sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Adelino Cândido Brak Lamy


Adelino Cândido Ferreira Brak-Lamy nasceu em 1 de Fevereiro de 1855 na Vila de Castro Marim quando seu pai era Governador Militar desta Praça e seguiu a carreira das armas.

Assentou praça em 1871 e já alferes, é admitido no Batalhão de Caçadores da Rainha e prestou serviço no Paço.

Prestou serviço em Tavira, Lagos, onde casou, Faro e Castelo Branco; quando se dá a Implantação da República, comandava o Regimento de Beja, onde mandou logo içar a bandeira republicana, já que professava essa ideologia.

Motivos de saúde evitam que tivesse feito o tirocínio para oficial-general, acabando a sua carreira militar como coronel.

Foi da sua presidência o Tribunal Militar que julgou os monárquicos que momentaneamente implantaram a Monarquia do Norte.

Mesmo depois de reformado em 1925, continuou a prestar serviço no Quartel-general, tendo sido Presidente do Tribunal Militar até aos oitenta anos.

Quando era capitão, publicou a História do Regimento de Infantaria nº 15, unidade militar sedeada em Lagos desde 1806, e Manual para a Instrução da Cabos e Soldados de Infantaria.
Possuía entre outras condecorações os graus de Oficial e de Cavaleiro de Avis e a medalha de Comportamento Exemplar.

Faleceu a 9 de Abril de 1938.

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http://radix.cultalg.pt

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol.V

Quem Foi Quem? 200 Algarvios do século XX, Glória Maria Marreiros, Edições Colibri, Lisboa, 2000

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Alcoutim nos anos trinta do séc. passado



Este Bilhete-Postal é o mais antigo que conheço de Alcoutim. Tem por título ALCOUTIM – Vista parcial e Rio Guadiana.

Datará de finais dos anos trinta do século passado pois o designado cais novo (1944) ainda não aparece, nem sombras do seu trabalho.

São notórios o quartel da extinta Guarda-Fiscal (de cor escura), a habitação de Francisco Alho Xavier, que mantém a mesma traça, a casa que foi do pescador Manuel Balbino, a Casa dos Condes, a Capela de Sto. António, o telhado das antigas escolas e a Casa da Família Pinto. Do lado esquerdo uma casa que ruiu há muito mas que ainda a conheci com as paredes de pé.

Como se vê, muito pouco se modificou.

A Edição é da LOJA POPULAR DE ÁLVARO DUARTE, Vila Real de Santo António.

Este postal foi-me oferecido por um conhecido logo após a saída do meu livro, Alcoutim, Capital do Nordeste Algarvio (Subsídios para uma monografia), 1985.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Madeiras, pequeno monte na margem da ribeira de Odeleite



Nas nossas lides de escrevinhador, já abordámos, a nível individual, se a memória não nos falha, três montes da freguesia de Vaqueiros. O primeiro foi “A Capela de S. Bento e o Monte de Alcaria Queimada”, em 26 de Julho de 1990, no Jornal do Algarve (Magazine), o segundo já neste blogue, “Pão Duro, pequena povoação da freguesia de Vaqueiros”, em 19 de Novembro de 2008 e agora é o terceiro.

Saímos de Vaqueiros, sede de freguesia do monte que procuramos,rumando ao sul pela estrada 505. Ao primeiro cruzamento voltamos à direita e se percorrermos cerca de três quilómetros entramos na freguesia de Cachopo, mais propriamente chegamos ao monte de Amoreira.

Mas não é esse o nosso destino. Na estrada que estamos referindo podemos encontrar, para nós, uma das melhores vistas de todo o concelho de Alcoutim, que se espraia para o sul, numa imensidão que não se alcança.

Um pouco antes deste maravilhoso miradouro, encontramos à esquerda a estrada municipal nº 1049, hoje pavimentada o que não acontecia quando por lá passámos. É por ela e sempre a descer que vamos ao encontro do Monte das Madeiras. Na altura era ladeada por um esteval compacto. A inclinação acentuava-se. Uma curva apertada e ao fundo do vale da ribeira de Odeleite, lá está a pequena povoação.

Uma velhota guarda uma cabra à beira do caminho e um cão protege ambas. Placas indicativas de couto cinegético.

O monte situa-se junto à ribeira tendo a norte uma excelente várzea que se encontrava toda agricultada. As árvores eram poucas.

Agora que chegámos, salta-nos à vista uma boa vinha tratada e aramada como há anos era impossível ver.

Existia placa toponímica mas já em estado pouco perceptível. O decorrer dos anos foram-na deteriorando.

A estrada, do entroncamento até ao “monte”, deve ter cerca de quatro quilómetros.

A ribeira de Odeleite faz aqui impressionantes curvas para vencer as montanhas que pretendiam evitar o seu percurso, de tal forma que quase desaguava nela própria, depois de descrever uma curva de quase 360o!

É muito larga e quando a passámos tinha bastante água, ainda que a maior parte do leito estivesse de cascalho à vista que só será mexido no Inverno, na época pluviosa que provoca grandes ribeiradas já que o declive do terreno e a sua constituição geológica originam um rápido escoamento e os barrancos depressa engrossam, correndo céleres para as ribeiras.

Depois de contemplarmos o local foi fácil compreender porque o homem aí se instalou desde tempos recuados, já que perto se encontram vestígios de uma povoação islâmica. (1) É que o homem ali conseguia sobreviver, tinha água com abundância todo o ano, o que é fundamental para a vida, terrenos produtivos e facilidades de pastoreio.

Em 1771, Manuel Fernandes, da Das Madeiras, com se indica, fazia o seu manifesto de gado constituído por reses (gado bovino).

O telefone chegou em 1988 (2) e os arruamentos tiveram lugar em 1993. (3)

Para resolver o problema da passagem da ribeira, a Câmara, em fins de Setembro de 1988 concluiu um pontão que veio facilitar o acesso a várias povoações (4) e por onde passámos sem problemas.

Em 1758, segundo as Memórias Paroquiais, que constituem as respostas que os párocos deram ao questionário sobre as suas freguesias, indica como sendo povoação que “consta de três vizinhos”, ou seja, com três fogos e do termo de Alcoutim. Com igual número é indicado “Alcarias Galegas” que eu penso tratar-se do monte do Galego e que no século XIX era designado por Casa do Galego. Duvido que presentemente este monte tenha algum habitante permanente.

O “monte” foi sempre pequeno e em 1839, Silva Lopes não refere o seu número de fogos, tal como faz com outros de menor dimensão, referindo-o contudo como casal que confina com a freguesia de Cachopo. Reparar que o presidente da Câmara desse ano, é referido como das Madeiras para não se confundir com outro, do mesmo nome, mas da Fonte Zambujo e que era vereador na mesma altura.

No Censo Populacional de 1991, além da aldeia, aparecem designadas onze povoações com o seu número de habitantes, sendo neste grupo a menos habitada o Fortim, com 16. Estão contabilizados contudo e com a indicação de isolados, 243 habitantes nos quais se incluíram o deste monte. Presumo que o seu número fosse inferior a dezasseis visto ser o menor número apresentado.

Esta situação de habitantes isolados aparece em todas as freguesias do concelho mas é nesta em que o seu número é maior.

Segundo informação prestada por quem o conhece bem, o “monte” teria em 1998 seis ou sete fogos habitados, além de um ou outro emigrante que construiu habitação mas que ainda permanece no estrangeiro. É habitado, segundo aquele nosso informador por “caseiros” que exploram a Herdade do Barranco da Cerva que domina a povoação. Esta propriedade tem os seus senhorios que são vários, espalhados pela freguesia.

Em 21 de Janeiro de 1886 é feita nesta zona uma montaria aos lobos que devastam os gados em grande número e até aterrorizam os habitantes. O círculo vem fechar ao Barranco da Cerva, onde estará uma bandeira hasteada. (5)

O topónimo parece não oferecer grandes dúvidas. Madeira é ainda hoje um nome de família extremamente vulgar em Alcoutim, para não dizer em todo o Algarve, por onde se espalha. Eu conheci, em Alcoutim uma família deste apelido em que existiam quatro irmãs, que por acaso só uma casou e tendo as quatro uma vida muito ligada. Toda a gente as conhecia pelas Madeiras.

Pensamos que este topónimo terá tido uma origem semelhante e até tomando em consideração que foi e é uma zona rústica denominada por uma grande propriedade, o que impediu de certa maneira a fixação de mais pessoas.

No século passado a Família Gonçalves ou Gonçalves Teixeira (os apelidos confundem-se) dominava o “monte” e deviam ser os proprietários da falada herdade.

António Gonçalves ou António Gonçalves Teixeira, que presumimos ser a mesma pessoa, foi Presidente da Câmara de Alcoutim em 1839, no ano seguinte, Juiz de Paz de Vaqueiros, onde residia pelo menos em 1843 e vogal efectivo do Conselho Municipal. Por outro lado, Miguel Gonçalves, ou Miguel Gonçalves Teixeira, possivelmente da mesma família, foi Juiz Eleito de Vaqueiros, pelo menos em 1847, 1850, 1851 e 1858. Pertenceu igualmente à Junta de Paróquia de Vaqueiros em 1853/54 e foi também vogal efectivo ao Conselho Municipal.


NOTAS

(1) - Regulamento do Plano Director Municipal, Diário da República, I Série-B, Nº 285, de 12 de Dezembro de 1995.

(2)- Boletim Municipal nº 3, de Setembro de 1988.

(3)- Boletim Municipal nº 11, de Setembro de 1992.

(4)- Boletim Municipal nº 4, de Abril de 1989.

(5) “O lobo - devastador dos rebanhos alcoutenejos no século XIX”, José Varzeano, in O Distrito de Faro de Fevereiro de 1996.

sábado, 24 de janeiro de 2009

A capela de S. Domingos na aldeia de Giões



As ruínas da ermida de S. Domingos situam-se fora da aldeia, mas perto dela, numa pequena elevação, passando-lhes perto a actual estrada para Clarines.

Foi igreja matriz até 1565, ano em que já se encontrava numa fase adiantada a construção da actual.

Em 1534 é descrita como tendo paredes de pedra e barro, rebocadas, duas portas em alvenaria, a principal com ferrolho e a lateral com fechadura.

Era madeirada de castanho e de telha vã.

Interiormente, um arco de alvenaria e no altar-mor, como não podia deixar de ser, a imagem do padroeiro. Pinturas na parede do Espírito Santo com Nª Senhora e os Apóstolos, como se usava na época.

Dois altares colaterais de alvenaria. No do lado do Evangelho, estavam pintados Nª Senhora, Santa Ana e Santo António, e no da Epístola, Santa Bárbara.

No cruzeiro, um crucifixo e outras imagens igualmente pintadas.

Possuía pia baptismal de barro e uma pequena de pedra, para água benta.

Sobre a porta principal, um campanário de tijolo, com um bom sino.

Trinta anos depois, na descrição feita pelos “visitadores” da Ordem de Santiago, à qual estava sujeita, as diferenças encontradas não são muito significativas.

Paredes, telhado, arco cruzeiro, altar de alvenaria e a imagem de S. Domingos estavam na mesma, a diferença é que naturalmente estava tudo mais velho pois já se tinham passado trinta anos!

Diz-se que para ir ao altar subia-se um degrau de alvenaria. É-se mais preciso indicando a porta principal de pedraria e redonda, formato que ainda é nítido nas suas ruínas, tendo desaparecido a pedraria, certamente para aplicação noutro lugar.
Ainda se mantinha a porta lateral e faz-se referência à existência de três botaréus em cada uma das paredes laterais.

O campanário já não tinha sino!

Foi mordomo da ermida, Afonso Fernandez, morador na aldeia, que tinha à sua guarda vários bens móveis, desde utensílios de altar, do culto, vestes sagradas e de altar.

Parece-nos de interesse transcrever as determinações feitas pelos visitadores, em 1566.

Por acharmos que os fregueses desta freguesia tem obrigação ao corregimento desta hermida por aver sido da sua matriz, mandamos aos elegidos e aos morodomos que a repairem do madeiramento e telhado e concertem o ladrilho e de marquem o adro ao redor com marcos que bem posão ser visto para que não se entremetão os vezinhos a lavrarem nelle o que comprirão com pena de dez cruzados, ametade para os cativos e a outra ametade para o meirinho da Ordem. (1)

Não conhecemos o resultado destas determinações, revelaram-nos contudo que o templo era ladrilhado e que havia que ter cuidado com o adro, sendo implícito a aplicação de coimas.

Sabemos que a Confraria de S. Domingos foi-se mantendo e em 1727 o retábulo do altar foi pintado. Contudo, em 1745 “a ermida do Santo está cahida” e a Imagem é transferida para a igreja matriz.. (2)

As Memórias Paroquiais (1758) informam que a aldeia tem uma ermida do Senhor São Domingos e acrescentam que em alguns dias acodem em romagem algumas pessoas que têm padecido de sezões, terçãs, ou quartãs por ser nesta freguesia e seus arredores o Santo Advogado contra as referidas enfermidades.

A Câmara, em correição pelo concelho em Janeiro de 1843, na passagem por Giões, determina que “o caminho que vai da Ermida de São Domingos para a Parochia, deve ser feito pelo Povo, por diante da cerca de José Pereira”. (3)

Nos finais da década de trinta dos nossos dias ainda era um templo conservado ao culto mas por volta de 1957, segundo testemunha ocular e porque a capela já estava em ruína, S. Domingos foi levado em procissão para a igreja matriz, onde ainda se encontra.

Ao ser verdade o que nos informaram, depois de 1745 a imagem teria regressado ao seu lugar na ermida, possivelmente após alguma reparação. Em 1957 teria efectuado o regresso definitivo.

O que resta? O que ainda existe?

O amplo adro onde além dos enterramentos se juntava o povo em romaria e as quatro paredes que têm aguentado com “resignação” as intempéries.

Já por duas vezes ouvimos falar na sua reconstrução, a primeira em 1990 e a segunda mais recentemente, mas... até agora nada de concreto e não tardará muito que o seu estado seja semelhante ao da Capela de S. Martinho, nas Cortes Pereiras.

A Revista Municipal, Alcoutim, nº 11 de Janeiro de 2005, traz na página 23 uma fotografia das ruínas com a seguinte legenda:- Capela de S. Domingos, edifício a recuperar em Giões. Já se passaram praticamente quatro anos, mas ainda nada se vê. Possivelmente dentro de pouco tempo virá à “baila”.

É assim que se preserva o património construído!

NOTAS

(1) - “Visitações” da Ordem de Santiago no Sotavento Algarvio, Hugo Cavaco, Vila Real de Santo António, MCMLXXXVII.

(2) - A Escultura de Madeira no Concelho de Alcoutim do séc. XVI ao séc. XIX, Francisco Lameira e Manuel Rodrigues, Faro, 1985.

(3) – “Irá sair das ruínas a Ermida de São Domingos na aldeia de Giões (Alcoutim)?, in Jornal do Algarve de 1 de Novembro de 1990.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Um conto de reis versus cinco euros

Pequena Nota:

Esta rubrica do blogue tem tido pouca adesão apesar das nossas diligências nesse sentido.

Pretendíamos apresentar maneiras de escrever diferentes e de versões observadas pelos prismas que cada um utiliza.

Além do que aqui escrevemos, temos tido o cuidado de convidar este ou aquele amigo mas a verdade é que a nossa missão não tem sido fácil por motivos que não vou explicar ou tentar fazê-lo.

Como dissemos na APRESENTAÇÃO deste blogue, a grande percentagem de texto e ilustrações teriam a ver com Alcoutim e o seu concelho, admitindo esporadicamente como já tem acontecido, textos que nada tenham com este binómio.

Uma das excepções por nós utilizada tem a ver com as FIGURAS que não são exclusivas de Alcoutim e que abrimos ao Baixo Guadiana.

Este nosso Amigo, que pelo menos já visitou Alcoutim por três vezes, à nossa solicitação ficou meio embaraçado visto não lhe ser fácil escrever sobre Alcoutim, apesar do traquejo que tem de escrita em variadíssimos jornais diários e regionais.

Fique à vontade, disse-lhe, que não sendo possível escrever sobre Alcoutim, que escrevesse o que quisesse.

Aqui apresento o texto que teve a amabilidade de nos enviar e que marca sem qualquer dúvida a sua maneira de escrever em funções daquilo que “vê”.

Agradecendo-lhe, fazemos votos para que nos possa brindar com outros textos.


Escreve

Fernando Lino


Numa terra bué-re-re de longe havia um reino, o reino de Cacatim. Este topónimo derivava do nome do rei Cacatim, que tal como em Marco de Canavezes dava a sua graça quer ao castelo, quer à rua principal do povoado e ainda ao campo de torneios medievos, que se enchia com os súbditos de todo o reino, uma vez por ano, sempre na segunda sexta-feira de Setembro.

Cacatim era um reino deprimido, onde poucos eram os rebentos humanos que nasciam e muitos aqueles que abandonavam estas terras ou deixavam este mundo na esperança de outro melhor. Não havia indústria artesanato ou comércio, que pudesse fazer evoluir uma urbe tão ao género dos contos de Charles Dickens, em que uma corte hegemónica, tudo secava à sua volta qual eucalipto australiano. Mas ai de quem criticasse este estado de coisas, as perseguições seriam acto contínuo.

Todos se vergavam perante D. Cacatim com receio de represálias e de que os empregos junto da coroa, quase a única oferta que havia, se fechassem aos familiares daquele que ousasse afrontar D. Cacatim. Até um velho republicano de fama que ultrapassava o reino de Catatim, se tinha rendido aos encantos de sua majestade. Apenas um cronista, de seu nome Fernão Serrano, insistia em se rebelar contra esta pasmaceira em que se tinha transformado este território sob os hospícios de el-rei D. Cacatim. O pobre do cronista até foi alvo da ira de D. Cacatim, na forma de um edital régio, que o zurzia e acusava de ser o comandante da ala traidora anti-Cacatim.

O rei em nome do progresso do reino, nada fazia, mas era prol na distribuição de almoçaradas e unguentos pelos súbditos. Entre as suas ideias mais populares pontuavam a de oferecer um tratamento para a sarna a todos aqueles que daquela maleita sofressem ou ainda a de criar uma praia de águas paradas para todos aqueles que tivessem uma pele sem patologias. E assim alcançou fama nos reinos contíguos sendo-lhe dado o cognome de D. Cacatim, “O Penso Rápido”, pois os seus projectos eram um misto de imediatismo, mediatismo e vacuidade.

Um dia chegou ao reino, um reputado dramaturgo italiano de seu nome Nanni Moretti, juntamente com o seu grupo de teatro. Trazia com ele uma peça para apresentar no dia de festas do reino, a tal segunda sexta-feira de Setembro.

O palco foi montado no rossio e toda a população se entusiasmou com esta iniciativa inaudita no reino. Chegado o dia, a praça estava repleta e a história era sobre um tirano que com papas e bolos enganava os tolos. Mas por fim, a grei tomava consciência de um princípio universal, justo e revolucionário: o de que a soberania reside no povo. Após esta tomada de consciência, a plebe revoltava-se e corria com o tirano. O nome desta peça que tanto fez pensar toda a assistência e também a D. Cacatim, que da varanda do seu palácio a escutava, era “O Caimão”.

O rei após a representação teatral, mandou de imediato correr com o dramaturgo, o grupo de teatro e os seus pertences e ainda ordenou que dali em diante nunca mais se abrissem as portas aos saltimbancos, pois eles poderiam trazer novas ideias perniciosas ao reinado de D. Cacatim.

Mas o povo ficou a pensar…
Moral da história: Há cataratas tão ilusórias, que deixam o homem cego.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Princesa Zita chegou ao seu reino!


Foi no passado dia 13 que pelas 21 horas “aterrou” no Hospital de Santarém esta mariazita que apareceu um pouco antes do que era esperada.

O que tem a ver a Maria Zita com Alcoutim? O simples facto de ser a 10ªsobrinha, num dos seus ramos, do responsável por este blogue.

Neste “ramo”, espera-se por um rapaz há mais de quarenta anos, mas a verdade é que ainda não foi desta, o que nem pensar, tirou o entusiasmo de toda a família ao recebê-la.

Ao comentar o facto com uma das suas tias-avós, afirmou-me que a família, por este lado, sabia muito bem o que fazer e assim saía sempre “pessoal”de primeira qualidade (leia-se, do sexo feminino)

Esta minha sobrinha-bisneta, a segunda nesta “categoria” e a nona seguida no ramo, pesava 2,750.Kg e media 0,46 m encontrando-se, tal como a mãe, de boa saúde.

Espero e desejo que venha a conhecer Alcoutim, como acontece com o s seus avós maternos que por aqui passaram em viagem de núpcias e com os pais, irmã e mais família materna que, com alguma frequência por aqui passam.

Tal como a mana Francisca que num dia intensamente cálido de Verão, aqui tomou banho de mangueira e defendeu os domínios do tio dizendo ao “intruso” que esta casa não é tua e é uma apreciadora de “costas” regionais que o tio lhe vai levando quando pode, espero que a Maria Zita por cá apareça e que tenha um “comportamento” semelhante à mana.

A Francisca, de sete anos, está eufórica com a mana, ainda é cedo para aparecerem as turras.

Aqui deixamos as nossas felicitações a todos os familiares, manifestamos a nossa satisfação e permitam-me que deixe um beijinho muito especial a sua avó materna, minha querida sobrinha-comadre.

sábado, 17 de janeiro de 2009

O topónimo Alcoutim e a sua explicação controversa



Em tempos remotos, chamava-se Alcoutinium (!) o que, querem alguns, parece confirmar a sua existência no tempo dos romanos.

É tradição que os árabes a denominavam Alcatiã, em português alcateia que significa manada ou rebanho de gado. Também se traduz por alcateia de lobos, devido talvez à existência desses animais carnívoros na serra que lhe fica próximo. (1)

Pinho Leal tem uma posição, ainda que com a mesma base, um pouco diferente. Afirma ele:- É certo que antigamente se chamava Alcoutinium, o que induz a crer que já existia no tempo dos romanos. Parece que os árabes lhe chamavam Alcatiã, donde nós fizemos alcateia que significa manada ou rebanho de gado. Também significa alcateia de lobos e talvez seja isto por haver então muitos lobos na serra próxima.
Aqui estamos nós num dilema.
É indubitável que antigamente se escrevia Alcoutinium. Esta palavra leva-nos a crer que é romana. Por outro lado, Alcatiã é incontestavelmente árabe. Se os nomes fossem muito diferentes, diria que os árabes a crismaram; mas nada, a causa é com toda a probabilidade, a mesma. E então, ou a palavra era romana (hum!) e os árabes a africanizaram, ou ignorou-se o nome que teve no tempo dos romanos (se é que já existia) e o Alcoitim é corrupção de Alcatiã
.
E continua Pinho Leal:- Nada prova, em minha opinião, onium. Todos sabem que, desde o tempo dos Godos e ainda no dos nossos primeiros reis, tudo o que era oficial se escrevia em latim (macarrónico) e já se vê que para alatinizar Alcoitim se dizia Alcoutinium. (2)


Em volume apêndice da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, apresenta-se um estudo sobre o topónimo dizendo que Pinho Leal faz sobre o assunto as mais estrambólicas considerações que as modernas publicações continuam a repetir.
E escreve o colaborador da Enciclopédia: É provável que em Alcoutim apenas a sílaba inicial mostre o arabismo: al-coutim. O segundo termo deve ser um vocábulo romance, de uso moçarábico ... ... como em muitos outros casos toponímicos ... ... quer influenciado pelo árabe quer plenamente romance, forma proclítica de coutino (> coutio), de “couto”, al-coutino > al-coutim, de que há casos análogos no norte do País ... .
Alcoutim... devia significar o pequeno couto
, conclui o autor. (3)

Segundo José Pedro Machado, o topónimo talvez se decomponha em al+Coutim, forma românica, por Coutinho? (4)
Nas redondezas, próximo de Afonso Vicente, um marco geodésico situado a 250 m., é conhecido por Coutim, dizemos nós e que nos parece enquadrar-se bem com o que se defende nesta tese.

Garcia Domingues (5) garantia que a actual designação Alcoutim teria sido atribuída pelos árabes que com isso queriam dizer a dos cónios ou dos cunetes AL-KUNATIN pois há quem levante a hipótese de localizar Conistorgium em Alcoutim. (6)

Segundo Batalha Gouveia, Alcoutim sob o ponto de vista geográfico, está situada na vertente oriental de um monte cuja falda termina na margem do rio Guadiana. E continua Batalha Gouveia:- Fronteiro a Alcoutim, na margem espanhola do rio, existe o “pueblo” de San Lúcar, um nome de origem céltica de fala gaélica (irlandesa), significativo de luz (Dwelly, Gaelic-English Dictionary). Ao invés de Alcoutim, a vila de San Lucar está edificada na encosta virada ao poente de um monte em cujo cimo alveja um castelo.

Estamos assim na presença de duas povoações fronteiriças, uma situada numa encosta virada para o lado nascente – Alcoutim – e outra para o lado poente – San Lúcar. Ora como o conceito de luz (Lúcar) é oposto ao de sombra (Alcoutim) será que o topónimo Alcoutim terá algo a ver com a pouca luz solar que em San Lúcar abunda? Faz-se assim mister precisar esta dicotomia “luz-sombra” a fim de poder responder a tão curiosa questão. A disposição geográfica” luz/sombra”destas duas vilas raianas, assemelha-se aos redondéis das praças de toiros, caracterizados pelos lugares “sol/sombra”.

Alonga-se o autor noutras considerações, procurando sempre justificar o binómio sol/sombra. Pretende que tivesse sido primeiro chamada Alqatim, donde nós aportuguesámos Alcoutim. Qatim em árabe significa sombrio, opaco, escuro.

E são estes os pontos de vista do etimologista. (7)

Como vedes, não há propriamente unanimidade de opinião.

O topónimo Alcoutim não é exclusivo da pequena vila raiana. Na cidade de Évora havia e pensamos que ainda existe uma rua com este nome, curiosamente o foral manuelino de Alcoutim foi concedido nessa cidade.

No concelho de Leiri


a, freguesia de Maceira, existe uma povoação com a mesma designação o que acontece também a um pequeno lugar na freguesia de Cumeada, concelho de Sertã.
Teria o topónimo sido levado por alcoutinenses para aquelas paragens?

O plural de Alcoutim existe em Lisboa podendo-se levar em consideração que terão residido ali pessoas oriundas do concelho.

Alcoutinas é igualmente o nome de uma rua da cidade de Elvas que poderá ter a ver com mulheres ligadas a Alcoutim, vila. (8)

NOTAS

(1) - Lendas, Historietas, Etimologias Populares..., Alexandre de Carvalho Costa, 1958, pág. 98.

(2) - Portugal Antigo e Moderno, A.S. Barbosa de Pinho Leal, Vol 1, 1873, pág. 81

(3) - Volume 37, pág. 893.

(4) - Vocabulário Português de Origem Árabe - Editorial Notícias – 1991, pág. 51

(5) –“ Ossónoba na Época Árabe”, em Anais do Município de Faro, Vol. III, Faro, 1971

(6) – “Toponímia e História”, Cónego José Cabrita, in Correio do Sul , Faro 1970.
(7) –“Alcoutim e Fuseta, Temas etimológicos investigados por Batalha Gouveia” in Postal do Algarve, Tavira, de 18 de Janeiro de 2001.
(8) -Dicionário Onomástico, Etimológico da Língua Portuguesa, José Pedro Machado., 2ª Edição, 1993, Vol I, pág. 83.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Informação Necessária

Consideramos conveniente dar uma informação-explicação para a diferença que certamente os nossos visitantes-leitores, verificaram na produção de escritos neste blogue, durante muito tempo praticamente diária o que motivou um acréscimo considerável no contador.

Por enquanto, e quanto possa parecer, ainda não é a falta de assunto o justificativo. Também a saúde não me falta por enquanto e encontrando-me num concelho onde os velhos, que é o meu caso, estão “livres”da gripe, estou “tranquilo”!

Calculam certamente que me encontro no concelho de Alcoutim e acertaram. Estou a cerca de oito quilómetros da vila e isso acontece desde o dia 6 do corrente.

Escrevinho esta informação-explicação junto a um “fogo” de lenha que me conforta, com um chão de ladrilho de quase setenta anos, paredes de “pedra e barro” caiadas e um tecto de “caniço”.Já não é muito fácil encontrar.

O sossego é absoluto, só oiço o crepitar do lume!

Se o telemóvel raramente tem rede, acontece o mesmo com a internet de banda larga pelo que se consigo “entrar” depressa “cai” e ando por esses xarases fora à procura de rede.

Não dá para efectuar as introduções que desejamos e temos em carteira! Necessitamos de nos deslocar a alguns quilómetros para que isso aconteça e lá, não temos a energia eléctrica, contamos só com a da bateria.

Está feita a devida explicação para quem nos procura, ainda que a esta se tenha que acrescentar a actividade que aqui desenvolvemos que nos ocupa praticamente o dia inteiro, o que nos é gratificante.

Apetece-me dizer que este monte que chegou a ter cerca de duzentos e cinquenta habitantes, está reduzido a onze! Normalmente são mais quatro ou cinco que esporadicamente aqui estão.

É do tipo de se querer ver uma pessoa e não se conseguir!

Não existe o barulho das discotecas nem dos automóveis, dorme-se tranquilamente!
Mas se temos necessidade que nos socorram, podemos gritar a todos os pulmões que ninguém nos ouve e o pior é que, se ainda tivermos algum tacto para o fazer, o telemóvel não tem rede! Mas só se morre uma vez! E morre-se muita vez junto do médico!

Quando ela vier, cá estaremos.

Espero que o blogue volte à normalidade para o mês de Fevereiro.

Com esta explicação aos meus visitantes-leitores, fico mais tranquilo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A aldeia de Martim Longo no decorrer dos tempos


Há mais de trinta e quatro anos assinámos num semanário do Algarve um pequeno escrito que se referia a esta aldeia e à freguesia de que é cabeça (1) e posteriormente mais um ou dois a ela dedicados.

Em todos os outros que tenho escrito e que se referem ao concelho em geral, seja em que aspecto for, a referência à aldeia de Martim Longo e à sua freguesia é certa e indispensável.

O escrito de hoje é-lhe inteiramente dedicado.

A aldea de Martim Longo é o primeiro lugar que se ofrece nesta volta que fazemos pelo sertão, do levante para poente; é lugar grande e abastado, porque tem boas terras de pão e de criações. É termo da vila de Alcoutim, nove léguas dela pela serra dentro. Haverá nela como quatrocentos vizinhos, muitos deles homens ricos pêra a terra e que acodem a qualquer rebate de Mouros não com menos concerto que os que moram na cidade. É a descrição que conhecemos mais antiga da aldeia e do último quartel do século XVI. (2)

Pouco depois e da autoria de Henrique Fernandes Sarrão, aparece-nos o seguinte: De Alcoutim para o ocidente cinco léguas está o lugar de Martim Longo. É de setenta moradores, muito aprazível, de muita caça. Tem dous poços d` água muito boa e muitas terras de pão. (2)

Em 1712 o P. António Carvalho da Costa informa: he lugar de muyto gado, colmeas , recolhe algum azeyte e muyta cevada. (4)
Mais de um século passado vamos encontrar a descrição que nos oferece Silva Lopes: Martim Longo, aldeia grande e rica, de 36 fogos com boas casas menos mal arruadas, situada a igual distancia de duas ribeiras, Vascão ao N., e Foupana ao S. já fora da serra, sobre huma collina, dominada de todos os lados por grandes alturas das quaes se descobrem várias povoações, a quatro léguas e meia O. do Guadiana. (5)

O Eng. Francês Charles Bonnet, escreveu (1850): Entre as aldeias situadas sobre este planalto (Cumeada do Pereirão) merece especial destaque Martinlongo, que é a principal, com uma população de 1855 habitantes. Este planalto produz muito trigo, mas não se encontra nele nenhuma árvore, sendo também rara a água potável. (6)

Passemos agora ao sempre consultado Pinho Leal que no Vol. 5 do seu Dicionário, escreveu: Martim-Longo, é uma grande e rica aldeia, com boas casas, e menos mal arruada, situada a egual distância de duas ribeiras; Vascão ao N., e Foupana ao S.
Está assente em uma collina, já fora da serra do Algarve, dominada de todos os lados por grandes alturas.
(7)
É notório que Pinho Leal se limitou a transcrever quase tudo o que já tinha dito Silva Lopes.
Pereira de Sousa (1919), navegando nas mesmas águas, escreveu: Aldeia grande, assente sobre os terrenos de Culm e situada numa colina, cercada de todos os lados por grandes alturas. (8)

Já nos nossos dias, (9) afirma-se: A aldeia desenvolveu-se a partir de dois pólos, situados quase nos extremos – a igreja paroquial (Nª Sª da Conceição) e a capela de S. Sebastião.
A capital desta região é a grande aldeia de Martim Longo (refere José Victor Adragão) (…) a povoação estende-se para os dois lados da estrada em alongada cruz e, em cada extremo, um núcleo de casas organiza-se em torno dos dois mais importantes templos: a Capela de S. Sebastião e a Matriz, dedicada à Senhora da Conceição. Um e outro patrono ocasionam festas de certa monta, com procissões que atravessam todo o povoado e que atraem camponeses e habitantes das aldeias vizinhas. No entanto, a grande festa é a do Corpo de Deus.
(…)
No meio da aldeia, onde alternam as grandes chaminés fronteiras à maneira alentejana e as platibandas em que o sotavento algarvio é tão próspero, ergue-se a capela do Espírito Santo, objecto de grande devoção popular
. (10)

Depois destas referências que fomos encontrando no decorrer dos tempos, teremos de dar a nossa visão.

Conhecemos a aldeia de Martim Longo há quarenta anos ficando com a ideia de se tratar de uma aldeia relativamente grande no seio da serra algarvia e principalmente da sua efervescência comercial, notada e mantida através dos tempos.

Na sua maioria com ruelas características da idade média, já se tinha transformado a Rua Direita na Rua Dr. Antero Cabral.

Operou-se esta iniciativa na década de cinquenta do século passado e por acção do dinâmico presidente da Junta de Freguesia, Artur de Moura, que sentiu grande apoio no Governador Civil de então e daí a colocação do seu nome na placa toponímica.

Às pequenas casas típicas da serra do Caldeirão e algumas ainda existentes, opunham-se os grandes edifícios demonstrativos de alguma opulência próprios de vilas e cidades e pertencentes de uma maneira geral aos comerciantes mais prósperos.

Naturalmente as pequenas casas de xisto foram-se modificando nestes últimos quarenta anos com a utilização de novos materiais e sistemas de construção, onde o saneamento básico causou forte impacto, hoje amplamente demonstrado.

Recentemente e na estrada nº 124 foram criadas duas rotundas que lhe dão um aspecto moderno.

No tocante à toponímia, a antiga Rua Direita, já assim a encontramos designada em 1843 e onde Pedro Matheus, capitão-mor, tinha uma arramada. Foi deliberado nessa altura que os poiais aí existentes fossem feitos com asseio e caiados, devendo ser demolidos todos os que de futuro não estivessem desta forma. Igualmente foi deliberado fazer-lhe a competente calçada com a colaboração dos proprietários que à sua conta faziam uma vara em frente das suas casas. (11)

Além desta rua havia a Rua das Lajes, referida em 1848, 1854 e 1858, a da Ladeira (1843) onde em 1879 é feita a calçada, (12) a Rua do Forno, cuja calçada foi feita em 1843 e que pelo menos em 1889 ainda era assim conhecida, a Azinhaga e a Travessa do Celeiro da Mitra, sendo reparada a calçada da mesma em 1858, as Ruas da Alagoa e do Espírito Santo (1870).

Além destes topónimos é referido com frequência o Sítio do Forte.

Em1979 uma rua mereceu tomar o nome de Coronel Figueiredo Valente, cuja placa elucida como grande amigo do progresso da sua terra e dos seus conterrâneos. No ano seguinte é a vez de Agostinho Francisco Ferreira, 1º cabo da G.N.R., assassinado no desempenho das suas funções.

Por volta de 1994, a Junta de Freguesia procedeu à colocação de placas toponímicas nas restantes ruas da aldeia, para o que, segundo nos informaram, convidou a população a pronunciar-se.

Só encontrámos a utilização de um antropónimo, a Rua Francisco Manuel Paulino. Enquanto nos dois casos já referidos se indica o tipo de figura homenageada, aqui isso não acontece. Parece-nos, se a memória não nos atraiçoa, que se trata de um antigo presidente da Junta de Freguesia que não era martim-longuense pelo nascimento. (13)



Preservaram-se certos nomes tradicionais, alguns que já referimos e assim, aparecem-nos as ruas da Ladeira, com travessa do mesmo nome, Poço Novo, igualmente com travessa, Poçanco (referência a um pequeno poço público já existente pelo menos no século XIX, da Fábrica, onde, segundo pensamos se situou uma moagem no primeiro quartel do século passado, de S. Sebastião, do Espírito Santo (cujas capelas existentes deram origem aos topónimos), do Poço Mal Acabado e do Poço do Gato (14), originadas pela existência desses produtores do precioso líquido, Rua do Celeiro (da Mitra, da Comenda?) e do Forte, igualmente com travessa, topónimo muito antigo mas que da sua origem nada conhecemos.

Outro filão explorado para a toponímia de Martim Longo foi os «montes» da freguesia. Laborato e Castelhanos têm a anteceder-lhe “Portas”, desconhecendo eu a razão para tal. (15)

De origem diversa encontramos a Travessa dos Abraços, Rua da Criança, Rua e Travessa do Casal Ventoso, Largo das Casas Baixas e Largo da Igreja.

A aldeia dista 30 km da sede do concelho, 8 de Vaqueiros, 9 de Giões, e 16 de Pereiro.
A capital do Distrito fica-lhe a 70 km e Lisboa a cerca de 240.


NOTAS

(1) “Martim Longo, aldeia de gente activa tem aspirações”, in Jornal do Algarve de 17 de Novembro de 1973.

(2) Corografia do Reino do Algarve, Frei João de S. José, 1577, em Duas Descrições do Algarve no séc. XVI, Manuel Viegas Guerreiro e Joaquim Romero Magalhães, Cadernos da Revista de História Económica e Social-3- Livraria Sá da Costa, 1983, pág. 57.

(3) História do Reino do Algarve (cerca de 1600), é a outra descrição referida no nº anterior.

(4) Corografia Portuguesa e Descrição Topográfica do Famoso Reino de Portugal, P. António Carvalho da Costa, Lisboa, 1712.

(5) Corografia ou Memória Económica, Estatística e Topográfica do Reino do Algarve, João Baptista da Silva Lopes, Lisboa, 1841, Edição de Algarve em Foco, Editora (1988), pág.399.

(6) Memória Sobre o Reino do Algarve, Descrição Geográfica e Geológica com estudo introdutório de José Carlos Vilhena Mesquita, 1990, pág. 112.

(7) Portugal Antigo e Moderno – Dicionário Geográfico, Vol. 5, 1875, pág. 101.

(8) O Terramoto do 1º de Novembro de 1755 em Portugal e um estudo demográfico, Francisco Luiz Pereira de Sousa, Lisboa, 1919.

(9) À Descoberta de Portugal, Selecções do Reader`s Digest, 1982, pág. 497.

(10) Algarve – Novos Guias de Portugal, Lisboa, Edição Presença, 1985, pág. 184.

(11) Acta da Sessão da Câmara Municipal de Alcoutim, de 13 de Janeiro de 1843 e realizada na aldeia de Martim Longo.

(12) Acta da Sessão da Câmara Municipal de Alcoutim de 27 de Novembro de 1879

(13) Pensamos que outras Figuras martim-longuenses podiam ter sido lembradas.

(14) Segundo nos informaram é um poço público de construção relativamente recente e que ficou conhecido assim por lá ter sido encontrado um gato que se afogou.

(15) Conheço na realidade várias Ruas com essa terminologia mas que só acontece em povoações amuralhadas e consequentemente com Portas, o que penso nunca ter existido em Martim Longo.

sábado, 10 de janeiro de 2009

O loendro, arbusto característico do concelho de Alcoutim


Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia das Ciências de Lisboa – Verbo, 2001, loendro é uma planta arbustiva da família das apocináceas (nerium oleander, Lin.), de flores cor-de-rosa dispostas em cacho e considerada tóxica, também conhecida por cevadilha e espirradeira. O loendro é espontâneo nas margens dos rios e dos ribeiros, no Alentejo e no Algarve.

Ao consultarmos o Dicionário da Língua Portuguesa “Editora”, 5ª Edição, 1977, encontramos outras designações, como adelfeira, adelfa, aloendro, eloendro, aloendreiro, landro e loendreiro.

Ainda que já não sejam poucas as designações para uma planta (não sei se existirá outra com tantos nomes), localizámos no dicionário Lello Universal, Porto, 1975 mais duas, rododendro e loureiro-rosa. Se não contou, conte, são doze as designações!

Este dicionário define-o como um arbusto de grandes flores cor-de-rosa ou brancas, dispostas em corimbos e considerada muito vulgar como planta ornamental, conhecendo-se três espécies da região mediterrânea e da Ásia.

Antes de chegar a Alcoutim, só conhecia o loendro como arbusto ornamental colocado nos jardins da minha terra natal. Significava para mim uma “flor”de jardim.

Quando há cerca de quarenta anos comecei a ter contacto com o concelho serrano do Caldeirão, reparei com admiração, na época própria (Junho e Julho), como numa zona tão seca, floresciam uns arbustos que vicejavam nos vales por onde correm em determinadas épocas do ano, as águas, ora de pequenas nascentes, ora do escorrer das encostas xistentas do “mar de cerros” que a serra algarvia constitui no dizer do grande geógrafo, Orlando Ribeiro.

Só então percebi que aquele arbusto era o mesmo que eu conhecia dos jardins da minha cidade, ainda que existissem algumas modificações que os homens ligados à ciência botânica e depois os jardineiros tivessem transformado com o sentido de fornecer plantas dobradas e mais chamativas.

Foi a altura de perguntar àqueles que sempre conviveram com ele “coisas” que eu desconhecia completamente.

Soube assim, aquilo que qualquer moço sabia, que nasciam por esses barrancos fora, sem ninguém os plantar, até porque não eram bem-vindos na maior parte dos casos, ou seja, disputavam as humidades e fertilizantes naturais às plantas cultiváveis ou a outras espontâneas que o homem aproveitava através da enxertia, como acontecia por exemplo com os zambujeiros transformados em oliveiras.

Ainda que a base da alimentação do alcoutenejo fosse o trigo, não podia dispensar a cebola ou o alho, os coentros, os tomates, algum pimento, as suas couves de rebolo, bem características e hoje quase desaparecidas e as batatas. Tudo isto em mini-produção que os lugares para o efeito eram reduzidos e de uma maneira geral afastados das habitações, construídas em pontos altos, onde a água não existia. Os pequenos hortejos que fabricavam junto dos barrancos onde as característica topográficas e de solo proporcionavam a acumulação de terra e a abertura de um pequeno poço que desse alguma água originando a indispensável rega. Mas alto lá, havia que combater desapiedadamente os loendros que nasciam nesses lugares propícios ao seu desenvolvimento. Eram as cavadeiras, os piques, os serrotes e o fogo os meios que o alcoutenejo utilizava para os combater. Ali não os queriam, que lhe roubavam o sustento das suas plantas, crescessem noutros lugares pois apesar de tudo, sempre necessitavam deles para algumas das suas necessidades, tudo o que nascesse espontaneamente teria de ter a sua aplicação para melhorar as condições de sobrevivência em zona de tão poucos recursos.

Ficando explicada as razões do combate ao loendreiro, iremos agora abordar as utilizações que o alcoutinense lhes dá ou deu.

A toxidade da planta não permite a sua utilização pelos animais de pastoreio e como não podia deixar de ser, pelos selvagens. O homem parece ser o seu único inimigo, isto não contando com pequenos insectos ou fungos que lhe poderão proporcionar a morte.

Os típicos caniços que constituíam quase exclusivamente os forros dos telhados, eram feitos com o precioso auxílio das varas de loendro que depois de rachadas ao meio serviam para ajustar e fixar as canas com a colaboração dos pregos.

Devido às características da sua madeira, cor, maleabilidade e resistência, era muito procurada para a confecção artesanal das típicas cadeiras, de todos os tamanhos e que faziam parte do “mobiliário”das habitações. Enquanto os pés e as costas eram quase sempre de loendro, as travessas que lhe davam equilíbrio e consistência, faziam-se de esteva ou de zambujo. Com o tampo de junça ou tabua, podia dizer-se que o material não tinha custo.

Era apanágio do homem completo, além de outras coisas, saber fazer uma cadeira, ainda que houvesse quem se dedicasse com mais assiduidade à sua confecção.

Segundo informação que retenho na memória, o loendro tinha de ser colhido em determinada época, só assim não “bichava”no futuro.

Em tempos mais recuados as mulheres queimavam-nos para aproveitar a sua cinza na barrela, ou seja na limpeza da roupa.

Nos pocilgos, os ramos eram utilizados para fazer “sombrachos” que protegiam os animais do sol. Eram igualmente utilizados com o mesmo fim para pessoas, coisas e animais.

Quando não havia outro meio, era o loendro que servia para atar uma faxina de lenha ou o enxerto de zambujeiro.

Os alcoutenejos também lhe conheciam as aplicações curativas, utilizando-o na extracção de calos e nas picadas de lacrau, segundo os meus informadores da altura e já lá vão umas décadas.

Hoje, raramente se faz um caniço, já não há cadeireiros em actividade, barrelas nem pensar nisso, porcos já não se criam, ninguém apanha uma faxina de lenha e os poucos enxertos que se fazem, são efectuados com corda, quando não com ráfia!

Não há muitos anos, praticamente ninguém se preocupava com o uso decorativo do loendreiro, ninguém perdia tempo com essas coisas. Só muito excepcionalmente isso acontecia.

Ainda que já se vejam pelo concelho alguns destes arbustos usados como ornamento de parques e jardins, penso que será possível investir mais nesta espécie tão característica.

Ao contrário do que muita gente pode pensar, a transplantação do loendro não é fácil.

A nível de literatura, encontrámos no conhecido Guia de Portugal, no Vol. II, de Raul Proença, 1927, pp 198 e 199, o seguinte texto (…) um raro e belo arbusto, a adelfeira ou loendro, enfeita os ribeiros com a sua folhagem lustrosa e as flores rosadas e brilhantes. Nos estreitos vales do Caldeirão, as linhas dos riachos e dos barrancos são verdadeiros jardinzinhos de loureiros-rosas, em Maio ou Junho todos floridos.

Muito mais recente é o que respigámos em Portugal Meridional, Gentes, tradições, fauna e flora de John e Madge Measures, 1995.

Os vales dos rios são geralmente bordejados de loendros que constituem um espectáculo inesquecível quando em plena floração, em Junho. Não deve esquecer-se também que estas plantas são muito venenosas e cada uma das folhas contém veneno suficiente para matar uma pessoa. (pág. 69)

Mais adiante, pág. 75, encontramos: Na Ribeira do Vascão cresce abundantemente o loendro, planta indígena que proporciona uma paisagem colorida em Junho e Julho, época em que as suas flores cor-de-rosa encobrem as folhas venenosas.

E por último, pág. 109 e já no concelho de Castro Marim, refere mais uma aplicação do loendreiro: Nos ribeiros perto de Azinhal, crescem loendros cuja madeira, dura mas leve, é trabalhada para fazer bilros para a renda.


Certamente que existirão mais utilizações deste arbusto venenoso característico do concelho de Alcoutim e de outros do Sul do país.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

As pilheiras



O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea – Academia das Ciências de Lisboa – Verbo, 2001, define pilheira como regionalismo, vão na parede, onde se arrumam vários objectos.

Os outros dicionários da língua portuguesa que consultámos, nomeadamente o de Domingos Barreira, 4ª Edição, 1984, Editora, 5ª Edição, 1977 e Torrinha, 1946, todos definem como cantareira aberta na parede.

A primeira que apresentámos é sinónima da comum aos outros dicionários, em que cantareira é substituída por vão.

Este regionalismo tem plena aplicação no concelho de Alcoutim visto ter sido um processo de arrumação muito utilizado pois as casas eram quase desprovidas de móveis e também não havia muito para lhe pôr: pelanganas, tigelas, púcaros alguidares e pouco mais.

Estas pilheiras tinham na parte cimeira uma pedra comprida de grauvaque e na base, onde se empilhavam (daí o nome) as peças, uma ou mais lajes afeiçoadas com barro misturado com areia recolhida no barranco mais próximo. Em melhores construções já aparecia o tijolo de burro que possibilitava uma estrutura diferente. Existiam também pilheiras para pôr os cântaros da água (de barro ou de folha zincada), isto nas melhores casas e em que muitas vezes a parte cimeira era feita em arco com o auxílio de aros de barril e canas.

Pilheiras das mais rústicas, já poucas existirão como se compreende. Há contudo quem não as dispensasse mas feitas em termos modernos, como não podia deixar de ser, que os mestres e materiais possibilitam.

Existe outro tipo de pilheira e foi esta que primeiro me chamou a atenção que só vi no concelho de Alcoutim e que não se encontra definida nos dicionários que consultámos.



Trata-se de uma pedra, normalmente de xisto, saída da parede, perto da porta e numa posição elevada. Não me esqueço que a primeira que me lembro de ter visto foi no monte da Corte da Seda e a minha curiosidade levou-me a perguntar para que era aquela laje saída da parede. A resposta não se fez esperar, dizendo-me que aquilo era uma pilheira e que se destinou, em tempos mais antigos, a colocar o tacho das papas para arrefecer pois ali estava mais protegido da bicharada, cães e gatos.

Com o decorrer do tempo verifiquei depois que a sua existência era vulgar pelos montes.

Das três que conheci em Afonso Vicente, ainda existem duas, apesar das moradias terem sido restauradas, os seus proprietários entenderam conservá-las como símbolo de um passado que é preciso preservar.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Alcoutim nas Gazetas da Restauração [1641-1648]


Esta Gazeta, em que se relatam todas as novas que houve nesta corte e que vieram de várias partes, teve início em Novembro de 1641 e foi a primeira publicação periódica existente em Portugal com carácter informativo. Tinha em linguagem de hoje, notícias do país e do estrangeiro.

Foi um meio habilmente utilizado pelos políticos de então com o fim de transmitir confiança e cimentar a independência nacional.

Em trabalho de compilação e anotação de Eurico Gomes Dias, intitulado Gazetas da Restauração [1641 – 1648] Uma revisão das estratégias diplomático-militares portuguesas (edição transcrita), Edição - Colecção Biblioteca Diplomática do MNE – Série A, com saída datada de Outubro de 2006, recolhemos estas duas pequenas notícias em que se fala de Alcoutim


NA GAZETA DO MES DE Mayo de 1642, a última notícia do Reino, refere-se a Alcoutim e é curiosa:

Nos vltimos de Mayo vindo alguns Barcos de trigo de Mertola para Alcoutim pello Rio arriba lhe sairam outros bem armados de Castelhanos sucedeo, que na Ribeira da parte de Portugal se achauão dous homens, & hum moço, que casauão, & vendo a contenda socorrerão aos barcos portuguezes tirando alguns tiros aos Castelhanos, que temerosos daquella defensa, ainda que tão piquena, se puzeraõ em fugida, & os nossos barcos vierão em paz ao porto.

Pelo que se lê, o gosto dos alcoutenejos pela caça já era patente nessa altura.

Igualmente nos interessa a notícia que nos dá a GAZETA DO MES DE IVLHO DE 1642. Diz assim:

A huma aldeã, que està entre Alcoitin, & Castro Marinho, vieram sinco barcos longos de Castelhanos, & saquearam huma ermida de Sancto Antonio, sem deixarem os sinos, nem as portas; & depois de queimarem algumas choças, que naquelle destrito hauia, se recolheram leuando o mesmo sancto com grande festa, & algazara, como que o leuauão cativo. Chegou isto à noticia de Dom Francisco de Castelo Branco; que estaua em CastroMarinho, & mandou logo meter huns mosqueteiros em barcos, os quaes sahiram ao rio, & tomaram tres barcos longos de Aiamonte, & dous de San Lucar de Guadiana, com a gente que hia nelles.
Estas escaramuças eram bem típicas de uma zona fronteiriça como esta, com acções deste tipo de ambos os lados.

Aqui fica este pequeno apontamento para os curiosos das coisas alcoutenejas.

sábado, 3 de janeiro de 2009

D. João I



Com a chancela de “Temas e Debates” está a sair esta magnífica colecção de REIS DE PORTUGAL, com direcção de Roberto Carneiro.

Volume de 448 páginas no formato de 17X25 tem uma riqueza de informação a que não estava habituado, tornando-se um excelente livro de consulta, segundo a minha modestíssima opinião.

Na parte central estão incluídas óptimas fotografias a cores de significativas passagens de um dos maiores reis que tivemos e iniciador da 2ª Dinastia.

Importantes mapas explicativos e árvores genealógicas possibilitam-nos uma visão mais aprofundada dos factos.

Além de fontes originais, apresenta uma extensa e erudita bibliografia.

O Índice Remissivo informa-nos que está referido o Tratado de Alcoutim (pp 34,36 e 400)

O trabalho teve o seu acabamento em Setembro de 2008.

É sua autora a Professora Doutora Maria Helena da Cruz Coelho.

É o terceiro volume que possuo da colecção e este tem a particularidade de me ter sido oferecido como prenda de Natal, pela minha neta, o que já fiz nele constar.

Espero que a chamada biblioteca da Casa dos Condes em Alcoutim venha a adquirir esta colecção para ilustração dos seus possíveis leitores.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O coiro do boi


A lenda de hoje é extremamente sucinta mas nem por isso deixa de ter interesse a sua referência.

Já lá vão mais de trinta anos que a ouvi contar e ainda há pouco tempo a ouvi referir novamente.

Para os lados de Afonso Vicente – Santa Marta, a caminho do termo de Mértola, entre o Curral das Palhotas e a Umbria das Casas, está enterrado o coiro de um boi cheio de libras ou moedas de oiro.

Seria pelo que se diz, uma fortuna descomunal que nenhum arado ainda conseguiu localizar, nem mesmo muito mais recente as máquinas agrícolas que por lá têm trabalhado.

Dizem os crentes que está bem mais fundo e daí ninguém ainda o ter encontrado, mas um dia quando menos se esperar, será!

Há quem afirme que isto é verdade, pois consta, como muitas outras coisas, do livro de São Cipriano que por aqui teve os seus acérrimos cultores, não há muitos anos.

O livro de São Cipriano era muito respeitado nesta zona e é um livro que grande parte da população mais idosa já ouviu falar e que de uma maneira geral respeitam.

Ainda não consultei o livro!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Mês de Janeiro

EFEMÉRIDES ALCOUTENEJAS

Dia 2
1786
- José Rodrigues Pereira é nomeado por carta de D. Maria I, Feitor da Alfândega da Vila de Alcoutim.

1878 – Toma posse do lugar de Presidente da Câmara de Alcoutim, Miguel Angel de Leon.



Dia 9
1304
– Foral concedido a Alcoutim por D. Dinis.

Dia 12
1863
– Portaria que declara descobridor legal da Mina da Cova dos Mouros, João José Viegas Teixeira.

Dia 13
1898
– Decreto que restaurou o concelho de Castro Marim, voltando a freguesia de Odeleite que tinha sido anexada ao concelho de Alcoutim, ao seu lugar de origem.

1917 – Decreto que determinou que as Ruas da Corredoura, da Misericórdia, a que corre ao lado norte da Praça e a do Conselheiro José de Beires, da Vila de Alcoutim, na extensão de 217 metros, ficam fazendo parte da estrada distrital nº 193, de Alcoutim ao Ameixial.

Dia 14
1868
– Decreto que suspende a última divisão administrativa e que restaurou, entre outros, o concelho de Alcoutim.


Dia 17
1840
– Francisco José de Barros é nomeado por carta de D. Maria II, professor proprietário da Cadeira e Ensino Primário da Vila de Alcoutim.


Dia 18
1880
– Reabre ao culto, depois do restauro a que foi obrigada devido à enchente do Gu
adiana de 1876, a Igreja da Santa Casa da Misericórdia.








Dia 24
1925
– Nasce em Alcoutim Rui Lopes da Trindade e Lima que foi brigadeiro do nosso exército e Comandante da Região Militar do Sul.





Dia 26
1999
– Falece em Lisboa, onde ficou sepultado, o Brigadeiro Rui Lopes da Trindade e Lima.

Dia 31
1823
– Grande enchente no Guadiana que causou enormes prejuízos na vila de Alcoutim.