sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Colcha de "carapulo"
A urdidura desta colcha era feita primitivamente em linho vindo depois a ser substituída por linha.
O branco representado na teia contrasta com outra cor, normalmente o azul anil ou preto e isto proveniente de lã tingida nessas cores. Os desenhos geométricos a que dão origem vão-se repetindo harmoniosamente.
Sendo primitivamente o azul obtido através de uma planta criada nas ribeiras, o anil,
passou-se depois a adquirir umas pedrinhas vendidas nas casas da especialidade. À água aquecida com urina, juntavam-se-lhe as pedrinhas e só depois a lã que lá devia permanecer de 8 a 10 dias. A cor assim preparada não desbotava.
O “carapulo” é uma técnica em que se repuxa o fio de maneira a formar figuras, na maior parte das vezes geométricas e onde as estrelas são muito frequentes.
Estas colchas, conhecidas por colchas de aparelho, serviam para utilizar nos animais como enfeite em dias festivos, casamentos, baptizados, festas pagãs ou religiosas e isto no que diz respeito às azuis.
As pretas tinham um sentido mais sóbrio e usavam-nas quem andasse de luto e em determinadas circunstâncias.
A representada na fotografia estava a ser utilizada como embelezamento da janela no dia da procissão de Nª Sª da Conceição, 8 de Dezembro, na vila de Alcoutim.
Eram tecidas em teares rudimentares.