domingo, 6 de julho de 2008
2 h e 40 m para percorrer 600 metros!
Esta nova rubrica, hoje iniciada, tem o intuito de chamar a atenção para situações que consideramos menos correctas e que poderão causar complicações para o cidadão comum.
Fazemos votos para que venha a ter pouco desenvolvimento.
2 h e 40 m para percorrer 600 metros!
A notícia já está um pouco madura mas é preferível ser só agora conhecida do que ficar na gaveta.
Desde há doze anos que me desloco, mês sim, mês não, ao concelho de Alcoutim, mais propriamente a um monte designado por Afonso Vicente e onde procuro libertar o espírito em actividades muito variadas e que de uma maneira geral nunca tinha praticado.
Esta aprendizagem, para quem está no declínio da vida, faz-nos esquecer aquela que desempenhámos no decorrer de trinta e seis anos e para a qual canalizámos todo o nosso esforço e capacidade e na qual nos sentimos realizado, nunca pretendendo trocá-la a qualquer outra, já que ela nos dava prazer.
No dia 21 de Abril último, por volta das nove da manhã partimos para mais uma longa viagem de quase 400 km.
Durante o trajecto, fazemos três ou quatro paragens para satisfazermos as necessidades que sentimos não esquecendo pequenos períodos de descanso.
Desejoso de chegar, quando deixei a E.N. 122, após a passagem por Santa Marta e fiz as primeiras curvas da E.M. 507, vejo ao longe a pequena povoação e disse para comigo: - Estou finalmente a chegar!
Quando cheguei ao pequeno desvio que me ia levar a minha casa, um senhor fez alto dizendo-me que não podia passar pois estava a ser colocado um novo tapete naquele troço de estrada. Ainda lhe disse que não existia nenhum sinal de trânsito proibido mas ele voltou a dizer que se avançasse, teria de voltar para trás. Perguntei se demoraria muito tempo, disse-me que podia dar uma volta e que logo passaria, agora era impossível.
Questionei o senhor dizendo que no meu longo trajecto tinha encontrado várias obras pelo caminho nas quais esperei alguns minutos pois só estava aberta uma faixa da estrada e aqui contra tudo o que é racional, fecharam as duas!
O que o senhor me respondeu, não o vou dizer aqui pois ainda que não tenha razão para não acreditar, não sei se corresponde à verdade.
O mais que lhe posso fazer, é mandar um homem com as coisas que aí tem e se podem estragar, a sua casa.
Para não estar ali esperando, resolvi dar um salto à vila, beber uma água fresca, dar dois dedos de conversa e depois regressar.
Para meu espanto o trabalho ainda não estava concluído e voltei a esperar e agora, naturalmente já mais irritado, pensei:- Então se há um incêndio no monte, por onde passariam os bombeiros? Se alguém necessita de ser socorrido, por onde passa a ambulância? Pelo que me era dado ver, era absolutamente impossível. Só de helicóptero!
Quando passei, depois de uma espera de cerca de duas horas e quarenta minutos e ainda com algum custo, disse para comigo:- Para mim foi “chato” esperar este tempo todo, mas se sucede alguma das hipóteses que referi, QUEM É QUE TINHA DE RESPONDER POR ISSO?
Felizmente que nada aconteceu de grave.
Eu disse ao senhor, que penso seria o encarregado do trabalho, que iria enviar o assunto para um jornal, o que não fiz por razões que não interessa explicar mas que aqui, poderá correr todo o MUNDO!
ALCOUTIM NÃO É SÓ DIFERENTE NO “BOM”, TAMBÉM O É NO “MAU”!