O substantivo trempe apresenta vários significados mas comporta sempre na sua génese “três coisas” que são semelhantes ou muito próximas e que se conjugam para obter o mesmo fim.
Neste velho e muito útil objecto de ferro, os três pés suportavam um arco da mesma substância onde se colocavam vasilhas para serem aquecidas ao lume que se desenvolvia através da combustão de lenha colocada entre os seus pés.
Os exemplares que fotografámos são muito semelhantes e que contam várias dezenas de anos, mas havia trempes de tamanhos diversos.
Estes utensílios existiam do norte ao sul do país e eram preciosos auxiliares no quotidiano da vida.
Se o fim era o mesmo, os produtos a utilizar é que variavam de região para região.
No caso do concelho de Alcoutim e regiões circunvizinhas, as trempes de maiores dimensões destinavam-se principalmente ao aquecimento da água destinada a escaldar a azeitona para a feitura do azeite e frequentemente para cozer os tremoços para alimentação dos suínos em cativeiro.
Os tamanhos inferiores, entre outras coisas destinavam-se ao aquecimento de água em chocolateiras de cobre e necessária para várias utilizações.
Com o aparecimento do petróleo, do gás e sem falar na electricidade começou a entrar em desuso primeiro nos centros populacionais mais evoluídos e depois estendendo-se a toda a parte pois hoje só muito excepcionalmente se utiliza.
É mais um utensílio em vias de extinção.
