sábado, 10 de abril de 2010
A banca
Ainda se vêem algumas destas peças puramente artesanais por aqui e por ali, pelos montes do concelho ao abandono pois só em situações muito especiais serão utilizadas.
A um pranchão toscamente aparelhado, abriam-lhe na parte mais irregular e que ficava virada para baixo, com o auxílio de um trado e de um formão, três cavidades profundas onde implantavam paus perfeitamente ajustáveis. Escolhiam-nos de madeiras rijas, nomeadamente zambujeiro ou chaparreiro e com feitios que se adaptassem ao que pretendiam, como a imagem demonstra.
Designadas por bancas, havia-as de vários tamanhos, conforme as possibilidades e necessidades de quem as confeccionava e destinavam-se quase exclusivamente ao abate do porco.
Era aqui que depois de bem amarrado o focinho com um arame para evitar que mordesse, os homens o colocavam segurando-o com eficiência. O matador espetava-lhe a faca que ia atingir o coração, sangrando-o.
Não vamos descrever as operações por onde tem de passar, ainda que conclua que é ali aberto e lhe são extraídas as vísceras.
O termo banca não é exclusivo da região. É de origem italiana e o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea – Academia das Ciências de Lisboa – Verbo, 2001, define-o assim: Mesa rectangular, um pouco tosca. Os homens pegaram no porco e puseram-no em cima da banca para o matarem.