sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Caniço para queijos


Quando publicámos no Jornal do Baixo Guadiana, nº 78, de Agosto de 2006, o artigo “A cana na vida alcouteneja”, referimos naturalmente esta utilização que a planta proporciona.

Dos dicionários que consultámos há um que o refere como um regionalismo do Alentejo, definindo-o como rede de canas suspensas do tecto e sobre a qual se secam os queijos (Dicionário da Língua Portuguesa, Fernando J. da Silva, Editorial Domingos Barreira, Porto, 4ª Edição, 1984) e que corresponde efectivamente à definição que aqui lhe pretendemos dar.

O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia das Ciências de Lisboa/Verbo, 2001, no significado da palavra apresenta, entre outros: Rede de canas entrelaçadas sobre a qual se secam e curam os queijos, ou se põem as carnes ao fumeiro. Por aqui os enchidos punham-se ao fumeiro enfiados em várias canas que se cruzavam e suspensas por arames.

Os caniços para secar queijos, como a fotografia representa, eram constituídos normalmente por três canas com cerca de um metro de comprido e que funcionavam como suportes estruturantes, sendo-lhe atados pedaços de cana mais estreitos (cerca de um terço das de suporte) com um nó muito próprio para evitar o deslaçar e que é semelhante ao feito nos caniços dos telhados.

Constituindo uma espécie de rede, são suspensos do tecto para proporcionar um melhor arejamento dos queijos que se vão estendendo por todo ele e por outro lado evita o ataque da bicharada nociva.

Tudo isto começa a cair em desuso.