quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Pedras trabalhadas


A Câmara Escura de hoje traz-nos uma fotografia que tirei com o meu “caixote” há trinta e oito anos! Não são dois dias.

Apesar de ser um jovem, já então a minha atenção se prendia a estas coisas. Não sei se alguém, além de mim tirou fotografias semelhantes – é possível.

As duas pedras trabalhadas foram aproveitadas para ajudar a construir um muro ou uma parede, a esta distância no tempo penso que é a primeira das hipóteses, em local próximo da Igreja Matriz de Giões.

Há algumas dezenas de anos que por lá não passo pelo que desconheço se ainda aí se encontram.

As pedras aparelhadas nalgumas das suas faces, chamaram-me a atenção por esse motivo, pelo seu volume e destoando completamente das outras. Além disso, e afinal o mais importante, tinha a inscrição de uma era, 1744, ao meio, entre o 17 e o 44, uma simples ilustração dentro da qual se encontrava gravada a seguinte sigla, I H S, isto se a minha leitura estiver correcta. Por cima do H, uma cruz.

Atendendo a que me pareceu algo com ligações religiosas e admitindo que tivesse vindo de algum templo desaparecido, indaguei junto de alguém que está dentro dessa área, procurando uma explicação.

De seguro nada me foi dito, pensa-se contudo que pode ter uma possível ligação à Companhia de Jesus.

Não me parece que as peças tenham origem em qualquer templo das redondezas e isto pelas características apresentadas.

Admitimos igualmente que possa ter vindo de alguma casa “nobre” como aqui eram designadas as casas apalaçadas, que tivesse entrado em ruína e a aldeia de Giões foi terra de gente importante no contexto concelhio, nomeadamente as famílias Teixeira e Delgado.

Num “monte”da freguesia de Alcoutim encontrámos três inscrições da mesma época, mas com características diferentes.

É o pouco que se me oferece dizer sobre o assunto.