segunda-feira, 26 de julho de 2010

Colaborador José Temudo

Pequena nota
Nas minhas permanências, cada vez mais fugazes, no concelho de Alcoutim, ainda que o grande número de visitantes do ALCOUTIM LIVRE não resida nele, sempre existem alguns que conhecendo-me, quando me encontram, questionam-me no sentido de saber algo sobre o colaborador que admiram pelos textos que aqui têm sido apresentados em prosa e em verso.
Apesar de eu já ter feito algumas considerações sobre o assunto, pensei não ser descabido apresentar aqui uma pequena nota biográfica no sentido de esclarecer os nossos visitantes/leitores.
Para os alcoutenejos que rondam os oitenta anos, o nome da família Themudo acaba por não lhes ser estranho como tenho verificado em várias circunstâncias.
Para conhecimento dos leitores, aqui ficam os dados que nos foi possível compilar.

JV



JOSÉ TEMUDO nasceu em 1929 na hoje cidade de Vila Real de Santo António, sendo filho de José Themudo e de D. Marina Ramos Themudo.

Era então o seu pai, originário de Silves, aspirante de finanças uma profissão que mudou de nome e que presentemente não tem paralelo.

Promovido, entretanto, a Secretário de Finanças de 3ª classe é colocado no concelho de Alcoutim.

Nessa altura os chefes das Secções de Finanças (mais tarde Repartições de Finanças) tinham a “estória” do sexénio, isto é, se não pedissem transferência para outra repartição, ao fim dos seis anos eram colocados onde existisse vaga e conforme a administração entendesse.

[Em Alcoutim, anos 30]
José Temudo acompanha os pais para Alcoutim quando tinha cerca de três anos e é lá que inicia a instrução primária ministrada pelo professor Trindade e Lima e que acaba por concluir em Monchique.

Terminados os estudos liceais, que começa no Fundão, inicia aos 19 anos o exercício de funções públicas como proposto do tesoureiro da Fazenda Pública do concelho de Chaves.

De 1953 a 1957, presta serviço militar obrigatório em Mafra, como cadete, depois em Chaves e por último em Goa, como alferes miliciano e onde conheceu o também alferes Palma, mais tarde capitão, com residência na Corte Tabelião e sendo natural do Pereiro.

[Aos 38 anos, na força da vida.]
Nomeado tesoureiro da Fazenda Pública de 3ª classe através de provas públicas a nível nacional, é colocado no concelho de Terras do Bouro, transferindo-se depois para Esposende.

Após concurso para a 2ª classe, (1965) vai para Idanha a Nova de onde requer transferência para Paços de Ferreira, lugar que ocupa.

Para atingir o topo da carreira profissional apresenta-se a concurso para a 1ª classe, (1971) é aprovado e colocado em Bragança, capital do distrito, acabando por pedir transferência para a Póvoa de Varzim.

Quando se encontra neste concelho e com a carreira profissional feita numa altura de grandes mudanças de serviço presta a sua valiosa colaboração à classe, lembrando-se principalmente dos mais jovens, publicando, que eu saiba porque os adquiri e utilizei, dois trabalhos importantes: TESOURARIAS DA FAZENDA PÚBLICA – APONTAMENTOS SOBRE MOVIMEMTAÇÃO DE FUNDOS (86 pp A/4) e APONTAMENTOS SOBRE TAXA MILITAR, (101 pp A/4) ambos de 1983 e com a colaboração de José Maria Correia do Monte, tesoureiro-Ajudante.

Aposenta-se em 1992 com sessenta e três anos, tendo fixado residência em Vila do Conde desde 1976.

Casou em 1954 com uma ex-colega do liceu, depois professora do ensino primário oficial o que deu origem a quatro filhos, tendo falecido o único varão. Duas das filhas são doutoradas, uma em medicina e professora universitária e a outra em engenharia agrónoma e investigadora. A mais nova é licenciada em História e arquivista de profissão.

Dos quatro netos, três são estudantes universitários e o mais novo está no 3º ano do 1º ciclo.

[Nos dias de hoje e decano dos colaboradores deste blogue]
José Temudo que me habituei a admirar pela sua competência técnica e verticalidade e que conheci no início da minha carreira profissional, sem que eu o saiba explicar, continua “ligado” a Alcoutim.

As palavras que se seguem são suas e bem demonstrativas.

Tinha oito anos quando saí de Alcoutim, afinal do meu Paraíso. Arrancado pela raiz, como rosmaninho.

(… …)

Plantem-me solitário/num cerro duro e seco de Alcoutim/ para alimento de estevas, de rosmaninho e de alecrim. (1)

Como é do conhecimento dos nossos visitantes/leitores, José Temudo cultiva a prosa e o verso.


NOTA
(1)–Extraído de “Aconteceu em Alcoutim”