quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A aldeia de Giões, descrição através dos tempos


Depois daqui termos feito as descrições da aldeia de Martim Longo e da Vila de Alcoutim, iremos hoje fazer a da aldeia de Giões que ainda constitui o terceiro centro populacional do concelho e que tem menos observadores como iremos ver.

A mais antiga que conhecemos é a que nos dá o pároco local ao responder ao ponto 4 do questionário e que veio a constituir as Memórias Paroquiais de 1758.

Pronunciou-se assim:- O lugar está situado em um outeyro entre montes a que lá chamam serros, que a cercão de sorte, , que quem vem para elle o não vê senão quando, está perto e só da parte do Norte, hé que se vê em distancia de três légoas campos do termo de Mértola e do dito lugar senão descobre povoação alguma, senão a do monte de Casselinha da dita freguesia que dista do dito lugar a terceyra parte de meya legoa.
A que vem a seguir é de meados do Séc. XIX e de Silva Lopes (1): aldeia grande, muito mal arruada, com boas casas, assentada em hum outeiro entre serros: tem a dous tiros de balla huma fonte abundante, de que bebe o povo, e junto hum chafariz para os gados, e ainda vai regar huma horta, está entre penhascos, e antes do terramoto não bastava para uso da povoação, que sim tem alguns poços, mas todos se seccão no verão.
Pinho Leal, pouco depois, limitou-se a transcrever as palavras de Silva Lopes.


[Torre d Igreja Matriz. Foto jV, 2009]
Pereira de Sousa (2) escreveu: - aldeia grande que assenta sobre os terrenos de Culm, num outeiro entre serros (nome muito empregado na região para designar montanhas elevadas).
Do recente Guia de Portugal, (3) transcrevemos:- Das outras aldeias que salpicam este enclave, a de Giões é aquela que mais atrairá a atenção do viandante (...) Giões justifica bem um desvio da estrada principal e mesmo uma caminhada ao longo da ribeira.
No Portugal Meridional (1995) (4) indicam:- Está situada numa pequena estrada secundária que liga Mértola à estrada principal Silves-Alcoutim, a E.N. 124. De Giões partem algumas estradas que levam aos campos em redor.

Notas
(1) - Corografia do Reino do Algarve, 1841, pág. 398.
(2) - O Terramoto do 1º de Novembro de 1755 em Portugal (...) Lisboa – 1919, pág. 21
(3) – Algarve, José Victor Adragão, Editorial-Presença, pág. 184.
(4) - John e Madge Measures, pág. 77.