sábado, 17 de julho de 2010
O palheto
A entrada de hoje da rubrica de Etnografia refere-se a um utensílio que só conheci em Alcoutim e que hoje começa a ser difícil de encontrar e muitos dos que o possuem já não o utilizam mas têm-no como objecto de estimação.
Estou a referir-me ao palheto, cuja foto apresenta um exemplar que foi muito usado e que demonstra alguns anos de existência, facto confirmado pela possuidora, pois já veio da casa dos pais.
Como se pode ver é um objecto de madeira, muito tosco, em forma de espátula.
A um pedaço de ramo mais ou menos direito e de madeira rija para poder ser durável, o alcoutenejo, depois de deixar o espaço suficiente para se lhe poder pegar com segurança, com uma faca, como chamam às navalhas que não dispensam no bolso, começam a desbastá-lo de um lado e de outro dando-lhe a forma de espátula.
Devido à situação de paragem que os rebanhos muitas vezes originam no pastoreio, como acontece com o descanso, o pastor ocupava por vezes o tempo, servindo-lhe de distracção, com a confecção de estes pequenos utensílios, ainda que pudessem ser feitos por qualquer outra pessoa.
Para terminar direi que o palheto se destinava a mexer as papas de farinha de milho, prato bem do agrado das gentes do concelho.