domingo, 21 de setembro de 2008

Lutegarda de Caires



Nasceu em Vila Real de Santo António em 15 de Novembro de 1873 esta escritora e socióloga, de seu nome completo, Lutegarda Guimarães de Caíres.

Após a implantação da República é convidada pelo ministro da Justiça, a propor melhorias de carácter social.

Da sua pena saem vários trabalhos sobre a situação jurídica da mulher.

Os problemas prisionais merecem-lhe especial atenção. Neste sentido consegue a abolição da máscara penitenciária e do regime do silêncio.

É igualmente pela sua acção que as condições sanitárias das prisões das mulheres sofrem algumas melhorias.

Foi a percursora do “Natal nos Hospitais”.

No campo poético, onde igualmente se notabilizou, obtém em 1913 o 1º Prémio de Poesia nos jogos florais hispano-portugueses de Ceuta, com o soneto Florinha das ruas.

São da sua autoria, em verso, os seguintes trabalhos:
Glicínias (1910); Bandeira Portuguesa (1910); Papoulas (1912); Sombras e Cinzas (1916) e Violetas (1923). Por publicar ficou Anoitecendo.

Em prosa deixou:
Dança do Destino (contos), 1913; Pombas Feridas (misto de prosa e verso) (1914); Doutor Vampiro (romance) (1923); Palácio das três Estrelas (literatura infantil) (1930).
Nesta área, deixou inédito: Águas Passadas (novela); Árvores benditas e Nossa Senhora de Lurdes.

Lutegarda de Caíres abordou outras áreas da literatura. Assim escreveu, Vagabundo, libreto de ópera que subiu à cena em 1914 e mais tarde em 1931. Em teatro, deixou inédito Lenda de Guimer.

Faleceu em Lisboa no dia 30 de Março de 1935.

Tem desde 1937 o seu nome na toponímia vila-realense.



Em Fevereiro de 2008 é aberto na sua terra natal o 1º Concurso Literário, Lutegarda de Guimarães Caíres (prosa e verso) destinado a todos os alunos do ensino básico e secundário.

Junto ao Guadiana foi levantada uma estátua em pedra que a representa, homenageando-a.
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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. V