Corografia ou Memória Económica, Estatística e Topográfica do Reino do
Algarve é o título que tem este valiosíssimo trabalho que
sinteticamente é conhecido e referido como Corografia
do Algarve.
Ninguém que queira debruçar-se sobre este antigo Reino,
depois Província do Algarve e hoje, genericamente, Algarve pode deixar de o
conhecer.
Trabalho de folgo, a edição que possuímos facsimilada é datada de 1988 e comporta
dois volumes, sendo o número total de páginas 528 acrescentando-se ainda grande
número de anexos indispensáveis para o conhecimento da região. É da
responsabilidade de Algarve em Foco – Editora.
A obra original de João Baptista da Silva Lopes é datada de
1841 (Lisboa, na Tipografia da Real Academia das Ciências de Lisboa). É
dividida em seis capítulos assim classificados: Narração Histórica e
Descritiva, Administração Pública, Pescarias, Cultura e Produções da Terra, Topografia
e por último Catálogo dos Naturais do Algarve que se têm feito ilustres por
seus Feitos, Artes, Ciências e Virtudes.
Constitui um manancial de informação onde, por mais leituras
que façamos, encontramos sempre coisas novas que nos tinham passado numa outra
leitura, pelo menos, é assim que acontece connosco.
Não vamos escalpelizar o conteúdo da obra, para nós
impensável realizar, diremos contudo, que constam todos os concelhos e
freguesias então existentes no Algarve, iniciando-se no Algarve Ocidental
(Aljezur) e terminando no Oriental (Alcoutim) tendo-lhe sido destinadas 8
páginas, contudo, aparecem variadíssimas referências ao concelho quando se
abordam assuntos específicos.
Silva Lopes ou Baptista Lopes, como habitualmente é
designado, nasceu em Lagos e perfilhou as ideias liberais pelo que esteve preso
na Torre de S. Julião da Barra.
Bacharel em Leis, exerceu a advocacia na sua cidade natal
onde, igualmente, foi presidente da Câmara.
Tivemos conhecimento da existência deste trabalho em inícios
da década de setenta do século passado e não descansámos enquanto não o
consultámos na Biblioteca Municipal de Faro, onde de 15 em 15 dias ocupávamos
as manhãs. Os apontamentos tinham de ser tirados à mão! Bons tempos!