quinta-feira, 21 de maio de 2009

As caçoilas



Os dicionários identificam como vaso de barro para cozinhar.

Foi muito usada na serra algarvia, nomeadamente no concelho de Alcoutim e hoje, naturalmente, como acontece à maioria dos objectos de barro, está posta de parte devido à concorrência movida por outros materiais que postos em comparação no binómio preço-duração, ficam em desvantagem.

Ao barro, seguiu-se o esmalte, depois o alumínio, a seguir o plástico e agora o inox. Oferecem vantagens e desvantagens de vário tipo mas o custo tem sempre um peso extremamente importante.

A artística profissão de oleiro vai desaparecendo no decorrer dos tempos.

As caçoilas, como já se disse, são vasos de barro para cozinhar.

Havia-as dos mais variados formatos, tendo por origem Serpa, Redondo e Martim Longo.

As provenientes de Serpa, eram mais caras segundo a nossa informadora, pois os oleiros vidravam-nas por dentro, enquanto com os do Redondo isso não acontecia.

Os comerciantes de Martim Longo preferiam as olarias de Serpa, enquanto os de São João dos Caldeireiros, optavam pelas do Redondo.

Estas louças chegavam aos montes do concelho de Alcoutim através dos comerciantes já referidos, que as transportavam em burros, acondicionavam em palha e alojavam em gorpelas.

O dinheiro era pouco e a comercialização feita muitas vezes através da troca, de trigo, centeio, milho, tremoços, ovos ou qualquer outro produto que os serranos possuíssem
e tomando em consideração o seu valor.

Nestes objectos faziam-se as grandes fritadas nas “matações” do porco e os guisados, nomeadamente os ensopados de borrego.

Já poucas caçoilas existirão pelo concelho de Alcoutim e vai escasseando quem as conheça e saiba definir.