sábado, 22 de outubro de 2011

Alcoutim necessita de maiores atenções

Pequena nota
Até agora na rubrica Ecos da Imprensa com 59 "posts" só tinham sido publicados textos da nossa autoria e espalhados por vários órgãos da comunicação social.
Ao darmos uma volta pelos nossos recortes fomos encontrar este de que não consta a data de publicação mas que está dentro da data que apresentamos e que publicamos em homenagem ao nosso saudoso amigo JB Guerreiro como gostava de ser designado.
Acompanhamos o texto com a mesma fotografia apesar das naturais deficiências que apresenta visto ter sido tirada do recorte do jornal.
Não temos a certeza se o escrito é de JBG mas acreditamos que sim, pelo menos foi publicado sob a sua responsabilidade.
Com mais de 40 anos de publicação há coisas que pouco mudaram.
Permitam-me os leitores que dedique a sua publicação à neta Lunaplena.

JV


(PUBLICADO NO JORNAL DIÁRIO “O SÉCULO” PELO CORRESPONDENTE EM ALCOUTIM J.B.GUERREIRO EM DATA IMPPRECISA – 1970/71)


[JB Guerreiro]
ALCOUTIM – Tem este concelho uma população de cerca de 9000 habitantes, e o único médico que existia e prestava serviço de clínica geral, acabou por se retirar para outra localidade, onde com mais facilidade possa educar seus filhos, dando-lhe assim mais conforto.

Quanto ao ensino, ou melhor, à sua falta, é esse um dos factores mais importantes para ajudar o declínio da população, pois todas as pessoas , com ou sem condições, procuram instruir os seus filhos, notando-se este facto também na classe de funcionários e militares, os quais, em grande parte, recusam-se a permanecer aqui, desde que possam conseguir colocação em lugares onde existam estabelecimentos de ensino.

Solucionar-se-ia o problema com a criação de um ciclo preparatório e de um posto de Telescola , retendo-se esse pessoal na localidade por mais alguns anos.

[Alcoutim e Sanlúcar visto de Espanha. Foto de JBG (?)]

Por seu lado, pouco resta do pequeno comércio que em tempos existia, e o motivo deve-se somente às entidades responsáveis pela conclusão de uma estrada, a que apenas faltam construir cerca de 3 quilómetros, para que, assim deixe de ser beco como já se lhe chama.

Salienta-se, ainda, o encerramento da fronteira, a qual esteve aberta até à Guerra Civil de Espanha.

Por sua vez, são as paisagens do Guadiana, junto a Alcoutim, umas das mais belas do Algarve e pena é que ainda sejam desconhecidas do grande número de turistas que visitam esta província, e que as obras em curso, não se concluam.

Também por falta de um funcionário, a Estação dos Correios fecha, enquanto a única funcionária se desloca à Repartição de Finanças e Tesouraria da Fazenda Pública, a requerer selos, vales do correio e fazer entregas de fundos. O serviço de distribuição faz-se com grande atraso, pois o único carteiro-distribuidor, embora zeloso e rápido nos serviços, não consegue tratar dos serviços com a prontidão que se fazia quando eram dois funcionários. Os Correios Telecomunicações obrigam o mesmo carteiro a fazer a condução de malas num percurso de cerca de 150 metros a pé, com as malas às costas, diariamente. Aqueles serviço, passando a empresa privada, retiraram uma caixa receptora de correspondência na zona de comércio e das repartições, alegando terem de pagar mais uma hora diária ao carteiro. Existia um posto de telefone público naquela zona, mas foi, igualmente retirado, tudo isto com grandes prejuízos para o público e para o desenvolvimento da vila.