Mais um elemento da numerosa Família Teixeira. Já aqui referimos dois dos seus irmãos, Dionísio Guerreiro, o mais velho da prole e o P. José Pedro Rodrigues Teixeira que paroquiou a freguesia de Martim Longo durante muitos anos.
Eram filhos de Pedro Rodrigues e de Ana Teixeira, proprietários e naturais da freguesia de Giões, onde o filho também nasceu no dia 1 de Fevereiro de 1810.
Com apenas 26 anos, mais propriamente em 18 de Janeiro de 1836, é nomeado escrivão da Câmara de Alcoutim.
Possivelmente foi nomeado interinamente para essas funções pois vamos encontrar um Registo da carta de mercê que fez sua Mag Fidelíssima do Emprego de Secretário da Câmara dest villa a Pedro José Roiz Teixeira. Dona Maria, por Graça de Deos, et. Dado no Paço das Necessidades em 30 de Março de 1841 (Nota – Tomou posse em 6 de Maio de 1841).
Esta Mercê de D. Maria II encontra-se registada no Liv. 14, Fl. 130v. e 131, da sua Chancelaria (ANTT)
Pedro José Teixeira veio a casar com D. Rita Antónia Joaquina do Carmo que era irmã do P. António José Madeira de Freitas (tio), filhos de António Sebastião de Freitas que havia sido nomeado escrivão da Câmara em 1818 e de Maria Joaquina.
Do casamento originaram vários filhos entre os quais o P. António José Madeira de Freitas (sobrinho) que veio a substituir o tio na paróquia de Alcoutim, depois de ter passado pela do Pereiro. Além deste tio materno, tinha outro padre como tio, irmão do pai e que aqui já referimos, tendo exercido a sua função na paróquia de Martim Longo. Outro dos filhos foi José Pedro Rodrigues Teixeira (sobrinho), que tinha o mesmo nome do tio padre em Martim Longo e que veio a ser escrivão da Administração em Alcoutim, tendo-se transferido para Castro Marim em 1879.
Pedro José Teixeira enviuvou em 28 de Outubro de 1858, conforme se deduz da lápide sepulcral existente no cemitério da vila.
Exerceu as funções de secretário da Câmara durante aproximadamente quarenta e sete anos, aposentando-se em 20 de Outubro de 1882.
Se assim foi, aposentou-se com mais de 70 anos o que teria ultrapassado a idade limite que penso já existir na altura.
[Paços do Concelho. Des. JV]
Na sessão da Câmara de 30 de Novembro de 1882, é proposto e aprovado por unanimidade um honroso voto de louvor para o seu escrivão ora reformado, pela aptidão, zelo e fidelidade com que desempenhou o cargo.
Já com 80 anos toma posse (11 de Fevereiro de 1890) do lugar de Administrador do Concelho (interino), funções que exerce pouco mais de um mês, pois vem a falecer no dia 17 de Março.
A Câmara, presidida por Manuel António Torres que propõe e foi aprovado em sessão de 31 do mesmo mês, que ficasse consignado em acta, um voto de sentimento pela sua morte, dando-se conhecimento da deliberação a sua família a quem se apresentaria condolências.
Foi irmão e desempenhou vários cargos na Misericórdia de Alcoutim.
Em 1883 fez parte da Junta Escolar do concelho.
Era à data do falecimento Agente no concelho do Hospital de S. José de Lisboa e Tesoureiro dos Legados Pios.
Abastado proprietário, possuiu entre outras, as herdades 1ª do Mosteiro e do Brejo.