sexta-feira, 22 de julho de 2011
Residência do Capitão-mor
Quem alguma vez foi à Vila de Alcoutim não lhe passava despercebido tal edifício, tanto pela localização como pela imponência ou ainda pela utilização que teve durante cerca de um século, pois nele funcionaram a Repartição de Finanças e a Tesouraria da Fazenda Pública do concelho e mais tarde o posto da GNR.
Presumo que tivesse sido construído no século XVIII / XIX. Foi a Sra. D. Belmira Lopes Teixeira que vivia no prédio contíguo e não sei se lá não teria nascido que me contou, vai para quarenta e cinco anos, a estória do prédio que metia um capitão-mor de ordenanças que viria a ser assassinado pelos guerrilhas junto ao Monte de Afonso Vicente, onde foi levantado um calvário, local ainda hoje conhecido pela Portela da Cruz.
O pai ou o avô desta Senhora acabou por comprar parte dos bens deixados pelo assassinado que era originário da cidade de Tavira, de nome Aragão.
Edifício de dois pisos, impunha-se pela volumetria, telhado de quatro águas de telha de canudo, largas paredes, bem delineadas e equilibradas aberturas, trabalhos de argamassa, ainda que já adulterados e vistosas sacadas de ferro forjado, certamente obra de artesãos locais, encimadas nos vértices por pináculos de madeira.
Não havia outra na vila que se lhe comparasse, nem mesmo a chamada “Casa dos Condes” com um estilo diferente.
Ainda o conheci como propriedade particular, arrendado ao município mas nunca vi o proprietário que vivia numa cidade do litoral algarvio.
Recebia na altura uma ninharia de renda e acabou por vendê-lo por meio dúzia de tostões à Câmara Municipal, penso que isso aconteceu na presidência de Luís Cunha.
UMA RÉPLICA NUNCA FOI OU SERÁ UM RESTAURO, UMA RÉPLICA É UMA MENTIRA ESCONDIDA.