Das quatro sedes de concelho que consideramos neste trabalho, Mértola, Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Sto. António, é esta a de mais recente fundação, a uma distância muito considerável de todas as outras cuja fundação se perde no recuar dos tempos.
Frederico Leão Cabreira de Brito Alvelos Drago Valente, de seu nome completo, nasceu em Vila Real de Sto. António em 5 de Julho de 1800.
Era filho de Severo Leão Cabreira de Brito e Alvelos Drago Valente e de D. Maria Isabel Fabrigos Viñez. (1)
Inicia a sua carreira militar aos dezasseis anos, assentando praça de cadete no Regimento nº 2, de Artilharia, em Faro. Concluindo os estudos da arma, era 2º tenente em 1823.
Herdou da família, o foro de Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. Em 1845 e devido aos serviços prestado na Índia e em Timor, foi-lhe conferida a Comenda de São Bento de Avis e a Comenda da Ordem de Isabel a Católica pelo governo de Espanha, em 1847 pelos serviços que prestou na luta que findou com a Convenção de Gramido. Por decreto de D. Luís, de 16 de Agosto de 1870 é agraciado com o título de Visconde de Faro, (2) distinção que tinha pertencido a seu irmão, Dioclesiano Leão Cabreira.
Foi lente e director da Academia Militar de Goa, comandante da Artilharia da mesma província, ajudante general do exército da Índia, director de todas as praças e fortalezas, governador das ilhas de Timor e Solor (1839/1844), governador do Castelo de S. Jorge de Lisboa (1846/1847), Comandante da Subdivisão Militar da ilha de S. Miguel, governador militar da Praça de Valença, deputado por várias vezes às Cortes, Comandante da Divisão Militar do Algarve, membro do Supremo Conselho de Justiça Militar, etc. etc.
Além da acção político-militar, Frederico Drago Valente que foi promovido ao posto de General de Divisão, deixou algumas obras impressas de que destacamos: “Instrução dada pelo Vice-rei, Marquez de Alorna ao seu sucessor Marquez de Távora, precedida de uma notícia histórica acerca do primeiro, e com várias notas ilustrativas”. Imprimiu-se em Goa em 1836;” Memória resultante do Inquérito industrial nas ilhas de Timor e Solor”, a que fez proceder, sendo governador das mesmas ilhas; “Memória ou Resumo histórico da vida e serviços do último Vice-Rei da Índia, D. Manuel de Portugal e Castro,” 1860 e “A gruta de Camões em Macau”.
Colaborou em jornais e revistas sendo igualmente considerado como poeta.
Deixou inédito “Notícias das Ilhas de Timor e Solor (…) (3)
Faleceu em Lisboa a 30 de Novembro de 1880.
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NOTAS
(1)–http://genealogia.netopia.pt em 10.08.2008
(2) História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Vol, XV,(complementar) Coord. de Manuela Mendonça, 2007
(3)“Dicionário Bibliográfico Português”, Inocêncio Francisco da Silva, Tomo Nono, MDCCCLXX.