[Aldeia do Pereiro, vista parcial. Foto JV, 2006]
Pereiro é um topónimo muito vulgar em Portugal onde aparece desde 1209 e também na Galiza. (1)
O Novo Dicionário Corográfico de Portugal, de A. C. Amaral Frazão, Porto, 1981, refere-o cinquenta e seis vezes, sendo três como sede de freguesia o que, além desta, existe, existe no concelho de Pinhel e no de Tabuaço, por isso, a Norte do País.
Tomando cono referência o topónimo composto, são mais umas dezenas de casos, existindo o seu feminino e muitos derivados como Pereirão, Pereiró ou Pereirinha, entre outros.
[Pereiro florido. Foto Ana Teixeira, 2007]
Os nomes comuns usados nas denominações de povoações foram derivados de plantas, animais, minerais e diversos, outros, como este, empregados sem modificação. (2)
A toponímia fitonímica, isto é, de sentido vegetal, é juntamente com a antroponímia a mais abundante no país. (3)
Em Alcoutim, pereiro é considerado uma planta espontânea (brava) e quando é enxertada, normalmente de garfo, transforma-se no feminino pereira, pois produz peras, frutos comestíveis e apreciados, sendo a espécie mais vulgar, por esta zona, a corno de cabra.
A utilização do substantivo como topónimo é devido a qualquer particularidade, como o porte do exemplar, a idade, a escassez ou a abundância, entre outras.
Neste caso, qual teria sido a razão? Não sabemos, mas inclinamo-nos para o apreciável número de exemplares existentes na zona.
NOTAS
(1)– Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, José Pedro Machado, Horizonte/Confluência, Vol.III, 1993.
(29 – Estudos Históricos e Etimológicos “As Vilas do Norte de Portugal”, Alberto Sampaio, I Vol., Lisboa, 1979. pág. 54.
(3) – Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Entrada “Toponímia”.
NB
Extraído de A Freguesia do Pereiro (do concelho de Alcoutim) «do passado ao presente», António Miguel Ascensão Nunes (José Varzeano), Junta de Freguesia do Pereiro, 2007, pág.101.