Não tem qualquer tradição na Serra Algarvia. Na Beira, produz-se a jeropiga, bebida adocicada muito utilizada por aquelas paragens para o acompanhamento de castanhas assadas na caruma e que bebi pela primeira vez, já lá vão 50 anos! Também aqui se produz ou produzia o vinho morangueiro feito através de determinada casta de uvas.
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A bebida alcoólica tradicional na Serra Algarvia feita através da fermentação da uva, é o vinho caseiro (é assim que o designam) e que de uma maneira geral tem um teor alcoólico muito elevado.
Eram pouco diferentes uns dos outros, pois as castas das uvas eram próprias da região e todo o seu fabrico se baseava em velhos costumes transmitidos de geração em geração. Tinham quase sempre um toque acre.
Hoje, devido à integração de outras castas e a novos processos produzem-se vinhos de bom paladar e de graduações mais moderadas, isto em pequenas quantidades já que não é tradicionalmente uma zona vinhateira, apesar de ter existido bastante vinha na margem do Guadiana e que a filoxera destruiu no século XIX.
Sem ser filho nem neto de agricultores vinhateiros, aprendi, já depois de velho, a plantar e a enxertar vinha e igualmente a fazer vinho, abafado e água-pé.
Para esta actividade, mandei construir uma mini-adega, com o meu risco e que sempre imaginei possuir, o que aconteceu após a minha aposentação.
A produção vai diminuindo de ano para ano dado que a assistência vai sendo cada vez menor.
A minha água-pé, que até agora tem saído sempre de boa qualidade, não é feita com o auxílio de qualquer produto químico e é rosé
Privilegio a graduação entre 6 e 7 graus. A deste ano tem 6.
Desde o ano passado que a água-pé foi baptizada com o nome ALCOUTIM LIVRE e tive então oportunidade, se bem se lembram, de aqui fazer uma “postagem” na sua abertura, pelo São Martinho e acompanhado do colaborador, Gaspar Santos.
Veremos como estará pelo São Martinho.
Se estiver perto, apareça para beber uma caneca, espero que esteja boa.
