quarta-feira, 3 de novembro de 2010
O "farol"
Como tínhamos dito no último “post” iríamos tratar separadamente o “farol”.
Utilizamos esta designação por ter sido a mais usada.
[Depósito para o azeite]
Como dissemos em DIA DE FINADOS, o “farol” era uma espécie de lanterna de forma cúbica ou levemente prismática, de três faces de vidro, sendo a do meio móvel e a oposta de chapa com um pequeno orifício. Na base, igualmente de chapa, tinha um pequeno recipiente da mesma matéria preparado com um pequeno pavio e onde se colocava o azeite que alimentava a pequena chama.
Na parte superior havia uma abertura circular que permita a saída do calor produzido pela chama e de resíduos.
A parte superior, além de possuir uma pega para o transporte do objecto, era adornada conforme a habilidade do artista e as posses do comprador.
Alguns dos faróis” possuíam numa das faces laterais duas tiras de folha ovaladas e cruzadas (como a foto representa) que serviam para se lhe pegar lateralmente.
A sua utilização foi igualmente referida na postagem anterior.
Pouco me resta acrescentar. Dizer que eram feitos pelos artesãos do concelho e possivelmente das redondezas, que eram designados por funileiros os latoeiros, esta última que consideramos mais consentânea com a sua actividade
Conhecemos bem, José Rodrigues dos Santos, vulgo José Emídio, latoeiro na vila, um dos artistas da peça.
Não nos foi fácil obter para fotografar o exemplar que apresentamos e que um amigo, Manuel Joaquim dos Santos, em Afonso Vicente, conseguiu desencantar numa arrecadação e isto depois de o tentarmos encontrar, em vão, noutras casas.
Possivelmente já não existirão muitos.