sexta-feira, 24 de setembro de 2010

D. André de Noronha, Bispo de Portalegre e de Placência

Segundo filho (ilegítimo) de D. João de Noronha e um dos netos dos 1ºs Condes de Alcoutim, D. Fernando de Meneses e D. Maria Freire de Andrade. Era irmão de D. Antão de Noronha que foi o 9º Vice-Rei da Índia.

Não seguiu a carreira das armas. Dedicado às letras, estudou em Coimbra e foi Doutor em Cânones e Reitor daquela Universidade.

Foi deão da capela do Príncipe D. João, filho do Rei D. João III.

Exerceu as funções de deputado da Mesa da Consciência e Ordens.

É nomeado por Paulo IV, Bispo de Portalegre, tendo tomado posse em 17 de Julho de 1560, sucedendo ao 1º Bispo, D. Julião de Alva (1549-1560).

Em 1581, Filipe II de Espanha apresenta-o como Bispo de Placência e é nomeado por Bula do Papa Gregório XIII de 11 de Setembro de 1581, tendo tomado posse em 21 de Janeiro de 1582, funções que exerce até à morte ocorrida em 3 de Agosto de 1586.

[Igreja do Convento de Sto. Antóno, Portalegre]
Por sua disposição testamentária é trasladado para a Igreja do Convento dos Religiosos Descalços de S. Francisco, que dedicou a Sto. António e que tinha fundado em Portalegre em 1572. O convento de traça simples destinava-se a auxiliar os mais carenciados.

A sua sepultura tem a seguinte memória:- D. André de Noronha, foy trasladado a esta Capella em 24 de Fevereiro de 1590.
Em 11 de Novembro de 1584, na Igreja de S. Jerónimo de Madrid, assistiu ao juramento do príncipe D. Filipe.

Por carta datada de 10 de Janeiro de 1570, D. Sebastião ordena-lhe que se construa um Mosteiro da Ordem de Santo Agostinho na vila de Arronches. É também a ele que lhe cabe ordenar ao vigário Cristóvão Falcão doar a ermida de Nª Sª da Luz a Frei Diogo de S. Miguel, provincial da Ordem de Santo Agostinho.

D. André de Noronha, descendente do Marquês de Vila Real, foi o último dos abades comendatários de Ganfei. Em 1546 tinha abade e quatro monges, sendo as rendas do primeiro avaliadas em 100 mil réis. Cada monge tinha dois mil réis em dinheiro, duas pipas de vinho e 112 alqueires de pão e o vigário da igreja 15 mil réis.

Este privilégio terminou em 1569 depois da demanda entre a Casa de Vila Real e a Congregação de S. Bento, que esta venceu.

O último abade da Igreja Paroquial de Caminha, enquanto pertença da Casa de Vila Real, foi D. André de Noronha.

[Convento de Nª Sª da Luz, Arronches}

Teve cinco filhos de várias mulheres, as quatro filhas seguiram a vida religiosa como era próprio da situação e da época, D. Juliana foi prioresa do Mosteiro de Chelas, em Lisboa e D. Maria, abadessa no de Sta. Ana, em Viana.

O filho varão, D. Pedro de Noronha, tendo estudado para seguir uma carreira eclesiástica, acabou por ser cavaleiro da Ordem de Cristo e recebeu um prestimónio da Casa de Vila Real concedido pelo Duque, D. Manuel de Meneses.

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História Genealógica da Casa Real Portuguesa, António Caetano de Sousa, Edição QuidNovi/Público – Academia Portuguesa da História, Vol. V, 2007.

História Eclesiástica de Portugal, P. Miguel de Oliveira, Publicações Europa/América, 1994.
“Os netos dos 1ºs Condes de Alcoutim”, José Varzeano, in Jornal do Baixo Guadiana, nº 75, de Maio de 2006, p. 19

Blog Diário de Bordo, rotas e desvios. Em 21.09.2010

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