domingo, 27 de novembro de 2011

Montinho da Várzea, o último do concelho por este lado

Pequena nota
Concluímos hoje a volta que demos por todos os montes da freguesia serrana de Vaqueiros, a mais afastada da sede do concelho mas aquela onde se consegue ver algum aproveitamento dos terrenos e onde resta a pastorícia de pequenos ruminantes, gado ovino e principalmente caprino.
Referimos aqui no TEMA Montes do Concelho-Vaqueiros, 30 pequenas povoações, algumas completamente desabitadas e outras muito perto disso. Escrevemos o que nos foi possível.
Além disso incluímos no TEMA – Ecos da Imprensa na postagem de 2009.07.06, “A Capela de S. Bento e o monte de Alcaria Queimada que fizemos publicar no Magazine do Jornal do Algarve de 26 de Abril de 1990.
Todos os vaqueirenses podem, assim, encontrar neste espaço algo sobre as pequenas povoações onde nasceram, eles ou os seus antepassados.
É o nosso pequeno contributo. Até aqui, que eu saiba, ninguém o tinha feito.

JV


[Placa toponímica escrita por algum estrangeiro. Foto JV, 2011]

Quando visitámos pela primeira vez este pequeno monte e já lá vão uns bons anos, não conseguimos ver ninguém, ainda não estava electrificado e isso acontecia porque não estava habitado.

Hoje as coisas são um pouco diferentes, pelo menos, quanto às melhorias de condições de vida.

As várzeas ou vargens, a que foi buscar o nome, são terrenos planos situados em vales e que oferecem boas condições para cultivo, pois além da riqueza da constituição do seu solo têm normalmente água por perto.

Nestas condições não admira que esta zona fertilizada pelas águas da ribeira de Odeleite tenha sido sempre procurada pelo homem que nela via condições de sobrevivência.

As Memórias Paroquiais de 1758 já o indicam referindo Vargem e logo a seguir Montinho, possuindo ambos três vizinhos pelo que se equiparariam.

Ainda que pertencessem à freguesia de Vaqueiros, faziam parte do termo da cidade de Tavira como o pároco informa no questionário a que respondeu para dar satisfação ao pedido formulado em 1758.

Este sistema, que acabou em 1836 pela chamada reforma de Mouzinho da Silveira, tinha em conta as dificuldades que possuiam para se deslocar, nomeadamente o vencer os cursos de água e onde não existiam pontes. Aliás, por aqui as pontes só chegaram depois do 25 de Abril de 1974.

A construção da estrada nº 508 e a chamada ponte dos Galaxos sobre a Ribeira de Odeleite vieram tirar estas pequenas povoações do isolamento total em que se encontravam. Até então, as crianças dos Galaxos ainda que mais próximo da escola da Várzea, optavam pela do Zambujal, visto não terem necessidade de vencer a ribeira, principalmente no Inverno. Quando apareceu a ponte, desapareceram as crianças!

A estrada foi pavimentada em 1991. (1)

[Um aspecto da pequena povoação. Foto JV, 2011]

Em 1984 e quando se procedeu a um inquérito para a instalação da energia fotovoltaica, esta povoação foi uma das questionadas. Na altura, tinha treze habitantes em 4 fogos, havendo dois emigrantes. A opção acabou por ser Vale da Rosa e por pouco tempo.

Em 1998 segundo um bom conhecedor da freguesia devia ter três ou quatro habitantes. Hoje (2011), restarão dois.

Veio a receber energia eléctrica, procedendo-se à inauguração em Novembro de 1999 e ao mesmo tempo em que o foi o monte das Ferrarias. (2)

O abastecimento de água ao domicílio teve lugar em 2006.

Os arruamentos foram pavimentados em 2009.

O painel de caixas do correio tinha sido colocado em 1996. (5)

Está a 16 km de Vaqueiros, sede de freguesia e a 37 de Alcoutim, sede de concelho.
Ficam-lhe próximos Preguiça 3 km, Jardos 3,5 e Galaxos a 4,5.

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NOTAS

(1) – Boletim Municipal nº 8 de Abril de 1991.
(2) – Alcoutim, Revista Municipal nº 7 de Março de 2000, p. 15
(3) – Alcoutim, Revista Municipal nº 13, de Dezembro de 2006, p. 14
(4) – Alcoutim, Revista Municipal nº 15 de Julho de 2009, p. 17
(5) – Alcoutim, Revista Municipal, nº 4 de Dezembro de 1996, p. 12