Nestas FIGURAS DO BAIXO GUADIANA, voltamos hoje ao concelho de Mértola, referindo assim a sua sexta Figura.
D. Diogo Figueira tomou o grau de bacharel na Universidade de Coimbra, sendo depois admitido no Colégio Real de S. Paulo, onde entrou em 1571.
Foi nomeado Bispo de Macau, confirmado pelo Papa Gregório XIII a 23 de Janeiro de 1576, nomeação que consta da História Eclesiástica de Portugal, pelo P. Miguel de Oliveira, sendo o primeiro bispo daquela diocese.
Parece que nunca veio a exercer tais funções, que não aceitou, tal como as do mesmo lugar no Congo, oferecido por D. Sebastião, no Japão e em Angra por oferta de D. Henrique e de Filipe I, respectivamente.
Em 1578 foi eleito deputado da Inquisição de Évora, sendo Cónego e tesoureiro-mor da Sé da mesma cidade.
Foi secretário de D. Teodósio de Bragança (1578/1602), arcebispo de Évora, tendo governado por duas vezes o arcebispado.
Renunciou igualmente aos seus lugares de cónego e tesoureiro-mor de Évora a favor de dois sobrinhos.
Acabou por recolher-se a um convento que fundou em 1612 para religiosos de S. Francisco, numa Quinta sua, na terra natal e de que ainda restam ruínas, onde veio a falecer a 28 de Junho de 1613.
Foi apreciado poeta latino e muito erudito nesta língua, conhecendo igualmente a bom nível as línguas grega e hebraica.
Deixou dois livros em latim.
***
O Convento situa-se a sul de Mértola, junto da confluência da Ribeira de Oeiras com o Rio Guadiana.
Com a extinção das Ordens Religiosas por Decreto de 30 de Maio de 1834, o espaço é votado ao abandono e em princípios dos anos 80 do século passado o convento em completa ruína é adquirido por particulares que o adaptam para sua residência, ficando a igreja reservada para actividades culturais, como concertos e exposições, entre outras.
Um “Museu da Água” ao ar livre em que a água é extraída da velha nora por processo mecânico sendo a alimentação feita por energia solar.
Peças de arte contemporânea, um jardim botânico, uma reserva ornitológica e uma galeria de arte são outras das atracções.