sexta-feira, 28 de novembro de 2008
António Aleixo
A 11ª FIGURA, que iremos referir neste tema do blogue que temos vindo a abordar, é bastante conhecida, principalmente depois do 25 de Abril de 1974, em que o seu conhecimento foi explosivo de Norte a Sul do País.
Filho de louletanos, nasceu em Vila Real de Santo António em 18 de Fevereiro de 1899, mas cedo se radicou na terra de seus pais.
Conheceu uma vida difícil e exerceu actividades muito diversificadas. Foi tecelão, pastor, polícia, servente de pedreiro em França onde esteve emigrado, mas principalmente cauteleiro pois foi a actividade que mais o ocupou.
Assíduo frequentador de feiras, onde além das cautelas que vendia, por vezes tocava e cantava e espicaçado pelos amigos ia dizendo quadras de improviso alusivas à sociedade que bem conhecia pela sua experiência amarga da vida.
Cultivador de quadras e sextilhas, com palavras simples conseguia ser incisivo, justo e preciso.
Usava a ironia com mestria e tinha presente o conceito da moralidade.
Semianalfabeto, sabia ler mas tinha dificuldade em escrever.
Esteve internado no Sanatório dos Covões em Coimbra devido à doença que o veio a vitimar em Loulé, no dia 16 de Novembro de 1949, aos cinquenta anos de idade.
Em Coimbra contactou com nomes grandes da cultura portuguesa, como foram os casos de Miguel Torga e do artista Tóssan.
O Dr. Joaquim Magalhães, professor do liceu de Faro, que era seu amigo e muito o admirava como poeta, ajudou-o na organização dos livros publicados: - “Este Livro que vos deixo” (1949), “O Auto do Curandeiro”, “O Auto da Vida e da Morte, “O Auto do Ti Jaquim –(incompleto) e “Inéditos”.
Depois do 25 de Abril as homenagens ao poeta tiveram lugar em todo o país, nomeadamente no Algarve, a região onde nasceu e viveu.
No parque da cidade de Loulé foi levantado um monumento, do qual foi feita uma réplica e colocada em frente ao “Café Calcinha”, local que o poeta frequentava. A sua terra natal igualmente o homenageou com um monumento.
A cidade de Portimão, ao antigo liceu, deu o nome de Escola Secundária Poeta António Aleixo.
Por todo o país, muitas vilas e cidades deram o seu nome a novas artérias, prestando assim homenagem ao “maior poeta popular português”.
Foi instituída a Fundação António Aleixo que tem desenvolvido uma obra social assinalável.
Chamou-se António Fernandes Aleixo, de seu nome completo, e a sua veia poética começou a revelar-se aos nove anos.
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António Aleixo – O poeta do povo, António de Sousa Duarte, Âncora Editora 1999
Dicionário de História do Estado Novo, Vol.I, Bertrand Editora, 1996, pág, 32 (Wanda Ramos)
LELLO UNIVERSAL, Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro, Porto, 1975