sexta-feira, 22 de junho de 2012

Cais Novo - Outra época, outros figurantes


A Câmara Escura volta novamente ao cais novo e possivelmente não ficamos por aqui.

Esta infra-estrutura realizada em Alcoutim nos meados do século passado, ainda que um pouco fora de tempo, já teve neste espaço a nossa referência histórica e principalmente a descrição da sua construção observada pelos olhos de uma criança e descrita depois aos olhos de um técnico, o Eng. Gaspar Santos alcoutenejo nosso colaborador desde a primeira hora.

O Cais Novo passou a constituir e como se compreende um motivo de orgulho dos alcoutenejos, devido à sua utilidade e grande robustez.

Se o motivo principal que levou à sua construção desapareceu, cais de desembarque do adubo para fornecimento da Serra Algarvia, continua a ter a função de cais de atracação para todos os tipos de embarcação incluindo os grandes paquetes.

Foi o cais que proporcionou a existência das festas anuais, que além do mais beneficiavam do local durante a sua realização.

Era no cais, antes de ser transformado em parque de estacionamento, que se jogava futebol e os miúdos brincavam. Era e penso que ainda é o local preferido para os mergulhos no Guadiana.

Qualquer acontecimento, que se realizasse em Alcoutim, tinha sempre a ver com o cais.

Os moradores da pequena vila raiana e os que a visitam, por mais voltas que dêem, vão sempre parar ao cais. Dia em que o alcoutenejo não veja o Guadiana não é dia para ele.

O Rio pautou sempre a vida dos alcoutenenses. Quase todos conhecem rudimentos da arte de pescar, quase todos sabem nadar, ainda que para isso muitos tivessem pago com a vida o seu contributo.

Quem pesquisar óbitos na freguesia de Alcoutim no século XIX encontra todos os anos vítimas por afogamento no rio.

Todo o alcoutenejo gosta de se sentir perto da água, seja doce ou salgada. Não é por acaso que muitos naturais de Alcoutim seguiram a carreira de marinheiros, obtendo alguns o oficialato.

Tudo isto a propósito da fotografia que o nosso colaborador José Madeira Serafim teve a amabilidade de nos facultar.

Segundo as suas contas é de 1964 / 65 e da esquerda para a direita vêem-se José Serafim, António Antunes, Arnaldo Rodrigues (fal.) e Manuel Barão. Eram uns jovens que andavam pela casa dos vinte anos!

Pequena adenda
Recebemos em 22.06.2012 um mail enviado por João Barão, filho de António Barão e sobrinho de Manuel Barão.
Segundo lhe disse a mãe não é o Manuel que está na foto, mas sim o António e que a fotografia foi tirada com uma máquina deste último, ainda existente.
Aqui fica esta informação numa tentativa de esclarecer a situação.
Será o António ou será o Manuel? Eu não sei responder visto não ter conhecido nenhum.
J.V.