segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Figueiredo Valente
Nasceu em 30 de Dezembro de 1893 na aldeia de Martim Longo, de seu nome completo, João Carlos de Figueiredo Valente, tendo casado em 9 de Janeiro de 1943, com D. Ana do Rosário da Silva Teixeira na igreja de S. Pedro de Alcântara em Lisboa.
Assentou praça como voluntário em 20 de Julho de 1916
Concluiu o curso de oficial da Infantaria na Escola de Guerra em 30 de Dezembro de 1917, sendo promovido a alferes em 30 de Março de 1918. Era capitão em 30 de Junho de 1932, alcançando o posto de coronel em 7 de Fevereiro de 1947, passando à situação de reserva em 16 de Junho de 1950.
Prestou serviço em várias unidades e estabelecimentos militares, entre os quais o 1º e 4º Grupo de Metralhadoras, Regimento de Infantaria nº 22, no Quartel General do Governo Militar de Lisboa, na 3ª Direcção Geral do Ministério da Guerra, no Quartel General da 3ª Região Militar, onde exerceu o cargo de chefe do Estado-Maior, de 3.11.1948 a 2.11.1949, no Regimento de Artilharia de Costa, na 3ª Direcção Geral do Ministério da Guerra e na Legião Portuguesa, como Director da Defesa Civil do Território e depois como Inspector da DCT e da Legião Portuguesa, funções que chegaram pelo menos até 1959.
Quanto a acções militares, foi expedicionário a Moçambique, participando em acções em Angoche, Guomeia e Lalona.
Participou no movimento de 18 de Abril de 1925, quando já era tenente tendo para o efeito interrompido a licença para estudos em que se encontrava e liderado por Filomeno da Câmara e com o apoio de outros. Há 61 oficiais envolvidos e entre os civis encontra-se José Pequito Rebelo. Esta revolta que veio a fracassar foi o prelúdio do 28 de Maio de 1926, a que o oficial esteve sempre muito ligado.
Igualmente se apresenta voluntariamente, pois continuava de licença para estudos, para participar na repressão da Revolta de 7 de Fevereiro de 1927, o primeiro grande afrontamento reviralhista, e o único que fez tremer verdadeiramente a Ditadura.
Ao serviço do Estado-Maior do Exército, executou levantamentos topográficos no norte do País.
Publicou as seguintes obras:- Para Onde Vamos, 1936, focando a campanha da Abissínia, Operações da Noite, 1938 e Vida e Acção de D. Nuno Álvares Pereira, 1947.
Da sua folha de serviço constam muitos louvores e condecorações, entre os quais a Medalha de Mérito Militar de 2ª classe e o Grau de Grande-oficial da Ordem de Avis.
Por deliberação da Junta de Freguesia então vigente e eleita democraticamente, o Coronel Figueiredo Valente é homenageado na terra natal, tendo sido dado o seu nome a uma das artérias da aldeia (1979) com o fundamento de que foi sempre um grande amigo da terra onde nasceu e dos seus conterrâneos.
Como já se referiu, o então tenente-coronel foi padrinho do sino grande que se instalou na igreja matriz em 1943. (3)
Tivemos o prazer de conhecer o Senhor Coronel Figueiredo Valente com quem mantivemos cordiais relações no âmbito senhorio-inquilino, já que habitámos na vila, durante oito anos um dos seus prédios.
_________________________________
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. 33, pág. 902 e 903
Dicionário de História do Estado Novo, Fernando Rosas e JM Brandão de Brito, Vol.II, Bertrand, Venda Nova, 1996
Tradição Revolução, Uma biografia do Portugal Político do século XIX ao XXI, José Adelino Maltez, Vol.II (1910-2005)
Vozes de Bronze, José António Pinheiro e Rosa, 1946.