Poetisa
M Dias
Fevereiro de 1985
No silêncio envolvente
De uma noite, molhada e
fria,
Sucumbiu de madrugada,
O Sr. Manuel Maria
Há pouco, ainda dizia
Sinto-me tão cansado!
Afaguei-lhe o rosto e
disse-lhe,
Agora, vamos dormir!
Durma Sr. Manuel
Vai sentir-se aliviado.
Mas a morte, raposa
matreira,
Como ogre de manto imundo,
Pela porta das traseiras,
De rompante, leva a
melhor,
Cortando o último fio
Que o ligava a este mundo.
Meses em “cama ardente”
Com a vida a se esvair,
O Sr. Manuel dizia:
Confio no vosso saber,
estou tranquilo.
As malvadas bactérias,
Não se vão ficar a rir!
Sr. Manuel desculpe
Esse malvado mostrengo,
Não conseguimos travar,
Esteja em paz, nesse outro
mundo.
Os seus filhotes, de
olhitos tristes,
Aos poucos vão aceitar!
A vida é o dia de hoje, a
vida é ai que mal soa,
A vida é sombra que foge,
a vida é nuvem que voa...