quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O cântaro de folha


Este recipiente de folha zincada, produto de uma profissão (latoeiro) hoje praticamente extinta, era muito utilizado no concelho de Alcoutim e limítrofes.

Destinava-se ao acarreto e armazenagem da água para a vida da casa, principalmente para beber, confecção das refeições e lavar o corpo, nomeadamente as mãos e a cara.

De uma maneira geral ia-se buscar ao poço do monte, que raramente ficava perto pois os montes situavam-se em posições elevadas e os poços, naturalmente em baixas, por onde passavam os pequenos cursos de água e os lençóis freáticos.

Transportavam-se em cangalhas próprias no dorso de animais de raça asinina.

Ainda que os houvesse só de uma asa, a maioria tinha duas e eram todos muito semelhantes ao representado na fotografia, dependiam do artesão que os confeccionava, pois de uma maneira geral tinham um molde próprio que criavam.

Os latoeiros que os vendiam nas suas oficinas, deslocavam-se aos mercados e feiras das redondezas onde facilmente vendiam o produto do seu trabalho, este e outros que referiremos oportunamente.

O abrir da torneira pô-lo de parte na sua principalmente função.

Quem os tem, e ainda existem muitos espalhados pelo concelho, já que são objectos relativamente duráveis, pode considerá-los como peças de museu.

Desconheço se nos inúmeros núcleos museológicos existentes no concelho e que se encontram quase na sua totalidade fechados, se encontra algum destes objectos.

A tampa sempre com uma pega semelhante, constituía um vaso para o que fosse necessário.

Antes destes, utilizavam-se cântaros de barro, conhecidos por cântaros de Loulé (a olaria é uma arte antiquíssima) e que referiremos numa próxima oportunidade