domingo, 3 de maio de 2009

Tendendo o pão



A Câmara Escura de hoje apresenta uma ancestral actividade que hoje se continua a ter mas por processos industrializados.

Até ao 25 de Abril a vila recebia através da camioneta da carrreira duas ou três sacas de pão oriundas do Espírito Santo (Mértola).

Na aldeia de Martim Longo existiam meia dúzia de mulheres que se dedicavam à actividade para abastecimento da população e algumas unidades ainda chegavam à vila por intermédio do taxista que muitas vezes nos fazia esse favor.

Por todo o restante concelho quem quisesse comer pão e ele constituía a base da alimentação, tinha de o cozer.

Faziam assim, no seu dizer, “a amassadura da semana” e a experiência das mulheres que sabiam efectivamente aquilo que gastavam.

O forno era aquecido através de faxinas de esteva

Utilizavam o forno do monte (comunitário) ou qualquer outro existente e de que já restam poucos exemplares, à maneira antiga, quase todos em ruína.

O aparecimento das pequenas reformas, a falta da farinha visto ter-se começado a deixar de semear e a abertura de estradas e caminhos tudo transformou e os vendedores de pão começaram a chegar nas carrinhas aos mais afastados montes do concelho. Já deixaram de ir a alguns, pois já lá não vive ninguém!

Esta fotografia é de 1990 e o pão cozeu-se para satisfazer o desejo de uma amiga. Também comi dele e estava bom.