quinta-feira, 18 de março de 2010

Banheiras e alguidares (de folha)


A diferença entre banheira e alguidar é bem pequena; a banheira possui uma “bica” para despejar a água.

Na foto apresentada e feita na Feira do Artesanato de Alcoutim (2009) apanhei as duas peças.

Ambas feitas de folha zincada pelos artífices das redondezas (latoeiros ou funileiros), profissão que se poderá dizer que se encontra extinta, pelo menos na região. A primeira era mais fina, mais cara e consequentemente própria de quem tinha maior poder económico, enquanto os alguidares podiam ter várias utilizações eram mais fáceis de fazer, consequentemente mais baratos.

Antes de 1965, a água era comprada às cargas (vide o artigo aqui publicado e da autoria do colaborador deste blogue Gaspar Santos) pelo que se tornava cara originando a sua poupança.

Em 1969 aluguei uma casa em Alcoutim, que tinha sido recentemente restaurada e que já não existe, pagando a maior renda praticada na Vila, 400$00 mensais! Canalização para água quente não existia e banheira de ferro, marmorite ou louça, nem pensar. Tinha o luxo de possuir um chuveiro com ligação à rede, cuja água se escoava por um ralo! Era tipo balneário desportivo dos meus tempos de praticante! O alguidar era indispensável.

Era uma peça que Mestre José Emídio fazia com frequência, vendia na sua oficina na vila, na Rua Portas de Mértola e nas feiras e mercados das redondezas.