quarta-feira, 3 de setembro de 2008

João da Guarda Cabreira

Nasceu em Castro Marim este fidalgo, senhor dos morgados da Corte e do Patarinho.

Foi juiz hereditário da alfândega de Vila Real de Santo António e muito auxiliou o governador da praça na sua defesa contra os franceses.

É o chefe da revolta militar que em 21 de Junho de 1808 liberta a sua terra natal do domínio das tropas invasoras de Napoleão, tendo rechaçado no dia seguinte, com bocas de artilharia a tentativa de ocupação feita pelos franceses.

Apresentou-se depois ao capitão-general do Algarve, dispondo-se a marchar para onde fosse considerado necessário na luta contra o inimigo invasor e isto deixando o seu rendoso cargo.

É nomeado tenente-coronel agregado por patente de 2 de Agosto de 1808 e depois comandante do Regimento de Milícias de Tavira, o que aconteceu em 4 de Outubro de 1810.

Aqui serviu com muita honra e comportamento.

Tendo-se comportado com firmeza e boa conduta militar no sítio de Badajoz, foi louvado na Ordem de Divisão do general Hamilton, de 11 de Junho de 1811, sendo elogiado por esses e outros bons serviços em campanha.

Foi condecorado com o Laço da Restauração da Capital.

Transferido da arma de Infantaria para o Estado Maior do Exército do Reino do Brasil em 1 de Setembro de 1814.

É nomeado em 9 de Abril de 1829, governador do Forte das Maias, próximo da barra do Tejo.

Em 1834, certamente devido aos acontecimentos políticos e à morte de seu filho ocorrida na cadeia de Faro, emigra para Itália (Modena) onde veio a falecer em 1851.
No seu funeral foram-lhe prestadas as maiores honras militares, por ordem do principie soberano que efectuou todas as despesas, incluindo a da construção dum túmulo, isto segunda a informação prestada no jornal Messagiero, de Modena, de 27 de Janeiro de 1851.
Casou com Mariana Doroteia Correia da Silva.
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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. 5
A Invasão de Junot no Algarve, Alberto Iria, 1941.
História de Portugal, Joaquim Veríssimo Serrão, Vol. VII, 1984