É assim designado este tipo de cama simples por ser o usado
nos hospitais, que sem variar no aspecto, veio a ser modificado nas suas
estruturas, a fim de facilitar a vida aos doentes e profissionais de saúde
proporcionando articulações desejadas.
Sempre me lembro de as ver pintadas de branco, possivelmente
a cor mais adequada à sua missão. Talvez por este motivo, a cor tivesse sido
seguida por quem as adquiriu para servirem em suas casas, como ainda hoje se
pode verificar nos exemplares com tendência a desaparecer.
Havia uma técnica para o seu embelezamento.
Quando a pintura, com o decorrer do tempo, começava a
deteriorar-se era necessário renová-la. Para o efeito, raspava-se por vezes com
o auxílio de um maçarico a petróleo.
Limpeza feita, era a altura de aplicar a primeira camada de
tinta que servia de aparelho. Depois de secar, aplicava-se a segunda e era
então que, ainda húmida, se acendia uma vela de estearina, cuja chama se ia
passando como se desejava junto da pintura recente que absorvia o tisnado
produzido pela chama dando-lhe um tom cinzento em vários locais, conforme a
habilidade de quem a aplicava.
Estas camas, que nos hospitais eram só de um corpo, como a
que a foto apresenta, nas habitações alcoutenejas havia-as, tal como as outras,
nas três medidas estandardizadas, ou seja, de um corpo, de corpo e meio e de
casal.
“Cabeceira” e “pés” iguais, existindo também o
apetrechamento nos quatro pés de rodinhas de ferro móveis para fácil
deslocação.