segunda-feira, 4 de junho de 2012

Os parques de estacionamento na Vila de Alcoutim

Pequena nota

Este pequeno texto foi publicado, como se indica, no Jornal do Baixo Guadiana vai para seis anos. Tratava-se de “uma chamada de atenção” para uma situação que devido às circunstâncias apontadas considerávamos justa e oportuna.

No fundo, lá teria ficado qualquer coisa mas os profissionais da política procuram dar sempre a volta por outro lado.

Na última visita à pequena vila do Guadiana, ocorrida em fins de Abril verifiquei que se desenrolavam trabalhos no local que então apontámos que parece continuarem mas que desconheço o seu âmbito. Mas que ficou alguma coisa, ficou...

JV

(PUBLICADO NO JORNAL DO BAIXO GUADIANA Nº 80, de OUTUBRO DE 2006)

Conheci a vila de Alcoutim quando nela existiam seis automóveis que ainda hoje posso identificar.

Poucos demandavam a sede do concelho. O táxi de Martim Longo, único no concelho, quase todos os dias vinha à vila, ora com doentes, ora com pessoas que necessitavam de tratar de assuntos nas repartições públicas.

As duas “carreiras” de camionetas que então diariamente serviam a vila eram transporte que alguns utilizavam quando passavam nas suas povoações ou próximo delas e se podiam conjugar os horários.

Então, ainda eram os animais de carga e sela o transporte mais utilizado, os mais abastados, não dispensavam o macho ou a mula, os outros não podiam passar sem burrinha e quando não a tinham, pediam-na emprestada a familiares ou amigos. O rossio da Fonte Primeira, hoje transformado em praia fluvial, constituía muitas vezes o “parque” de estacionamento adequado, até porque a “estalagem” já tinha desaparecido.

Pelo que fica dito, não existia o mínimo problema com o estacionamento e os poucos veículos existentes, estacionavam à porta dos proprietários, excepto um que tinha garagem e que raramente saía.

Com o 25 de Abril as coisas foram-se modificando, além do poder de compra dos trabalhadores ter aumentado, criaram-se vias de comunicação então reduzidas a duas vias principais.

O estacionamento, com o aumento da população da vila para o dobro, começa a criar problemas, sendo nos dias de hoje, complicado.

Ninguém estacionava no cais visto o local ser o campo de futebol dos miúdos da vila.

Logo a seguir ao 25 de Abril, cimentou-se o terreno frente à Câmara Municipal e criou-se o primeiro parque de estacionamento ainda existente e que era suficiente para as necessidades. Não existia na vila um único sinal de trânsito!

A falta de estacionamento só se fazia sentir, como é natural, na altura das Festas da Vila.

Entretanto é bem aproveitado o terreno circundante da parte norte da vila, no seguimento da Rua de S. Salvador.

O número de veículos na vila e concelho continua a subir pelo que a dificuldade em estacionar segue o mesmo ritmo.

Depois do poder autárquico ter pensado num parque, chegando mesmo a apresentar a sugestão de um projecto a ter lugar na vila medieval no vale junto ao castelo, acabou por ser abandonado por motivos que desconheço.

Penso que foi uma boa decisão pois os custos seriam avultadíssimos com expropriação dos terrenos e aterro do vale e o que iria alterar as condições naturais do terreno com todos os problemas que isso podia originar. Por outro lado o acesso pelas ruelas da vila iria criar complicações de circulação.

Rossio
Veio a optar-se, segundo pensamos, por outra solução na vila nova e próximo da ponte sobre a ribeira de Cadavais.

Pareceu-nos uma opção vantajosa em todos os aspectos, ainda que desconheça o montante pago pelos terrenos.

Os trabalhadores da EB123 ocupam-no com facilidade pelo que já começa a ser utilizado em dias normais o parque inferior que contrasta em tudo com o superior. Terraplenou-se o espaço e … mais nada!

A identificação passa despercebida e o acesso um pouco apertado. Não se “pede” a cobertura como no superior, mas já podiam estar a desenvolver-se árvores adequadas na extremidade que iriam suavizar a acção danificadora do sol nos veículos e porque florestar não é só plantar pinheiros.

Asfaltamento, escoamento de águas pluviais, iluminação, marcação de espaços, não esquecendo a existência, ao fundo, de uma zona para a indispensável manobra. (*) A barreira que separa o parque de cima deveria ser arranjada, relva, cactos, arbustos, etc. e são pertinentes dois acessos por escadaria, já agora de xisto do concelho, um ao meio e outro na extremidade, no lugar já marcado pela passagem dos utentes e onde possivelmente já se deram alguns trambolhões.

Como utente e contribuinte do concelho, assiste-me o direito de chamar a atenção para tudo o que possa melhorar a imagem da vila e do seu concelho.

(*) Na última Festa da Vila, o auxílio que me foi solicitado por uma feirante evitou, depois de muito trabalho, que dali tivessem saído uns tantos veículos com toques mais ou menos significativos. Sem auxílio, era coisa impossível sair sem isso acontecer.