sábado, 27 de março de 2010
Pego dos Penedos
A foto que ilustra esta nossa rubrica foi tirada em Agosto de 1992 sendo a resultante da habilidade do homem, da máquina e do tempo. Teria sido necessário chegar antes que o sol tivesse proporcionado aquelas sombras que lhe roubam nitidez.
Algumas ribeiras e os maiores barrancos do concelho originam pegos na época estival (pequenos reservatórios de água) que se tornam muito úteis para as populações das redondezas, hoje quase extintas.
Desde o alagar do linho ao lavar da roupa, passando pelo dar de beber aos rebanhos, para tudo serviam.
Apareciam por vezes situações de conflito, tendo a edilidade, por intermédio de posturas, regularizar as situações, determinando coimas para quem as não cumprisse.
Todos os pegos possuem os respectivos nomes para poderem ser identificados com mais facilidade.
O pego que apresentamos é como o título indica, o Pego dos Penedos e o seu topónimo não precisa de explicação, tal a evidência.
As penedias que o envolvem são de grande beleza, ora pelas tonalidades que apresentam ora pelos efeitos que a acção erosiva das águas, por vezes impetuosas (barrancadas) e durante milénios, têm provocado.
Outro aspecto que chama a atenção é o das plantas aquáticas que o cercam.
O murmurar de um pequeno fio de água correndo entre as rochas dá-lhe uma nostalgia impressionante. O seu fundo em rocha, que as águas moldaram, vê-se com plena nitidez, tal a transparência das suas águas.
Restará dizer que se encontra no Barranco do Tamujoso, oriundo de Santa Marta e é afluente da Ribeira do Vascão. Diz o povo que o conhece que tem água todo o ano.
Bebedouro da caça será hoje a sua maior utilidade.
Não me consta que haja informação turística sobre esta beleza natural.