A água canalizada às habitações no concelho de Alcoutim
chegou bem tarde, à Vila em 1965 e depois do 25 de Abril às aldeias sedes de
freguesia ou seja, Pereiro, Giões, Martim Longo e Vaqueiros.
Alguns ans passados foi a vez do saneamento básico
contemplar outras aldeias aqui designadas por montes, como aconteceu com
Pessegueiro, Balurcos, Cortes Pereiras, Santa Marta, Santa Justa, Barrada,
“Montes do Rio”, Farelos e Clarines.
Depois eliminaram-se os fontanários que forneciam água às pequenas
povoações, levando-se, que eu saiba, sem qualquer projecto, a água aos
domicílios com o pagamento de taxas fixadas quanto aos “ramais” e outras.
O hábito generalizado era tomar banho em banheiras ou
alguidares de folha zincada, recorrendo às cargas de água que os aguadeiros iam
vendendo pela vila, recolhida no Poço das Figueiras.
Nas aldeias e nos “montes” onde as condições eram
inferiores, recorria-se muito aos poços onde se lavavam como podiam, tirando a
água com o caldeiro. No Verão utilizavam o rio, as ribeiras e os barrancos nos
pegos que iam ficando.
O chuveiro que a foto apresenta foi considerado uma grande
inovação e passou a ser utilizado aqui e ali, onde se conseguia melhores
condições de escoamento.
A chegada da água ao domicílio veio, naturalmente, provocar
grandes transformações acompanhando o passo do país.
O CHUVEIRO DE ZINCO MARCOU COM DIGNIDADE UMA ÉPOCA DE
TRANSIÇÃO.