Ainda bem agarrados,
ou da vida já
desprendidos,
animados ou desiludidos,
bem amados ou mal
queridos,
um a um,
sem escapar nenhum,
todos vamos indo embora.
quer queiramos, quer não,
levados pela mesma senhora!
Para onde nos leva,
para que lugar nos conduz,
por que estrada ?
Para o temeroso reino da
Treva,
para o esperançoso Reino
da Luz,
ou para o insondável Reino
do Nada ?
Na infindável e triste
procissão
dos que, a conta gotas, vão
andando,
um dia acompanhando,
umas vezes chorando,
depois, por uma só vez, chorados,
já não sabemos por quem
choramos,
se pelos que partem,
se pelos que ficamos.