sexta-feira, 30 de julho de 2010

O tornel


Esta pequena e útil peça, primitivamente de madeira, conheci-a em Alcoutim, onde me foi explicado o seu funcionamento e aplicação, que facilmente se compreende.

Era feita de chaparro ou azinho pelo homem do campo que dela necessitava, pois são madeiras muito resistentes e por isso mesmo difíceis de trabalhar.

Depois de achatada, eram feitos dois buracos em cada uma das extremidades.

Enquanto uma corda a que na extremidade se fazia um nó se passava por um dos buracos e se prendia à estaca, a outra, pelo mesmo sistema, prendia-se à pata do animal.

Assim, as cordas podiam movimentar-se em todas as direcções evitando o seu ensarilhar.

É claro que existe o tornel de ferro de confecção industrial e que tem várias aplicações mas respeitando o mesmo princípio.

Encontrei nos dicionários que consultei as seguintes definições, onde o verbo e a construção da frase estão modificados, mas, naturalmente, com o mesmo sentido:- Argola cravada na extremidade de uma haste, sobre a qual gira para todos os lados (Dicionário Domingos Barreira); Argola presa a uma haste e que gira em todas as direcções (Dicionário Editora); Argola móvel em todas as direcções e adaptada à extremidade de uma haste (Lello Universal) e Argola cravada numa haste, sobre a qual se revolve para todos os lados (Torrinha).

Para minha surpresa não encontrei o termo no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea – Academia das Ciências de Lisboa / Verbo, 2001.