segunda-feira, 2 de novembro de 2009
A bilha para água
Vaso de barro, mais ou menos bojudo e de gargalo estreito.
Ainda que a base seja esta, a forma pode ser muito diferente, dependendo das suas regiões de origem onde as “escolas” de olaria, hoje quase todas extintas, faziam transmitir as formas de geração em geração, muitas vezes passando de pais para filhos.
O exemplar apresentado foi adquirido em Martim Longo há vinte e três anos e tem as características da louça do Redondo.
Na primeira metade do século passado e como aqui já dissemos, a louça chegava aos “montes” transportada em burros, cada um trazia o que podia, e acondicionada em palha.
Com a evolução dos tempos esse sistema extinguiu-se e nos anos setenta lembro-me bem de chegar à vila uma camioneta de caixa aberta carregada de louça de barro e onde fazia o seu negócio.
Ainda possuo algumas peças adquiridas nessa altura.
As peças então feitas naturalmente que caíram em desuso e por consequência os oleiros viraram-se para confecções de cariz diferente, mais destinadas à decoração.
Raramente nas feiras e mercados das redondezas aparece uma bilha de barro à venda, pois os compradores são muito reduzidos, adquire-se com facilidade uma vasilha de plástico que não se parte, é muito mais leve e... muitíssimo mais barata.
As bilhas eram quase sempre tapadas com uma pequena laje fininha de xisto a que se procurava dar o tamanho aproximado do seu gargalo.
As bilhas quando eram pequenas tomavam o nome de infusas.
Era o que se utilizava para recolha e fornecimento do precioso líquido, sendo muitas vezes colocadas em piais (poiais) e pilheiras para mais fácil manuseamento.
Pelo que me diz respeito, a água para beber ainda é colocada em três bilhas deste tipo.