quinta-feira, 18 de junho de 2009

Dionísio Guerreiro

Algumas das últimas figuras alcoutenenses que temos vindo a referir, são-no pelo interesse local que podem despertar.

Em todas as pequenas terras houve famílias dominantes e que muitas vezes se cruzavam para cimentar o poderio.

Dominavam o sector económico, político, religioso e administrativo. Atingindo este objectivo naturalmente começaram a pensar em mais altos voos pelo que muitas se deslocaram para terras de maior amplitude, quando não para a capital, cortando radicalmente com a terra das suas origens.

Quem se der ao trabalho de pesquisar os arquivos locais verificará o que estamos a dizer.

Só excepcionalmente os nomes ultrapassam duas gerações e quando isso acontece vão-se diluindo no tempo.

Iremos hoje referir um elemento da vasta e importante família Teixeira que afinal não tinha ou usava Teixeira no nome pois é sempre apresentado como Dionísio Guerreiro e só uma vez o vimos designado por Dionísio Guerreiro Teixeira e precisamente no seu assento de óbito,

Nasceu na freguesia de Giões em 1806, por isso no período das Invasões Francesas e era filho de Pedro Rodrigues, proprietário e de Ana Teixeira.


[Vista Parcial da aldeia de Giões, 18.06.2009. Foto JV]

Vamos encontrá-lo com vinte e oito anos como um dos licenciador para as eleições da Câmara Municipal de Alcoutim, e como juiz almotacé em Giões.

Com 44 anos ocupa o lugar de Presidente da Câmara, funções que exerce até 1853.
Desempenhou igualmente funções de vereador e de vogal do Conselho Municipal em várias ocasiões.

Em 1855 era o sétimo maior contribuinte do concelho, pagando 6.340 réis de décima. Dois dos seus irmãos ocupavam a 4ª e a 5ª posição.

Exerceu funções na Junta de Paróquia de Giões em 1858 o que aconteceu em outras ocasiões.

Casou com Faustina Maria, de quem ficou viúvo voltando a casar, desta vez com Ana José.

Foi pai de José Pedro Guerreiro Teixeira que faleceu primeiro do que ele, tendo-lhe deixado dois netos, Manuel da Silva Teixeira e Maria José da Silva Teixeira..

Foi padrinho de seu sobrinho, Pedro Severiano Teixeira, filho de seu irmão Joaquim Pedro Teixeira que foi professor de Instrução Primária.

Faleceu no dia 26 de Junho de 1883, aos setenta e sete anos e viúvo na aldeia de Giões em cujo cemitério ficou sepultado.

Na sessão da Câmara realizada quatro dias após o seu falecimento e que era Presidida pelo seu sobrinho António Joaquim Teixeira, o Vice-Presidente, Manuel António Torres pede para ser consignado na acta um bem merecido voto de sentimento pela morte do cidadão Dionísio Guerreiro, da aldeia de Giões, não só pelo seu exemplar comportamento como particular, senão tão bem no desempenho dos cargos de Presidente da Câmara e Vogal do Conselho Municipal que por muito tempo e diferentes vezes ocupou neste concelho nos quais se houve com o maior zelo, actividade e honradez possível, o que foi aprovado por unanimidade.