domingo, 1 de agosto de 2010

Arreigota de esteva


A Câmara Escura de hoje tem alguma especificidade pois é a primeira vez que apresento uma imagem deste tipo.

Quando cheguei a Alcoutim não sabia o que era uma arreigota, termo desconhecido na minha região de origem e de outra por onde já tinha passado.

Os dicionários ditos “normais” não o trazem, mas o do Falar Algarvio, de Eduardo Brazão Gonçalves, refere-o como arrègota ou règota, significando raiz de esteva utilizada como combustível nas cozinhas e fornos.

Foi com esse significado que o aprendi no concelho de Alcoutim onde todos o conhecem e empregam.

Eram as estevas que se arrancavam no Inverno, pois a brandura dos terrenos facilitava esse trabalho, que depois de secas abasteciam o “fogo” na confecção das refeições e os fornos que coziam a amassadura da semana.

Transportadas no dorso dos burros formando cargas muito volumosas mas pouco pesadas, já que a esteva é uma planta que atinge pouco porte e que se parte facilmente com as mãos e auxílio do joelho.

Devido à sua contextura produz bom calor, pega com facilidade e é relativamente durável a sua combustão. Sempre ouvi dizer na região que não há “fogo” como o de esteva!

Quem é que com as mãos e o auxílio do joelho consegue partir o exemplar que apresentamos e que ainda existe, não sendo eu que o coloco no “fogo”.

O meu conhecimento sobre o assunto é limitadíssimo mas dizem os conhecedores que é muito difícil encontrar outro com este porte havendo mesmo quem diga que nunca viu coisa igual.

Fica-se assim percebendo a razão da Câmara Escura de hoje.