[Igreja Matrz - Des. JV]
Ainda só dispusemos de oportunidade para pesquisar os assentos de casamento da freguesia de Alcoutim e gostaríamos de os pôr em paralelo com o que se passou nas restantes freguesias, mas por agora não possuímos esses elementos.
Só se efectuaram 13, pouco mais de um por mês, em média. O maior número teve lugar no mês de Maio [4] seguido de Fevereiro com [3] e de Janeiro com [2]. Nos meses de Março, Julho, Outubro, Novembro e Dezembro não se realizou qualquer acto deste tipo e nos restantes meses apenas um teve lugar.
O que consideramos diminuto em relação ao ano de 1839, hoje e na mesma freguesia seria um número muito elevado. São os tempos...
Dos 26 nubentes 23 eram da freguesia, 1 da do Pereiro e dois de Sanlúcar do Guadiana. Pelos nomes deviam ser portugueses a residir naquela povoação e que quiseram vir casar ao seu país. Resta saber se por lá ficaram, como aconteceu a muitos ou se regressaram.
Dos nomes dos nubentes destacam-se 8 Marias, 5 Manueis, 4 Antónios, 2 Josés e duas Domingas, completando o leque com Francisco, Bárbara, Inês, Joaquim e Isabel.
Domingas e Bárbara, nomes não muito vulgares noutras zonas continuando a existir por estas bandas como os alcoutenejos sabem.
Outra curiosidade, que os números e os nomes apresentam, é que entre os nubentes não existe ninguém da vila! O maior número vai para Cortes Pereiras [8]. Balurcos com [5], Laranjeiras [3], Afonso Vicente [2], Sanlúcar [2] como já dissemos e [1] para cada uma das seguintes povoações, Palmeira, Corte da Seda, Vascão, Corte Tabelião e Tacões perfazem o número restante.
Pelos números apresentados já se verifica a importância populacional de dois pólos, Cortes Pereiras e Balurcos.
[D. Maria II]
Outra curiosidade que retirámos da pesquisa efectuada é o facto de no dia 1 de Maio se terem realizado dois casamentos. Manuel Dias do Balurco de Cima casou com Maria Henriques das Laranjeiras e um irmão desta, Manuel Henriques casou com Domingas Afonso, do Balurco de Cima e irmã de Manuel Dias.
Ainda hoje essas coisas acontecem mas não deixa de ser curioso.
Este período era politicamente muito instável no país com revoluções e contra revoluções permanentes. Governava então D. Maria II.
Todos estes nubentes deveriam ter ouvido falar de Remechido que passou por estes sítios com os seus homens o qual veio a ser executado na cidade de Faro em 1838.
Foi celebrante dos actos o Padre Encomendado António José de Freitas (tio) (1796-1872) que era natural de Alcoutim e sepultado no cemitério da vila.