Com essa idade (três anos) saí de Alcoutim e só voltei trinta anos depois. Mas a família não deixou nunca morrer a lembrança e, através dos meus irmãos e das suas recordações, eu fui mitificando o lugar. (3)
... ...

Parafraseando o poeta, peço-lhe que “passe por mim” nos lugares da minha terra e leve-lhes o meu olhar. (4)



Quem acabou de ler estas palavras é capaz de ter ficado um pouco confuso. São pequenos extractos de três cartas que a alcouteneja Doutora Marina Themudo teve a amabilidade de nos endereçar. Eu penso que elas traduzem bem, e mais exemplos podíamos dar, do verdadeiro sentido filial e de amor, apesar do seu afastamento físico, que mantém com a terra que a viu nascer.

Que palavras tão belas e significativas! Só por elas e segundo a nossa concepção, “merecia” englobar as nossas “figuras”. Mas não é só isso. Marina Ramos Themudo atingiu um grau académico acima do normal, sendo por isso razão de destaque



Nasceu em Dezembro de 1934 na vila de Alcoutim.

Filha de José Themudo que exerceu vários anos as funções de Secretário de Finanças neste concelho e de D. Marina do Carmo Ramos Themudo.

Saindo de Alcoutim com três anos de idade, motivado pela vida profissional de seu pai, acompanha-o por onde passou, desde o Algarve a Trás-os-Montes.

Matriculou-se na Escola do Magistério Primário de Bragança e termina o curso na de Vila Real.

No ano lectivo de 1954/55 exerce funções docentes numa escola do concelho de Chaves. Entretanto lecciona e orienta estágios pedagógicos nas escolas anexas da Escola do Magistério onde iniciou o curso. Para se aproximar de Coimbra, concorre e é colocada numa escola do concelho de Albergaria-a-Velha.

Apesar de leccionar sessenta crianças das quatro classes, prepara-se para realizar provas correspondentes ao Curso Complementar dos Liceus (6º e 7º Ano) no Liceu de Aveiro.

No ano de 1959/60, matriculou-se como voluntária, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, para frequentar o Curso de Filosofia que veio a terminar em Outubro de 1964. Nesse período acumulava a docência da escola oficial com a do ensino particular, no colégio de Albergaria-a-Velha.

Pede entretanto licença ilimitada da função pública para exercer a tempo inteiro funções docentes no ensino particular, leccionando as seguintes disciplinas: Língua Portuguesa e Literatura Portuguesa do 6º e 7º Ano e Filosofia dos mesmos anos. Anteriormente tinha leccionado a disciplina de História Universal e de Portugal, durante quatro anos.

Iniciou em Outubro de 1973 o Estágio Pedagógico no Liceu Nacional de Aveiro, que viria a terminar em Julho de 1974. Em Janeiro desse ano apresentou a sua tese de licenciatura, tendo sido aprovada com a classificação de 16 valores.

A 2 de Janeiro de 1975 tomou posse do lugar de Equiparada a Assistente além do quadro, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, depois de ter pedido exoneração do cargo que exercia no Liceu Nacional de Aveiro.


[Marina Themudo quando leccionava na Universidade de Coimbra]

No ano de 1980 passou à categoria de Assistente, além do quadro, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo tomado posse em 2 de Outubro.

Na Universidade Católica de Louvain-la-Neuve, com o auxílio de bolsas de estudo, realiza estudos com vista ao seu doutoramento.

Em 27 de Julho de 1988 prestou provas de doutoramento em Filosofia, defendendo uma tese subordinada ao tema: Ética e Sentido - Ensaio de Reinterpretação do Tractatus Logico - Philosophicus de Ludwg Wittgenstein, que foi aprovado com distinção e louvor por maioria.

Em 9 de Setembro tomou posse do lugar de Professora Auxiliar do Grupo de Filosofia.

É nomeada em 6 de Outubro de 1997 definitivamente Professora Associada da mesma Faculdade.

Em 1998 é membro não só do Instituto de Estudos Filosóficos, mas também do Instituto de Estudos Jornalísticos, onde rege respectivamente as cadeiras de “Axiologia e Ética” e “Ética da Comunicação” e o Seminário de “Ética e Deontologia de Comunicação”, no âmbito do Mestrado em “Comunicação e Jornalismo” do qual foi Directora.


[Casa onde viveu em Alcoutim, a família Themudo]

É autora de vários estudos, que vem publicando desde 1974, ano em que assina, para a revista Biblos da FLUC, o artigo “Função epistemológica e estatuto ontológico das ideias e das noções no imaterialismo de Berkeley”.

As publicações posteriores centram-se sobretudo, nas áreas de Axiologia e Ética e Filosofia da Linguagem, entre as quais se destaca o volume: Ética e Sentido – Ensaio de Reinterpretação do Tractatus Logico-Philosophicus de Ludwig Wittgenstein, Almedina, Coimbra, 1989.

Encontra-se desde (2000) na situação de aposentada.

A Professora Doutora Marina Ramos Themudo tem muita honra em ser alcouteneja e Alcoutim deverá honrar-se de ter uma filha desta estirpe.

NOTAS

(1) - Carta datada de Coimbra a 12 de Junho de 1987.
(2) - Uma simples “cassete vídeo” reproduzindo Alcoutim na sua totalidade e algo de Sanlúcar.
(3). Carta datada de 30 de Junho de 1992.
(4) - Carta datada de Coimbra a 13 de Abril de 1993.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Lembrando um Amigo. Manuel Carvalho, um algarvio que nunca deixou de ser minhoto

(Publicado no Jornal do Baixo Guadiana, nº 84, de Abril de 2007, pág. 11)

Pequena Nota:
Se estivesse entre nós, faria hoje 84 anos. Teríamos, como era hábito, almoçado juntos.
A horta nunca mais foi o que era no tempo dele.
Estava sempre em cima do acontecimento. Não lhe passava nada.
Aqui o lembramos mais uma vez.
JV




No dia de Natal do ano transacto, logo pela manhã o telefone tocou e do outro lado do fio a notícia estridente fez-se ouvir com todas as características próprias da comunicação de uma morte.

Levantei-me, um duche rápido, mal almocei e pus-me a caminho de Afonso Vicente pois ainda são cerca de quatrocentos quilómetros a percorrer.

Tive de andar cem quilómetros para encontrar gasolina à venda e ainda pensei em ficar pelo caminho.

Galgando os quilómetros a velocidade moderada a “cassete” que se tinha instalado no meu cérebro começou a desbobinar.

Ainda que o seu estado de saúde se considerasse grave, não esperava que o desenlace fosse tão rápido, até porque me mantinha actualizado relativamente à situação.

De tudo admitia que pudesse morrer, menos daquilo que o vitimou!

Não me lembro de uma pessoa tão cuidadosa com a alimentação, peixe grelhado ou cozido, verduras e muito pouco sal. Bacalhau era o seu prato favorito mas muitíssimo bem dessalgado. Nada de gorduras animais, de presuntos ou enchidos. Álcool, só em dia de festa e um copinho da Hortinha das Lajes. Provava-o sempre, mas em todo o ano não bebia seis copitos!

O fumar, há muito tinha acabado! Não faltava a uma consulta ou a um exame médico. À mais pequena coisa procurava o clínico. Não se esquecia de tomar a sua medicação. MAS PARA MORRER, É SÓ PRECISO ESTAR VIVO, como diz o povo, no seu saber!

Manuel Carvalho era um verdadeiro alcoutenejo, ainda que não tivesse nascido neste concelho serrano, pois viu a luz do dia na freguesia de Molares, concelho de Celorico de Basto, distrito de Braga.

Seus pais eram caseiros na Quinta do Campo, no lugar do Tojal e tiveram prole razoável., tendo Manuel nascido naquela quinta em 1925 e ser conhecido por Manuel do Tojal. Fez a 4ª classe sem dificuldades na escola de Molares, para onde se deslocava diariamente, aprendia com facilidade mas não era aluno aplicado, como nos dizia.
Depois e até “à vida militar” trabalhava para a casa ajudando os pais que apesar de caseiros, a vida era bastante dura como nos contava pois do produzido muito pouco ficava para eles.

Aprendeu assim todos os trabalhos do campo que nunca esqueceu e que relatava com minúcia fazendo a diferença do que encontrou por estas paragens.

Era um exímio contador de histórias, transmitindo os factos com grande realismo. Tinha-as muitíssimo engraçadas e ao contá-las, fazia-o de maneira que se via que era verdadeira. Depois, rematava com as suas conclusões, umas vezes a seu favor, outras contra.

Faz a recruta e a escola de cabos na cidade do Porto, em Cavalaria, e passa por Chaves, regressando ao Porto onde foi impedido do Comandante da Região Militar.
Em 11 de Outubro de 1946 faz parte da coluna revolucionária que sai do Porto, comandada pelo tenente Fernando Queiroga e que é detida na Mealhada pelo Ministro Santos Costa.

Ainda esteve uns dias detido em Coimbra com os outros camaradas acabando por ser libertado, só havendo penalizações para oficiais e sargentos.

Contava-nos o acontecimento com muita graça pois quase não vai na coluna. Pararam para ele entrar e aproveitou a boleia, não sabia ao que ia. A maioria dos veículos ia ficando pelo caminho avariada!

Só depois se apercebeu onde se tinha metido!
Após o cumprimento do serviço militar, regressou à Quinta do Campo mas deixando já feito o requerimento para o Recrutamento da Guarda Fiscal.

Pouco tempo depois é chamado para a prestação de provas de que fica aprovado, passando depois ao período de formação, sendo considerado apto é colocado no Batalhão com sede em Évora, acabando por vir para a Secção de Alcoutim, sendo colocado, se a memória não me falha, no posto do Barranco do Álamo.

Pouco tempo depois acaba por casar com uma alcouteneja, no monte do Vascão e onde lhe nasce o filho.

Após concurso é promovido a 1º Cabo e colocado num posto da área de Aljezur mas logo que lhe é possível aproxima-se de Alcoutim.

Entre outros, exerce funções no posto dos Salgueiros, que comanda, no Pomarão, na Mina de S. Domingos e em Mértola.

Regressa a Alcoutim passando à reserva quando comandava o posto da vila.

Tal como os alcoutenejos do seu tempo, Manuel Carvalho aprendeu a fazer um cesto de cana, uma cadeira de fundo de tabua, a enxertar zambujeiros de garfo ou carteta e amendoeiras de canudo, a jogar “os três setes” ou a amanhar barbos.

Por outro lado teve de pôr de parte o caldo de couve com broa a que estava habituado ou o bacalhau frito com ovo na consoada, adaptando-se às açordas e gaspachos, às migas (que sabia fazer), às sopas (de muge, de tomate, de toucinho, de alhos areios, etc.) e aos jantares de grão, feijão ou couve.

Manuel Carvalho viveu cerca de sessenta anos em Alcoutim e ainda que tivesse habitação própria em Faro, não foi capaz de lá viver. Pelo que já escrevi e pelo que ainda escreverei, não é blasfémia chamar-lhe alcoutenejo. Ainda que já não oiça muito bem, tenho ouvido chamar alcoutenejo a gentes que lá não nasceram, não residiram com efectividade, que não conhecem o concelho, que a terra pouco lhes diz e que só lá vão em situações muito especiais, que me escuso de comentar. Para mim estas pessoas não devem ser tratadas por alcoutenejos. Respeitem aqueles que o são.

Manuel Carvalho foi um excelente caçador, sem dúvida dos melhores dos últimos cinquenta anos.

Sou do tempo em que ele abastecia a vila de caça! Quando ele não matasse, não matava ninguém!

Como tudo na vida, aquela propensão nasceu com ele e soube cultivá-la. Saber bater o terreno, ter resistência, bom ouvido, rapidez de reflexos, além de saber apontar com precisão, são factores que bem dominou nos seus tempos áureos.

Além da caça, gostava imenso de jogar às cartas, onde por vezes gastava tardes inteiras. Quando perdia, ficava doente! Por causa das cartas, era capaz de fazer um banzé, uma tempestade num copo de água! Era muito nervoso e fervia em pouca água. Os parceiros já o conheciam e desculpavam-no.

Há uma história com as cartas, passada com ele, que nunca esquecerei mas não a contarei aqui. Que a conte o seu parceiro, José Ribeiros, do Vascão.


Após a passagem à reserva foi eleito vereador da Câmara Municipal de Alcoutim, o que aconteceu em três mandatos, tendo assumido a Presidência quando o presidente perdeu o mandato.

Foi mandatário de Mário Soares quando este foi eleito Presidente da República e do PS em algumas eleições autárquicas.

Era militante do Partido Socialista.

Mas Manuel Carvalho não deixou de ser minhoto apesar de só ter vivido no Minho, cerca de 30% da sua vida! Todos os dias falava na sua terra e na família, nos seus amigos. Ainda recentemente tinha estado com um que não via há mais de sessenta anos!
Sabendo bem o sentido que ele nutria pela família, organizei a sua árvore genealógica completa e composta de seis gerações. Verifica-se que é tudo gente do concelho de Celorico de Basto, excepto um elemento que é do concelho vizinho de Cabeceiras de Basto. Ficou muito satisfeito com a oferta, acabando por decorar o nome dos seus ascendentes que não conhecia.

Recordava a sua mocidade, os trabalhos do campo, as feiras e as romarias de que ainda se lembrava bem das datas! Seguindo a tradição familiar, sabia defender-se com um pau, manuseando-o com destreza.

Ainda que já lá não tivesse família chegada, sempre que podia dava lá uma volta e dizia-me se lhe saísse o euro milhões ainda ia lá fazer uma casa.

Nunca disse o meu moço, como em Alcoutim se usa, mas sim o meu rapaz.
Nunca falava numa pessoa falecida sem dizer Deus lhe perdoe, hábito que trouxe das suas origens.

Nunca perdeu a pronúncia do norte!

E o dedilhar da viola, que nunca esqueceu, também tem lá a sua origem.

O ALGARVIO NÃO TRAIU O MINHOTO!

Manuel Carvalho não andou a penar esperando debilitado que a morte chegasse. Fez tudo o que gostava fazer praticamente até morrer. Conduziu, mexeu na horta, preencheu o boletim do euro-milhões e foi à caça trazendo três ou quatro peças!
Ele que nunca deixava de ler um meu escrito, que apreciava, não vai ler este que escrevi em sua homenagem.


[O "Feitor" não entragava a ninguém a tarefa da apanha da batata. Foi a última que realizou, em 2006]

Recordarei sempre o amigo com quem convivi relativamente de perto durante os últimos dez anos.

As dezenas de fotografias que possuo, ajudarão a recordá-lo com saudade.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Três Anos, Seis fases




Após o regresso das Caldas da Rainha.


Primeira prenda para o Bábá, Natal de 2006.


Natal de 2007. Com os meus tótós.


Puké ku Babá sta a rir? Isso não tem piada.


Micotinha charetando.



Tu és o meu bobozinho mas eu gosto mais de te chamar Bábá!
Muitas beijocas do babá e um xi do Antóno

domingo, 3 de maio de 2009

Tendendo o pão



A Câmara Escura de hoje apresenta uma ancestral actividade que hoje se continua a ter mas por processos industrializados.

Até ao 25 de Abril a vila recebia através da camioneta da carrreira duas ou três sacas de pão oriundas do Espírito Santo (Mértola).

Na aldeia de Martim Longo existiam meia dúzia de mulheres que se dedicavam à actividade para abastecimento da população e algumas unidades ainda chegavam à vila por intermédio do taxista que muitas vezes nos fazia esse favor.

Por todo o restante concelho quem quisesse comer pão e ele constituía a base da alimentação, tinha de o cozer.

Faziam assim, no seu dizer, “a amassadura da semana” e a experiência das mulheres que sabiam efectivamente aquilo que gastavam.

O forno era aquecido através de faxinas de esteva

Utilizavam o forno do monte (comunitário) ou qualquer outro existente e de que já restam poucos exemplares, à maneira antiga, quase todos em ruína.

O aparecimento das pequenas reformas, a falta da farinha visto ter-se começado a deixar de semear e a abertura de estradas e caminhos tudo transformou e os vendedores de pão começaram a chegar nas carrinhas aos mais afastados montes do concelho. Já deixaram de ir a alguns, pois já lá não vive ninguém!

Esta fotografia é de 1990 e o pão cozeu-se para satisfazer o desejo de uma amiga. Também comi dele e estava bom.

sábado, 2 de maio de 2009

Comemorar o 1º de Maio em Alcoutim - Para que conste


[1º de Maio de 2000. Assando sardinhas. Foto JV]

Ou foi em 1975 ou 1976, não tenho a certeza, que em Alcoutim se festejou, que eu saiba, pela 1ª vez, o 1º de Maio.

Os Festejos a partir dessa data parece que se têm realizado ininterruptamente.

Naturalmente que se foram ajustando no decorrer dos tempos o que é natural e salutar mas uma coisa não se deve perder, a essência da sua realização.

Nos anos 70 em Alcoutim, restavam a muito custo as Festas Anuais da Vila que um grupo de pessoas jovens dos poucos que existiam na vila iam teimosamente mantendo sem o mínimo auxílio camarário, que o não tinha para prestar e penso eu um ridículo auxílio do “Turismo” e pouco mais.

Ainda sou do tempo de se realizar um peditório pelo concelho e mandar circulares a pedir ajuda aos alcoutenejos ausentes, por aqui e por ali.

A Câmara Municipal tinha deixado cair os que foram movimentados mercados mensais.

Os bailes dos anos 40/50 de que fala o meu Amigo Eng. Gaspar Santos já não existiam.

O Entrudo só era lembrado pelas acções de Mestre Carlos ou da vizinha D. Hilária que mobilizava meia-dúzia de pessoas, incluindo crianças que se enfarranchonavam correndo as casas da vila procurando como é natural não serem conhecidas. O pior eram as crianças que iam chamando pelos adultos.

Os Santos Populares e As Maias não passavam de velhas recordações que os mais velhos referiam.

Não é para falar sobre isto que nos propusemos mas sim sobre o 1º de Maio.

Compilando alguns elementos que então escrevi direi que a população da pequena vila raiana se juntou na sua sala de visitas, que o cais novo do Guadiana constituía.

O núcleo local de um partido político pôs mãos à obra e consegue congregar parte da população. Faz-se um peditório que em pouco tempo recolheu umas centenas de escudos e em breve chegaram aos milhares, além da oferta de géneros.

As velhas meses de madeira das Festas, que tanto custaram pagar, foram previamente colocadas.

A um canto, um barril de vinho e uma caneca, quem quisesse, era só servir-se. Ao lado, dois brasidos feitos com lenha de azinho e de amendoeira e onde eram assados 10 kg de peixe (muge) , frango e borrego. Tomou conta da tarefa, que bem sabia efectuar, António Carlos Vicente (vulgo António Emílio). Encontrámo-nos num dos últimos 1ºs de Maio e ao lembrar-me do primeiro 1º de Maio estivemos a falar sobre o assunto, fazendo os nossos comentários e se analisámos as melhorias verificadas, não deixámos de comentar o que entendíamos conspurcar a ideia inicial.

Nesse 1º de Maio em cima das mesas encontravam-se cestas com pão cortado e espalhadas garrafas de refrigerantes para quem quisesse, nomeadamente as crianças, algumas delas estarão perto de ser avós!

Foi instalada uma aparelhagem sonora e um acordeonista tocava os seus números.

Conversava-se, comia-se e dançava-se! Lembro-me que das pessoas que mais dançou foi Francisco Gonçalves Barão que ainda tinha o pé bem leve e dançava bem, não tivesse ele sido um bom músico local.

Nessa altura os automóveis eram bem poucos e aos domingos e feriados a vila ficava adormecida. Como as repartições estavam fechadas ninguém lá ia.

Nesse dia, uma ou outra pessoa que tivesse aparecido, conhecida ou não, era convidada pelos que estavam festejando o 1º de Maio para descer e se associar à festa.

Este espírito de convidar quem aparecesse continuou nos anos seguintes pois a festa teve sempre um aumento significativo de visitantes.

Penso que em 2008 quando cheguei à vila por volta das dez horas, estava o cais completamente cheio de forasteiros bem instalados. Não havia um único lugar livre!

Em 2000 os festejos ainda foram razoáveis, apesar da muita confusão.


[O 1º de Maio em 2000]
Escrevo precisamente no dia 1 de Maio de 2009. Não sei como as coisas se passaram, mas pelo que vi nos últimos anos, não me parece que esta pequena festa que o 25 de Abril nos trouxe se tenha processado com o mesmo espírito com que a ajudámos a criar, e É PENA.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mês de Maio

EFEMÉRIDES

Dia?
1844
– Forte trovoada que se sentiu na freguesia de Martim Longo, nomeadamente nos montes da Barrada, Pêro Dias e Azinhal.

Dia 2
1302
– Carta de D. Dinis em que doava à Ordem de Santiago o padroado da Igreja de Alcoutim e das que viessem a ser construídas no termo sob proposta da mesma.





Dia 5
1539
– Alvará do Cardeal-Infante para se dar a Francisco de Alcoutim, seu escudeiro-fidalgo, 10 cruzados de mercê.




Dia 10
1997 –
É inaugurada a Capela do Pessegueiro com a presença do Bispo do Algarve, D. Manuel Madureira Dias,

Dia 12
1824
– Data do falecimento do capitão-mor de Alcoutim, José de Brito Magro que foi durante muitos anos Provedor da Santa Casa da Misericórdia e em cuja igreja ficou sepultado.

Dia 15
1873
– É solicitada uma estrada municipal de 2ª classe que partindo da vila seguiria por Corte Tabelião e Pereiro, a caminho de Giões.


1874 – A Câmara Municipal solicita a criação de uma comarca em Tavira e não mude para Vila Real ou Castro Marim.

Dia 16
1832
– O Decreto nº 23 coloca o concelho de Alcoutim na Província de Faro e na Comarca de Tavira.

Dia 18
1604
– É preso por ordem do Tribunal de Santo Ofício e por judaísmo, Tomé de Alcoutim, trabalhador, natural de Évora e irmão de Maria de Alcoutim. Foi solto em 19 de Janeiro de 1605, beneficiando de um Breve do Papa Clemente VIII.

1851 – É aprovada uma Postura sobre Colmeias.

Dia 19
1539 –
Alvará do Cardeal-Infante para se dar a Francisco de Alcoutim, escudeiro-fidalgo de sua casa, 6.000 réis de sua moradia,

Dia 21
1896
– Lei que passa a freguesia de Odeleite do concelho de Alcoutim para o de Vila Real de Sto. António.

Dia 22
1923
– Nasceu em Alcoutim José Hermógenes Duarte do Rosário.




Dia 25
1872 –
Data do falecimento do P. António José Madeira de Freitas (tio) que paroquiou a freguesia de Alcoutim de 1835 até esta data.



Dia 28
1671
– É preso João de Moías por ordem do Tribunal do Santo Ofício, acusado de judaísmo, casado, natural de Alcoutim, filho de Fernão Miguel e de Ana Morais.


Dia 29
1666
– Schomberg à frente das tropas portuguesas, ocupa o Castelo de Sanlúcar do Guadiana.