quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A iluminação pública na aldeia de Martim Longo


Só os martim-longuenses com idades para além dos oitenta e cinco anos se lembrarão da primeira, segundo pensamos, iluminação pública que tiveram.

José Francisco Ginja, da aldeia e Vice-Presidente da Comissão Administrativa da Câmara do “Estado Novo”, propõe que o município adquirisse cinco candeeiros da Vacum Oil Campany a fim de ser iluminada a aldeia, a mais importante do concelho e que pela sua situação e aglomerado populacional bem o merece.

Para além disto, a Câmara deveria fornecer anualmente algum petróleo e bem assim fazer face à despesa da instalação dos referidos candeeiros.

Propunha também que se oficiasse à Comissão Administrativa da Junta de Freguesia dando-lhe conta da resolução (a proposta foi aprovada por aclamação) os restantes encargos com a iluminação ficariam a cargo da Junta. (1)

Não sabemos o tempo que durou esta iluminação. Quando conhecemos a aldeia, em meados dos anos sessenta, já existiam muitos geradores que forneciam energia para a iluminação particular e alimentavam pequenas indústrias.

Em 1973 (2) escrevíamos assim: Apesar do muito que representa para o concelho, continua sem energia eléctrica (...) o que lhe causa enormes contrariedades e impede o seu desenvolvimento.
Anseiam os martinlonguenses por ver resolvidos estes seus problemas, principalmente o da energia eléctrica, já programada e para a qual o povo contribuiu generosamente com algumas dezenas de contos. Com ela, a aldeia progredirá, a mecanização das suas pequenas indústrias será um facto, outras aparecerão, enfim, saberão colher os frutos desse melhoramento devido às suas características empreendedoras.



NOTAS

(1)-Acta da Sessão da C.M.A. de 7 de Dezembro de 1933.
(2)“Martinlongo - Terra de gente activa tem aspirações”, José Varzeano in Jornal do Algarve de 17 de Novembro de 1973. O autor escreveu Martim Longo mas o jornal, talvez por pensar que era erro, escreveu Martinlongo.