domingo, 29 de maio de 2011

A Freguesia do Pereiro, nascimentos e óbitos em 1871

[Pia baptismal de Igreja do Pereiro. Foto JV]

A minha curiosidade e devido ao aceleramento da desertificação do concelho iniciado desde os meados do século passado quando se deu o abandono das terras e a fuga, primeiro para a cintura industrial de Lisboa e Setúbal, depois para o litoral algarvio onde era necessária a força muscular para os trabalhos de construção civil e mais tarde o ingresso dos mais jovens na hotelaria / restauração e similares, não esquecendo o fluxo de emigração, principalmente para a Europa, nomeadamente a França e Alemanha e isto para poderem usufruir melhores condições de vida.

Muito poucos vieram a regressar.

A freguesia do Pereiro foi sempre a menos ou das menos populosas do concelho pois os seus solos são pobres, principalmente a parte norte. Trigo, cevada e a pastorícia eram as actividades de sustento. A situação geográfica proporcionava-lhe algum comércio em que a existência da maior feira do concelho, ainda realizável, continua a ser o seu expoente.

Em 1871 nasceram na freguesia onde foram baptizadas 25 crianças, sendo 12 do sexo masculino. Em contrapartida ocorreram 19 óbitos sendo 9 do sexo masculino.

Nota-se assim um saldo positivo de 6. Verificar que nasceu mais 1 do sexo feminino e faleceu menos 1 do mesmo sexo, pelo que e aqui, nesta altura, já se passava o que se constata hoje a nível nacional.

Iremos organizar um quadro representativo por povoações.



Em nascimentos, a Aldeia ocupa o primeiro lugar, logo seguido do monte de Tacões que juntamente com os Vicentes foram sempre os principais montes da freguesia. Quanto aos óbitos, foi o monte do Serro da Vinha o mais sacrificado.

[Portão do Cemitério. Foto JV]
Outro assunto que pode ser abordado é os antropónimos em relação aos nascimentos e aos óbitos, em conjunto. O “nosso” António encabeça os masculinos e nos femininos lá temos a Maria em primeiro lugar.

Excepcionalmente nascerá hoje uma criança na freguesia, significa isto, registada na freguesia, dificilmente seria António ou Maria, talvez Tânia ou Igor.

Nomes presentemente pouco usados podemos indicar Germana e Custódia, enquanto nos masculinos estão todos actuais.

A nível de profissões dos pais, além dos lavradores e dos jornaleiros os mais comuns são oleiros, maiorais e sapateiros, enquanto as mulheres empregam-se “no governo de sua casa” ou “nos serviços domésticos”.

Outras ilações se podem tirar destes 45 registos.