Apesar dos ataques que as novas técnicas no decorrer dos tempos lhe têm movido, o funil continua e continuará a usar-se sendo um utensílio imprescindível.
Tem a forma de um cone invertido com um tubo no vértice. Serve para transvasar ou envasilhar líquidos.
Ainda que a base do seu feitio seja a mesma, existem variantes dependendo dos líquidos a utilizar, das quantidades e dos tamanhos dos depósitos para onde se pretendem transferir ou envasilhar.
O funil da gravura e que apresentamos em duas posições, foi-nos facultado por um amigo que o guardou, apesar de há muito não ser usado.
Feito de folha, neste caso penso que zincada para uma maior resistência, não deixa de ter a argola para pendurar.
Foi feito pelos funileiros (latoeiros) que exerciam a sua actividade em vários pontos do concelho e não tinham falta de trabalho, pois produziam grande parte dos utensílios que as pessoas precisavam para o seu quotidiano.
Alguns deles já aqui foram referidos como os alguidares, potes, cântaros e caldeiros entre outros e possivelmente mais irão ser abordados.
Até meados do século passado foi este o tipo de funil basicamente usado pelos alcoutenejos que o utilizavam quase diariamente no enchimento dos cântaros de água que iam buscar ao poço do monte, muitos desses poços apetrechados de bombas elevatórias manuais de que restam alguns exemplos.
Outra da sua utilização indispensável tinha a ver com a trasfega do vinho.
Os funis de folha começaram a sofrer a concorrência dos de esmalte e dos de alumínio com que competiram razoavelmente a nível de preço, mas quando apareceu o plástico as coisas complicaram-se mais principalmente quanto ao preço dado que os plásticos não admitiam concorrência. O pior ficou para os vindouros no que se refere à sua eliminação e poluição.