quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O arneiro



No seguimento desta nossa rubrica, apresentamos hoje o arneiro, cuja foto é de uma miniatura que encontrámos num monte do concelho.

Já não é muito fácil encontrar estas peças, pelo menos para aquilo que até meados do século passado era usado, isto é, para limpar cereais das maiores impurezas.

Ainda que o formato apresentado fosse o mais vulgar, não era único, pois havia outro de forma circular que era manejado por uma só pessoa e este é-o por duas.

Duas réguas de madeira eram unidas por outras duas mais curtas, formando um rectângulo no qual se colocava uma rede, na altura só de arame ou então um fundo metálico com bastantes orifícios. O movimento de vaivém originava a separação desejada.

No Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea – Academia das Ciências de Lisboa – Verbo, 2001, o termo é apresentado como um regionalismo alentejano com este significado e com o de crivo usado pelos pedreiros para separar a areia do calhau, por isso, com uma função semelhante.

Contudo, Eduardo Brazão Gonçalves também o apresenta no seu Dicionário do Falar Algarvio, 2ª Edição, 1996.

Acresce dizer que o termo significa também terreno arenoso, improdutivo ou estéril, aparecendo com frequência na toponímia, nomeadamente no centro e sul do país, como são exemplos Arneiro das Milhariças e Arneiro de Tremês, no concelho de Santarém.